O Queijo Minas Artesanal (QMA) foi reconhecido como patrimônio imaterial do país e chega ao segundo semestre de 2022 ainda mais forte para representar a gastronomia e a identidade cultural mineira.
Nos últimos 18 meses, mais três regiões foram reconhecidas oficialmente pelo governo do Estado como produtoras de QMA – Diamantina, Serras do Ibitipoca e Entre Serras da Piedade ao Caraça. Isto quer dizer que a inclusão das novas regiões consolida o movimento de organização e profissionalização dos produtores. Símbolo de Minas Gerais, com suas histórias e sabores diferenciados em cada terrois, os queijos artesanais ainda têm um enorme potencial de crescimento.
Essa expansão é uma das novidades que foram apresentadas no Festival do Queijo Artesanal de Minas, que voltou a ser presencial após dois anos de pandemia, tendo sido realizado nos dias 23, 24 e 25 de setembro, no Parque da Gameleira. Na primeira edição do festival, em 2017, o Estado tinha sete regiões produtoras de QMA caracterizadas. Agora são 10, a maioria delas representadas com estandes no encontro.
Essas regiões (Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serro, Serras da Ibitipoca e Triângulo Mineiro) produzem o mesmo tipo de queijo, com a mesma receita e têm o seu “saber fazer” característico. Entretanto, cada origem dá ao queijo uma identidade própria, de acordo com as características humanas, culturais e naturais do local onde é fabricado. Todos são produzidos a partir de leite de vaca cru, com leite procedente da mesma propriedade onde fica a queijaria.
Recentemente, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) elaborou mais dois regulamentos técnicos destinados a outros dois tipos de queijo feitos a partir de leite cru: para a cidade de Alagoa, no Sul de Minas, e para a região de Mantiqueira de Minas. E já existem outras regiões reconhecidas como origens produtoras do queijo artesanal no Estado, como a Serra Geral; o cabacinha; e o Vale do Suaçuí, onde é produzido o queijo de mesmo nome. Portanto, o Estado tem hoje 15 regiões reconhecidas – 10 para o Queijo Minas Artesanal e cinco para os demais.
Ricardo Boscaro, analista da Unidade de Agronegócio do Sebrae Minas, considera essa oficialização fundamental para o crescimento da atividade. “É essencial para ampliação de mercado. Antes tínhamos só um tipo de queijo, o QMA e sete regiões produtoras oficiais. O reconhecimento de outras regiões é uma sinalização de que em breve podemos ter novos tipos de queijo atestados com seus regulamentos”, afirma Boscaro. Afinal, acrescenta o analista, a tradição mineira no setor vai muito além do QMA.
Com a caracterização e a habilitação sanitária, o produtor poderá comercializar seu queijo em todo o território nacional com o Selo Arte. Minas Gerais é o Estado que possui o maior número de queijarias com este selo, segundo o IMA.
De acordo com a Emater, responsável por apoiar o produtor e fazer estudos técnicos para a análise do IMA, o modo de fazer do QMA resistiu ao tempo. Isso contribuiu para se preservarem produtos com características próprias e de imenso valor cultural e econômico.
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