A construção de um novo ciclo de expansão da economia brasileira

Paulo R. Haddad*

Crescimento sem ilusões

Desde 2014, a economia brasileira vem andando de lado. O crescimento do PIB per capita é praticamente nulo. Houve anos de taxas negativas de crescimento e outros de taxas positivas de crescimento na década em que a pandemia da Covid-19  provocou um declínio nos níveis do emprego e da renda dos brasileiros para, em seguida, induzir o renivelamento das atividades econômicas em 2021 e 2022. As taxas, quando apresentadas em gráfico, se assemelham à imagem de um eletrocardiograma com altos e baixos na sua evolução e não devem dar a ilusão de que se iniciou um ciclo de expansão sustentado.

Mas, ao longo do século atual, o crescimento econômico do Brasil foi inexpressivo: enquanto, nas duas primeiras décadas, a China cresceu no acumulado cerca de 345%, o Brasil cresceu apenas 26%, ficando entre os países de médio baixo crescimento.

O baixo ritmo de expansão da economia, desde 1980, provocou alguns graves problemas socioeconômicos e socioambientais:

– o aumento do número de famílias vivendo em extrema pobreza social e a ampliação do número de brasileiros que vivem em estado de subnutrição e de fome diuturna; pode-se observar a dinâmica dos patamares da pobreza: o empobrecimento das famílias de classe média baixa e as famílias das classes D e E se tornando miseráveis;

– por descontinuidade nas políticas públicas de desenvolvimento regional, cujo macro objetivo era a construção de um processo de reversão da polarização espacial, as economias estaduais mais pobres do País ainda têm condições de vida bem inferiores às condições de vida das economias estaduais mais ricas: os maranhenses e os alagoanos, por exemplo, apresentam indicadores econômicos e sociais quase três vezes inferiores aos indicadores das áreas mais desenvolvidas; a insatisfação com essas assimetrias e desigualdades se manifesta junto às populações locais em movimentos políticos por meio de projetos para a criação de novas Unidades da Federação (18 novos Estados e três novos territórios);

– a disponibilidade de capitais intangíveis (humano, intelectual, social, institucional, etc.), componente necessário (juntamente com o capital físico) e suficiente para alavancar um processo de desenvolvimento sustentável, é distribuída assimetricamente entre as 27 Unidades da Federação e os 5568 municípios brasileiros, impactando as suas potencialidades de desenvolvimento local; há, atualmente, cerca de 1700 municípios que sobrevivem em áreas economicamente deprimidas graças às políticas sociais compensatórias do Governo Federal;

– a busca frenética pelos ganhos de lucro e de riqueza levou um número cada vez maior de indivíduos e de organizações produtivas ao uso predatório dos ecossistemas, particularmente durante as décadas recentes nos Biomas do Pantanal e da Amazônia;

– a fragilidade das contas públicas dos três níveis de governo tem deixado a qualidade e a quantidade dos serviços públicos essenciais (saúde, segurança, infraestrutura, educação, etc.) em precárias condições de oferta, particularmente nas grandes metrópoles.

Todos esses e outros problemas estruturais têm melhores condições de serem equacionados se houver uma aceleração do processo de desenvolvimento sustentável do País no médio e no longo prazo, uma vez que provoca a formação de um maior excedente econômico do qual uma parcela significativa pode ser utilizada para financiar as diferentes políticas públicas dos três níveis de governo. Essa aceleração dos desenvolvimentos poderá ser estruturada por meio de um modelo de crescimento econômico globalmente competitivo, com justa distribuição da renda e da riqueza nacional entre diferentes grupos sociais e regiões e, finalmente, o uso e o não uso dos recursos ambientais por meio de políticas de conservação, de preservação e de reabilitação dos ecossistemas.

*Mestre em Economia, ex-ministro da Fazenda

A construção de um novo ciclo de expansão da economia brasileira
A construção de um novo ciclo de expansão da economia brasileira

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