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Siracusa, por onde passa a civilização ocidental

Para aproveitar melhor a estada em Siracusa, o viajante deve, antes, fazer uma boa pesquisa sobre a história do lugar. Aliás, este é um bom hábito dos bons viajantes, que enriquece a viagem em qualquer destino. Se não, este verá apenas uma quantidade de ruínas e vai tirando fotos e “selfies” aleatórias, sem saber exatamente do que se trata aquela ou ou-tra cena fotografada.

Siracusa, na Sicília, é um lugar para quem tem olhar sensível para a História. Um tesouro e um museu arqueológico único. Estar lá é como admirar, em um só lugar, a formação da nossa civilização numa imensa tela de cinema. 

Construída sobre um antigo assentamento fundado pelos Coríntios, em 734 aC. Siracusa tor-nou-se a polis grega mais poderosa na Sicília. Em torno do ano 480 aC, a cidade rivalizava com Atenas, tanto econômica como politicamente, como a mais importante do mundo na antiguidade. 

Terra natal de homens que se eternizaram, como o matemático, físico, engenheiro, astrônomo e inventor Arquimedes; também nasceu ali o pai da tragédia grega, Ésquilo; e lá trabalhou o poeta, Píndaro, autor da famosa frase “Homem, torna-te no que és”.  Tamanha é sua importância que Platão, em 498 aC, enxergava Siracusa como o cenário da sua utópica “A República.”

A cidade, aberta para o mundo, teve também um papel importante na propagação do judaísmo e do cristianismo no Mediterrâneo e, depois, por toda Europa. O apóstolo Paulo visitou Siracusa, em 59 dC e, provavelmente, pregou na Giudecca, o bairro ju-deu, onde está a igreja medieval de S. João Baptista.

O Templo de Apollo (ou Artemis), que, depois, se converteu em uma igreja cristã, é, provavelmente, o templo grego mais antigo na Sicília. Construído no século V aC, na Piazza Duomo, é um dos poucos exemplos sobreviventes na antiga Magna Graecia.

Um anfiteatro grego, literalmente esculpido na rocha, e também um romano, compõe o cenário. O teatro grego é semicircular e aberto; enquanto o romano é oval e fechado. No parque arqueológico, o Altar de Geron II e a “Orelha de Dionísio”, o que, provavelmente, era uma pedreira de calcário, são as surpresas. 

A herança medieval nesta velha cidade tam-bém não pode ser esquecida. O antigo bairro resi-dencial, do outro lado da ponte Nuovo, é a ilha de Or-tigia, centro da civilização grega, bizantina e judaica. Um labirinto medieval cercado de magia. 

As arquiteturas grega e romana são onipresen-tes em Ortigia. O Palazzo Montalto, perto da Piazza Archimede, foi construído em 1397 no estilo chama-do “Chiaramonte Gothic”. Siracusa é assim. Destino para viajantes sensíveis e universais. 

 

 

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