18 de fevereiro de 2024

Em 2023, o saldo do IDP-Investimento Direto Estrangeiro no País foi de quase US$ 62 bilhões, o que representa uma queda de 17% em relação a 2022. Provavelmente, as condições financeiras mais apertadas no exterior prejudicaram o fluxo de IDP no ano passado.

No ano passado, o IDP correspondeu a 2,9% do PIB, ante 3,82% do PIB em 2022. Como mostra o gráfico abaixo (Figura 5), apesar da tendência de baixa desde o início do ano, o IDP tem superado com folga o déficit em conta corrente na mesma métrica.

Entre as três formas de investimentos dos brasileiros no exterior, o destaque foi o investimento direto no exterior, que somou US$ 1,5 bilhão no mês de dezembro de 2023. O saldo acumulado no ano foi de US$ 28,2 bilhões, ante o total remetido de US$ 33,4 bilhões em 2022. Os investimentos em carteira de brasileiros no exterior somaram -US$ 1,3 bilhão em dezembro, o que resultou num saldo acumulado de US$ 4,4 bilhões, ante uma saída de US$ 142 milhões em 2022. Os outros investimentos ativos somaram -US$ 5,5 bilhões no mês, resultando num saldo de US$ 15,5 bilhões no ano, ante US$ 24,7 bilhões em 2022.

Os investimentos estrangeiros em ativos financeiros brasileiros registraram um saldo líquido de -US$ 4,3 bilhões em dezembro, o que gerou um total acumulado de US$ 11,8 bilhões no ano, ante -US$ 3,1 bilhões em 2022. Os investimentos em ações e fundos de investimento atraíram US$ 51 milhões no mês. No ano, estes investimentos ficaram negativos em US$ 1,1 bilhão. No último mês de 2023, os investidores não residentes se desfizeram de US$ 883 milhões em títulos de renda fixa. Ainda que o acumulado no ano seja positivo, como mostra o gráfico acima (Figura 6), o saldo negativo no mês parece dar continuidade a uma ligeira trajetória de queda. A taxa de rolagem dos compromissos a pagar atingiu 100% este ano, contra 89% em 2022.

Em suma, os números das contas externas do Brasil mostram um quadro robusto em 2023 e que deve permanecer em 2024. A balança comercial caminha para um elevado superávit comercial, que, em conjunto com menores gastos com lucros e dividendos, propiciará uma relativa estabilidade do déficit em transações correntes. Assim, o IDP ainda continuará a cobrir com folga este déficit. (Fonte: LCA Consultores Econômicos)

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