Autor: Paulo Queiroga
Ao visitar outros países, outras culturas, naturalmente começamos pelos grandes centros, onde se concentram as maiores atrações. Na Itália, por exemplo, é basicamente obrigatório conhecer Roma, Florença, Milão e Veneza.
Mas, quando viajar se torna ou trabalho ou forma de vida, abrimos o olhar para pequenas joias da cultura local e descobrimos tesouros, por vezes desconhecidos de viajantes estrangeiros, especialmente brasileiros.
Uma dessas raridades é a comuna de Urbino. Sede de uma das mais antigas universidades da Itália, Urbino fica no centro do país, na região das Marcas, entre o Mar Adriático e os Apeninos.
Arte, educação e cultura. Este é o espírito da cidade, com cerca de 15 mil habitantes assentada no alto da colina. A pequena cidade murada, Patrimônio Mundial da UNESCO é um grande templo do renascimento italiano e um dos berços da criatividade que marca a Renascença – o movimento cultural e artístico entre os séculos XIV e XVI, que, imprime ideais humanistas e marca o fim da Idade Média em toda a Europa.
As ruas de pedras polidas pelo tempo, a arquitetura, os afrescos pintados nas capelas, igrejas e oratórios, as escolas de artes e os estudantes nas ruas fazem de Urbino uma vibrante cidade artística em um ambiente de pura história.
Durante o domínio romano, era uma pequena vila no alto da montanha conhecida como Urvino. Mas, ela chegou no seu apogeu a partir do século XV graças a poderosa família Montefeltro.
Frederico de Montefeltro, muito rico e amante das artes, comandou o ducado entre 1444 e 1482. Sua corte era frequentada pela elite intelectual e artistas, como Paololo Ucello, Piero della Francesca e os famosos mestres da pintura Rafael Sanzio e Donato Bramante, expressões mais significativas da arte renascentista. O poderoso duque incentivou, financiou e fez florescer as artes plásticas, a música e a arquitetura da Renascença.
O Centro Histórico de Urbino é um polo da cultura e da arte em toda a Itália. Ali moravam personalidades de destaque e famílias poderosas amantes das artes. Ainda hoje, se vê oficinas centenárias de antigos carpinteiros, artífices e joalheiros.
Uma das principais obras de arquitetura de Urbino, como não poderia deixar de ser, é o Palazzo Ducale, atualmente, sede da Galeria Nacional das Marcas.
O projeto é dos arquitetos Maso di Batolomeo, de Florença e Luciano Laurana, da Dalmácia e continuado por Francesco di Giorgio Martini, que receberam influência do renomado Brunelleschi, construtor do Duomo de Florença e um dos símbolos da arquitetura renascentista.
Duas imponentes torres na fachada do palácio, (os torricini), a grande escadaria na entrada e o pátio iluminado com grandes arcadas rivalizam em refinamento com o Palazzo dela Cancelleria, em Roma, outra obra prima do renascimento italiano.
Em 1528, o palácio se torna mais famoso como referência do espírito renascentista, por ser cenário do livro “O Cortezão”, uma espécie de manual de etiqueta e postura do humanismo renascentista, publicado à época, pelo escritor Baldassare Castiglione inspirado nas obras de Platão e Cícero.
O Palácio foi sede do município de Urbino até recentemente. Em 1985 é transformado em museu e abriga a Galleria Nazionale dele Marche (Galeria Nacional das Marcas), um dos mais importantes museus da região e da própria Itália.
O Duomo de Urbino, ou Catedral de Santa Maria Assunta, hoje, é a sede da arquidiocese de Urbino-Urbania-Sant’Angelo in Vado. Também, uma visita de encher as vistas e a alma. Entre as obras de arte no interior, destaque para o Martírio de San Sebastiano, Santa Cecília e a Última Ceia, as três de Federico Barocci.
Urbino é um grande tesouro, de certa forma, paralelo ao movimento do turismo internacional, onde abrimos os sentidos para a grandeza de pequenos destinos, que nos clareiam o espírito de uma época.
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