Paulo R. Haddad* Não olhe para os lados Um grupo de turistas sai de Belo Horizonte em direção a Ouro Preto. Logo no início da BR–040, à sua esquerda, está o Belvedere, um dos mais caros e luxuosos bairros da capital mineira, com índices de desenvolvimento humano (IDH) iguais aos da Suíça e da Noruega…
Paulo R. Haddad* O Brasil está vivenciando, atualmente, um conjunto de problemas conjunturais (renivelamento dos níveis de emprego e de renda pós-pandemia, taxas de inflação passíveis de instabilidades, um campo de tomadas de decisões minado de incertezas e de desconfianças, perda da qualidade dos serviços públicos etc.) e problemas estruturais (elevados índices de concentração de…
Paulo R. Haddad* Crescimento sem ilusões Desde 2014, a economia brasileira vem andando de lado. O crescimento do PIB per capita é praticamente nulo. Houve anos de taxas negativas de crescimento e outros de taxas positivas de crescimento na década em que a pandemia da Covid-19 provocou um declínio nos níveis do emprego e da…
Paulo R. Haddad* De 2002 a 2022, a taxa média de crescimento do PIB no Brasil foi de apenas 2,2%. Quando se leva em conta que a taxa média geométrica de crescimento da população residente por ano está em torno de 1,67%, fica claro que é insignificante o aumento da quantidade de bens e serviços…
Paulo R. Haddad* O estilo de condução das políticas públicas para resolver os nossos problemas socioeconômicos e socioambientais tem sido, desde 2014, o que se denomina de ajustes incrementais. Segundo esse estilo de governar, mesmo sem uma visão do futuro, sempre que os formuladores das políticas públicas encontram um hiato ou um descompasso entre uma…
Paulo R. Haddad* A sociedade brasileira vem sofrendo, nas duas últimas décadas, sobrecargas de estresses emocionais que se agravam ano a ano. Podemos destacar três dessas sobrecargas que são mais resilientes e que se espraiam entre as famílias brasileiras. Uma sobrecarga de natureza distributiva: as políticas econômicas, ao enfatizar as questões do equilíbrio macroeconômico como…
Paulo R. Haddad* A história da economia brasileira no século 20 foi, predominantemente, uma história de crescimento econômico acelerado. De 1900 a 1980, a taxa de crescimento da economia foi de 4,9% ao ano. De 1948 a 1980, tivemos trinta e três anos de crescimento do PIB a uma taxa de 7,5 por cento ao…
Paulo R. Haddad* Durante o processo de elaboração do imprescindível e inadiável Projeto de Reforma Tributária, emergiram três grandes conflitos em torno da distribuição da carga de impostos e taxas entre os diferentes grupos sociais (como aumentar a carga sobre os rentistas financeiros e reduzir a carga sobre as famílias de baixa renda?), entre os…
Paulo R. Haddad* Os problemas socioeconômicos e socioambientais do Brasil são relativamente mais fáceis de serem resolvidos quando o País está crescendo de forma mais acelerada e sustentada. Nesse contexto, forma-se um excedente econômico que permite gerar mais renda e emprego de qualidade, financiar as políticas públicas de desenvolvimento sustentável e, principalmente, melhorar a distribuição…
Paulo R. Haddad* Os economistas, quando são convocados para elaborar e implementar uma política pública, quase sempre se deixam guiar pelos princípios da eficiência. Definem os objetivos da política; quantificam esses objetivos em metas; selecionam os instrumentos de intervenção mais apropriados para que os objetivos sejam atingidos; e estabelecem mecanismos de controle e avaliação para…