Fundos de pensão têm rentabilidade de 6,02% no primeiro semestre e acumula R$ 1,2 trilhão em ativos

Crescimento do patrimônio foi de 6,28% na comparação com o mesmo período de 2022

O setor de fundos fechados de previdência, também conhecido como fundos de pensão, alcançou R$ 1,2 trilhão em ativos no primeiro semestre de 2023, mostra levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Na comparação com o mesmo período de 2022, o crescimento foi de 6,28%.

De acordo com o levantamento, a carteira consolidada do sistema acumulou rentabilidade de 6,02% este ano até junho, acima da TJP, rendimento mínimo para cumprimento das metas atuariais, que fechou a 4,99% no período. O retorno da Renda Fixa foi de 1,07% em junho, avançou 6,56% no semestre e 10,03% nos últimos 12 meses, representando atualmente uma alocação de 79,2% da carteira do sistema. A Renda Variável, com alocação de 12,2% dos recursos, teve retorno de 9,10% em junho, 2,78% no semestre e 15,25% em dozes meses.

“Os dados mostram que o sistema teve um desempenho sólido no primeiro semestre de 2023, com aumento de ativos e rentabilidade. Além de ser um sinal positivo para os participantes sobre o nosso compromisso com os depósitos, isso reflete uma gestão eficaz dos recursos”, diz Jarbas Antônio de Biagi, Diretor-Presidente da Abrapp.

O déficit líquido do sistema reduziu 69% no período, para R$ 17,3 bilhões, em comparação com os R$ 55,6 bilhões registrados em junho de 2022.

“A redução do déficit pode ser atribuída aos sólidos resultados dos investimentos nos últimos anos, impulsionados pelo desempenho positivo do Ibovespa neste ano, bem como à solução dos déficits em alguns planos. Na última apresentação da Abrapp, reforçamos que a maior parte do déficit era de natureza conjuntural, e esse cenário de recuperação corrobora nosso ponto de vista”, comenta Biagi.

Projeções para 2023

A Abrapp também anunciou as projeções de valorização das carteiras para o encerramento de 2023, divididas em três cenários. No cenário III, mais otimista (com o Ibovespa acima dos 130 mil pontos), a carteira consolidada deve encerrar o ano com valorização de 13,11%. Para a renda fixa, o sistema de fundos de pensão prevê valorização média de 12,93%. Na renda variável, a projeção é de alta de 15,84%. Nos demais segmentos, o ano de 2023 deve terminar com rentabilidade média de 11,62%.

No segundo cenário – com o Ibovespa encerrando com 121 mil pontos, a expectativa é alcançar uma rentabilidade de 11,84% para a carteira consolidada; com alta de 5,77% para a renda variável.  Em um quadro mais pessimista (cenário I), com o Ibovespa em 98 mil pontos, essa classe de ativo encerra com resultado negativo de -14,38%, e a rentabilidade da carteira consolidada ficaria em 9,31%.

Capacidade de pagamento

A associação informa que o total de benefícios pagos nos últimos 12 meses, até março de 2023, foi de R$ 86,7 bilhões.

No que se refere à solvência calculada, o índice encerrou o semestre em 97%, um nível próximo ao de países como Estados Unidos (106%) Espanha (101%) e Hong Kong (100%).

O consolidado mostra ainda que o setor possui 2,94 milhões de participantes ativos e 881 mil assistidos (aposentados e pensionistas), totalizando 3,82 milhões de participantes, entre ativos e assistidos.

Novos planos

Outro destaque do levantamento foi o crescimento dos Planos Família, que já somam mais de 130 mil pessoas e têm patrimônio de R$ 1,6 bilhão. Esses planos permitem a inclusão de familiares entre os que usufruem dos benefícios da previdência complementar fechada.

Por sua vez, os planos instituídos, que podem ser formados por sindicatos, cooperativas, associações, órgãos de classe e outras entidades de classes, profissional e setorial, somaram patrimônio de R$ 19,1 bilhões com 721,3 mil participantes ativos.

“Possuímos um sistema que cumpre rigorosamente suas obrigações financeiras. Compreendemos a importância de preservar nosso patrimônio atual, e nossa sólida posição financeira e visão de futuro refletem a saúde e a sustentabilidade do sistema. Estamos empenhados em expandir os planos familiares e desenvolver novos modelos que atendam às necessidades das próximas gerações”, finalizou Jarbas de Biagi.

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