Autor: Carlos Alberto Teixeira de Oliveira
Editor Geral de MercadoComum e ex-presidente do BDMG
Mais de 60 anos se passaram desde que o BDMG foi fundado. E, desde então, a economia de Minas cresceu muito e transformou-se substantivamente.
O BDMG sempre se constituiu em um relevante protagonista do aparato institucional de Minas Gerais de apoio ao desenvolvimento econômico-social de Minas Gerais e é incontestável a sua vasta colaboração para que o Estado assumisse uma posição de vanguarda no cenário nacional, antecipando-se às tendências mais prováveis e construindo aqui as melhores opções rumo ao progresso.
Na qualidade de seu presidente, há 36 anos tive a oportunidade de divulgar o documento intitulado “Economia Mineira 1989 – Diagnóstico e Perspectivas” e destaquei que as questões ideológicas se tornam secundárias diante da importância de se retomar o crescimento econômico vigoroso e atingir o desenvolvimento, sendo necessária e imprescindível a atuação do BDMG na busca do alinhamento da economia de Minas Gerais com os tempos daquela época e com os do amanhã.
Destaquei que apostava no desenvolvimento econômico de Minas e do Brasil e na possibilidade de conciliar-se o crescimento vigoroso e a modernização da economia, com a justiça social e a democracia.
Já afirmava, naquela ocasião, que as circunstâncias eram outras, diversos os problemas e, obviamente, por isso mesmo, deviam ser diferentes as soluções. Neste cenário, a experiência do BDMG ganhava importância muito particular, não com o objetivo de voltar ao passado, mas de nele se inspirar com o objetivo de desempenhar o seu papel primevo e precípuo de agente de transformação da economia de Minas Gerais.
No citado documento descrevi a função que imaginava caberia à instituição cumprir, considerando-o, ainda, absolutamente válido para os dias atuais.
“Cabe ao BDMG constituir-se em um vetor do progresso, em farejador do futuro, ajudando a inventar o novo e a fazer a História. Este é o seu papel, esta é a sua missão”.
Este documento intitulado “Economia Mineira 1989 – Diagnóstico e Perspectivas”, em sete volumes (Síntese e Propostas; Indústria – Novos Desafios, Estudos Setoriais; Agropecuária – Visão Global, Regionalização da Produção; Mineração; Energia e Transporte; Aspectos e regionais) – disposto em mais de mil páginas reunidas em uma coleção que contou com 10 mil exemplares impressos, ora está completando 36 anos de lançamento.
Conhecido como o 2º Diagnóstico da Economia Mineira, o estudo serviu como base para diversos estudos, políticas públicas e programas elaborados posteriormente, bem como fundamentou a realização de programas econômicos de alguns candidatos que concorriam à presidência da República ao final daquele ano, contribuindo ademais, ainda, para a modernização daquela instituição.
Destaco, a seguir, alguns pontos relevantes revelados, entre outros, por aquele estudo:
– As questões de natureza ideológica tornam-se secundárias diante da importância de se retomar o crescimento econômico vigoroso e atingir o desenvolvimento;
– Não há, mesmo na atualidade, mais lugar para os bancos de desenvolvimento clássicos, meramente repassadores de recursos oficiais. Torna-se necessário transformá-los em instituições financeiras que compatibilizem fomento com rentabilidade, ação indutora e catalisadora sobre a economia com eficiência e eficácia empresarial, que concilie, enfim, duas dimensões aparentemente contraditórias, mas absolutamente complementares: a dimensão bancária e a dimensão fomentista. Para o BDMG, torna-se urgente buscar resgatar o seu papel fundamental, precípuo e primeiro de agente de transformação da economia de Minas Gerais, não se sugerindo uma volta ao passado, mas inspirando-se nele;
– Minas Gerais não pode imaginar-se isolada e desconectada do País e do Mundo. Apesar de sua importância relativa e de suas dimensões econômicas, compatíveis com as de inúmeros estados nacionais, deve-se vislumbrar o seu futuro inserido no contexto nacional e internacional. Se esta realidade já era válida no passado, continua absolutamente essencial no presente. Em outras palavras, não se trata de conceber a economia estadual autônoma e auto-suficiente, mas integrada de maneira lúcida e compatível com as suas potencialidades, no sistema econômico brasileiro e mundial;
Publicidade institucional do BDMG de 1989
– A macroeconomia de Minas é, fundamentalmente, a macroeconomia do País. Em outras palavras, o comportamento de variáveis tais como o nível global de investimentos, o nível de agregado do emprego e a taxa de crescimento do PIB é, em grande medida, definido em relação ao País como um todo, mesmo porque a política econômica estadual dispõe de poucos instrumentos capazes de influenciar decisivamente a sua direção;
– A decolagem da economia mineira, rumo a um novo ciclo de desenvolvimento, exige também que a economia do País reingresse na rota do crescimento firme e sustentado. As perspectivas para a economia de Minas dependem, em grande parte, das perspectivas que se vislumbram para a economia nacional.
Como já havíamos realçado, já naquela época destaco, a seguir, estas outras considerações:
– É mister que não se caia no privatismo radical e absoluto. É certo que a superação da crise do Estado brasileiro exige um reposicionamento e um redimensionamento do mesmo no contexto da economia nacional. No entanto, sua presença aqui continuará como essencial e insubstituível;
– A privatização e desestatização de empresas estatais são alternativas válidas, dentro do contexto geral de redefinição do papel do setor público da economia nacional (e também estadual e municipal). Entretanto, esse mecanismo não deve ser encarado como panaceia e solução absoluta dos problemas do Estado Brasileiro.
E para concluir reproduzo, a seguir, uma frase do amigo saudoso, empresário e vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva:
“Minas não teria avançado tanto nem chegaria onde chegou, atualmente, não fosse o BDMG. Imagine o que seria a economia de Minas Gerais se não tivesse a presença e a atuação do seu Banco de Desenvolvimento.”
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