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Por: Paulo Queiroga

Com todos os alertas e especula­ções sobre possíveis problemas du­rante a Copa do Mundo de 2014, com ameaças de greves, violência, campanhas de boicote aos jogos e infraestrutura deficiente, pelo menos, sob o ponto de vista de número de visitantes estrangeiros, a projeção indica que esta Copa terá muito su­cesso.

Instituto especializado analisou as reservas aéreas para o Brasil no pe­ríodo da Copa. Segundo o estudo, o número de turistas estrangeiros que chegarão ao país por via aérea du­rante os dias de realização dos jogos será cinco vezes maior em relação ao mesmo período de 2013. De acordo com as reservas de passagens aé­reas, os principais emissores inter­nacionais serão os Estados Unidos, a Alemanha e a Inglaterra. E as três cidades mais visitadas serão Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.

Voos domésticos dispararam

As reservas domésticas para viagens de junho a agosto também dispara­ram, com aumento três vezes maior, comparado com o mesmo período em 2013 e crescimento nove vezes maior, considerado o período de 1 a 26 de junho, que é de baixa tem­porada. As reservas para o Rio de Janeiro, por exemplo, mostram cres­cimento sete vezes maior para o pe­ríodo entre a cerimônia de abertura e os seis jogos agendados na cidade, com picos de chegada dias antes de cada jogo. Os turistas estrangeiros com reservas para o Rio de Janeiro são principalmente dos EUA (21%), Inglaterra (8%) e Argentina (7%).

As 12 cidades sede da Copa – Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Forta­leza, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Natal, Manaus, Porto Alegre, Cuiabá e Curitiba – terão aumento expressi­vo no número de visitantes durante a realização dos jogos, de acordo com o estudo. A pesquisa sinaliza que, como ocorreu na África do Sul, a tendência é diminuição do ritmo das reservas aéreas, à medida que o evento vai se aproximando, pois os viajantes fizeram suas reservas com antecedência.

O estudo também destaca que os brasileiros que viajarão para o exte­rior este ano devem mudar o ritmo tradicional, a fim de assistir às fases finais do torneio no Brasil.

O levantamento foi realizado pela empresa espanhola Foward Data, junto com a Pires & Associados no Brasil. Para aprofundar no tema: www.pireseassociados.com.br.

Déficit com crescimento

Apesar do déficit superior a US$ 18 bilhões na balança comercial do turis­mo no Brasil em 2013, com brasilei­ros gastando mais de R$ 25 bilhões em viagens ao exterior, a economia do turismo apresenta crescimento. O Brasil aparece em sexto lugar entre as economias do turismo do mundo, lista liderada pelos Estados Unidos com uma renda de cerca de US$ 1,4 trilhões. A China aparece na segun­da posição, com uma receita anual de US$ 850,1 bilhões gerados pelo turismo.

Em relação à contribuição direta do setor no Brasil, o percentual é de 3,5% do Produto Interno Bruto com US$ 77,6 bilhões (cerca de R$ 166,1 bilhões). de 2013, sobre o impacto do turismo no mundo. O estudo foi realizado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC – sigla em inglês) em parceria com a Univer­sidade de Economia de Oxford, na Inglaterra. De acordo com as esti­mativas do MTur, o turismo contribui com 3,7% do PIB brasileiro, gerando cerca de US$ 76,1 bilhões, segundo o IBGE.

Por falar em Copa

A Copa do Mundo está gerando gastos extraordinários para o Brasil em diversos setores. Mas nada deve superar as construções e reformas das novas arenas que receberão os jogos. Levantamento feito consulto­ria KPMG, mostra que dos 20 está­dios mais caros do mundo, dez estão no País e foram construídos para a Copa. O Estádio Mané Garrincha, em Brasília, foi o mais caro entre as 12 arenas, com custo final de R$ 1,4 bilhão. O recordista mundial, no en­tanto, é o mítico Wembley, na Ingla­terra, (R$ 2,9 bilhões), reformado no início desse milênio.

Dez, dos 12 estádios que serão usados na Copa do Mundo figuram no Top-20 da lista. Além do Estádio Mané Garrincha, estão no ranking mundial de custos: Maracanã (7º), Arena Amazônia (10º), Arena Co­rinthians (12º), Arena Pantanal (13º) Arena Pernambuco (14º) Fonte Nova (15º), Mineirão (16º), Castelão (19º) e Arena das Dunas (20º).

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