Vinho, gente, coisas e adjacências

Autor: Inimá Souza*

Que o estado brasileiro possui uma insuperável cultura tributarista, todos sabemos. Precisa fazer “caixa”, lá vem tributo; seja um novo ou o aumento da alíquota nos que já estão aí. Compreensível, pois, que nada fique ao largo dessa voragem. Nem mesmo, e injustificadamente, o vinho brasileiro.

Possuindo qualidade reconhecida dentro e fora das nossas fronteiras – estão aí as incontáveis premiações internacionais – o vinho brasileiro patina, no mercado nacional, em percentuais bem inferiores ao produto estrangeiro. Causas? Fico com esta, a tributação.

Para o produtor, vinho brasileiro não é caro. E ao afirmar assim, seguro da qualidade da bebida que produz, ele, certamente, sabe que, na outra ponta, a do consumidor, o vinho brasileiro terá ao lado – nem sempre com a mesma qualidade -, um produto importado, com preço “mais em conta”, principalmente se do Mercosul.  

E por que isso? Tributação. Em países da Europa o vinho recebe tributação como item da cesta de alimentos – situação inimaginável por aqui. Portugal, em torno de 13%, França e Espanha, na casa dos 20%, Austrália – bastante rígida com o consumo de álcool -, menos de 30%, e por aí vai. 

No Mercosul, por força de acordos tarifários as taxas incidentes sobre o vinho são de 15% a 25%, caso do Chile e Argentina. Ainda em razão desses acordos, nada de tarifas sobre a importação. Para aqueles da Europa, tarifa de 27%, na importação. 

Com o vinho brasileiro a situação é outra, bem diferente. Numa carga de impostos, que chegam a 54,7%, acrescente-se mais 2% de FEM e, mais recentemente, a Substituição Tributária ou ST, somando tudo, cerca de 60%, no valor final. Trocando em miúdos, ICMS, IPI, PIS, Cofins, FEM e ST. Não à toa se diz que a tributação “bebe” mais da metade de uma garrafa de vinho brasileiro.

Abolida em alguns estados, a ST segue penalizando o vinho brasileiro em alguns outros, inclusive Minas Gerais. Com a Reforma Tributária aflorou a esperança de que o vinho brasileiro receberia, pelo menos, um tratamento mais palatável. Imposto Seletivo ou “imposto do pecado”, definitivamente, o vinho brasileiro não merece esse tratamento.

Topo do Mundo

Noite festiva – em se tratando do Topo do Mundo, isto é redundância -, marcou o lançamento de sua nova carta de vinhos, que esbanja esmero, seja na seleção dos vinhos ou na própria formatação. Os belos vinhos da noite ficaram a cargo da Pontello Du Vin e do Osmar Jr. Parabéns.

Seresta

O Restaurante do Porto Lourdes, em Belo Horizonte-MG entra no embalo da seresta, a partir deste mês de setembro, sob a batuta do festejado, Acir Antão. Ou seja, juntando o insuperável bacalhau e o melhor da seresta.

Tim, tim!  

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De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum

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