Produção de tecnologia verde é estimada para começar em 2023
A mineradora Sigma Lithium poderá se transformar na primeira empresa com produção de lítio sem barragem de rejeito em todo o planeta. De acordo com a empresa produção de tecnologia verde deverá ter início já nos primeiros meses de 2023, com expectativa de gerar US$ 460 milhões em receita líquida, seguindo a média de custo de US$ 2 mil por tonelada de lítio, valor referência do período equivalente à fase 1 da obra. O projeto segue em fase de construção, originada de uma planta ambientalmente sustentável com a sua sede na mineira Itinga e agora em expansão para o município de Araçuaí, cidades vizinhas, localizadas na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Para a Sigma, o recurso mineral total do projeto nº 43.101 teve elevação de 50%, registrando expansão de 58,9 milhões de toneladas para um total de 85,7 milhões. Ou seja, um acréscimo equivalente a 27 milhões de toneladas de óxido de lítio de alto grau e alta pureza. Assim, com o crescimento no montante dos recursos, o fortalecimento do projeto Grota do Cirilo torna o depósito mineral de lítio de grau de bateria cada vez mais representativo e entre os maiores do mundo.
Estima-se que a fase 1 da planta tecnológica será finalizada neste ano, o que permitirá iniciar a produção de lítio no início de 2023. Em 2021, a terraplanagem foi iniciada com várias fases e teve início com a participação de biólogos para a captura da fauna da Caatinga, entre cobras e serpentes, típicas da região, estando agora com o avanço de 25% de conclusão.
De acordo com a Co-CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral Gardner, “o interessante é notar que essa relação do início da obra ao fim não é linear, assim como a linha de pessoal também não é linear. Até pouco tempo estávamos com 300 trabalhadores na obra. Depois migramos para 400, formando uma curva hipérbole, para em direção de um pico de 600 pessoas entre obra civil e etapa eletromecânica, que deve acontecer em breve entre outubro e novembro. As estruturas superficiais sob solo estão começando a subir. É mensurável ao olho nu o avanço da obra.
Ainda, segundo a empresária, o investimento total para essa fase 1 da obra foi de R$ 1,2 bilhão, seguindo o orçamento antes previsto pela empresa para o início das obras em 2021. “O Estado de Minas Gerais é muito privilegiado por conta de um investimento como este. Nós somos um dos maiores investidores de Minas Gerais atualmente, e todo esse desembolso está ocorrendo numa região que não recebia volumes de investimentos nesse porte até o advento do lítio”.
“A agregação de produto de valor é que propicia esse investimento grande, cuja parte 10% é mineração e o resto é todo da reta tecnológica e dessa construção da planta. A mina, por exemplo, custou R$ 120 milhões, mas a chave da questão é a planta, pois sem ela não teríamos a ótica da transformação tecnologia verde nesta cadeia”, explica a Co-CEO, que ainda pontua: “Com isso, o compromisso de investimento foi colocado no caixa no ano passado, sendo esta a última fase de desembolso pelos acionistas. Do investimento total, já foram desembolsados R$ 850 milhões para a realização da obra, que de certa forma vem sendo consumida ao longo do tempo que essa planta tecnológica vem avançando. Estamos trabalhando em cima do orçamento”, concluiu a Co-CEO.
A companhia, que mantém projeto no Vale do Jequitinhonha, tem potencial para ser a 4ª maior produtora de lítio do planeta. Antes mesmo de iniciar as operações, a Sigma Mineração já vem colhendo frutos do projeto revolucionário que está implantando no Vale do Jequitinhonha para produção de concentrado de lítio grau bateria de alta pureza. O valor da empresa saltou de um valor de mercado de US$ 1,6 bilhão em abril para US$ 5,1 bilhões no final do mês de maio último, graças à demanda crescente pelo insumo de baterias diante da transição energética global e ao modelo ambientalmente sustentável proposto pelo empreendimento, que promete ser a primeira unidade greentech do setor mineral no mundo.
De acordo com relatório técnico apresentado pela empresa, a construção em fases potencializa a Sigma a se posicionar como a quarta maior produtora de lítio mundial. O desenvolvimento integrado e em vários estágios das fases 1 e 2 projeta um Valor Presente Líquido (VPL) – um dos métodos mais conhecidos em termos de análise da viabilidade de investimentos -, após impostos de US$ 5,1 bilhões; Taxa Interna de Retorno (TIR) combinada após impostos de 589%; vida útil do projeto de 13 anos e payback de três meses.
Também, segundo o documento, a empresa pretende iniciar, nos próximos meses, a avaliação econômica preliminar do que seria a fase 3 do complexo. O objetivo é planejar uma potencial expansão da produção das 59 milhões de toneladas de minério de sua reserva.
Para a Co-CEO da Sigma, Ana Gardner, um quarto das obras da primeira fase já foi realizado e a previsão é que a etapa seja concluída no último trimestre deste exercício, entrando em operação até o fim de 2022, mediante aportes de R$ 1,2 bilhão. A segunda fase terá início em seguida e deverá consumir mais R$ 1 bilhão em investimentos, em 2023.
Ana Gardner destaca: “Ainda estamos em fase de instalação e já estamos ganhando participação de mercado e detrimento de concorrentes que não ancoram suas produções na sustentabilidade. Utilizaremos tecnologia de ponta para agregação de valor em 100 vezes em cima do minério, saindo de uma média de US$ 60 dólares a tonelada para US$ 6 mil dólares a tonelada. São processos metalúrgicos muito rigorosos que garantem o grau de pureza para baterias, senão meu produto pode ser rejeitado e virar cerâmica, graxa ou vidro”, explica.
Empreendimento sustentável
Isso também só tem sido possível pelas características do empreendimento. Ana Gardner acrescentar tratar de uma planta que não utiliza agentes químicos nocivos, tem 100% de recirculação de água, energia elétrica 100% limpa e hidrelétrica e utilização do que há de mais moderno para garantir o empilhamento a seco de todo o rejeito.
E os esforços dentro dos pilares ESG (Ambiental, Social e Governança) não param por aí. Conforme a executiva, com o propósito de priorizar mão de obra local para a construção da planta, juntamente com a construtora responsável desenvolveu o Programa “Volta ao Lar” e tem hoje 72% da força de trabalho do projeto oriunda da região do Vale do Jequitinhonha. Atualmente, há mais de 400 trabalhadores atuando na implementação do empreendimento.
“O programa permitiu trazer de volta para os municípios em que operamos a mão de obra que anteriormente migrava para fora da região devido à falta de oportunidades de trabalho. Estamos requalificando esses profissionais que serão aproveitados também na edificação da segunda fase”, ressalta.
Mineradora Sigma Lithium começará a produzir no Brasil em dezembro, diz CEO
A mineradora canadense Sigma Lithium Corp planeja iniciar a produção em sua mina brasileira de lítio em dezembro, com perspectiva de obter uma produção anual de 37 mil toneladas de carbonato de lítio equivalente (LCE), afirmou a presidente-executiva Ana Cabral à Reuters no dia 26 de maio último.
Ana Gardner acrescentou que a empresa passou a ter, como meta, uma taxa de produção anual de 72 mil toneladas de LCE assim que sua mina Grota do Cirilo estiver totalmente construída, mais do que dobrando as estimativas anteriores. (Fontes: Valor, Diário do Comércio e outros)