Fernando Soares Rodrigues*
Renda fixa ainda muito atrativa
A instabilidade, que a proximidade da eleição provoca no mercado financeiro, certamente continuará até a promulgação dos resultados finais das urnas e a divulgação dos planos e nomes da equipe do próximo governante.
O desempenho da economia e a divulgação dos principais índices econômicos exercem, no entanto, influência real que não pode ser descartada.
O cenário de juros reais elevados associado com inflação em queda mantém a renda fixa como a preferida entre as aplicações do mercado financeiro.
A queda da inflação isoladamente e as melhores perspectivas de manutenção da estabilidade institucional, independente do candidato que vencer a eleição presidencial, favorecem o desempenho da bolsa de valores brasileira, a B3, segundo avaliação de analistas de investimentos.
O grande desafio
É preciso tomar cuidados redobrados para se conseguir obter na renda variável – ações – rentabilidade líquida superior aos 13,75% ao ano oferecidos pela taxa Selic, os juros básicos da economia. A Selic é a referência para os CDIs – Certificados de Depósitos Interfinanceiros, o parâmetro da rentabilidade dos CDBs – Certificados de Depósitos Bancários, fundos de investimentos financeiros, título do Tesouro Direto e outros ativos de renda fixa.
A Selic deve terminar o ano no patamar atual de 13,75% e recuar para 11% ao ano em 2023, segundo a projeção dos analistas coletada pelo boletim Focus do Banco Central divulgado dia 22 de agosto passado. Os ativos de renda fixa prefixados tornam-se então os mais atraentes, caso persista o atual cenário de juros altos versus inflação em baixa. É sempre melhor aplicar no longo prazo com uma taxa elevada, quando os juros básicos oferecem perspectivas de queda.
Inflação recua
Associado à manutenção dos juros básicos elevados até o final de 2022 e o ligeiro recuo previsto para 2023 está a queda da inflação em agosto puxada, principalmente, pela diminuição dos preços gasolina (menos 16,8%). Essa queda ainda não está sendo sentida pela população que ainda sofre com as fortes altas dos preços dos alimentos e outros produtos de consumo essencial.
O IPCA-15 divulgado na metade de agosto apurou deflação de 0,73%, o que reduziu o acumulado da inflação dos 12 meses anteriores para 9,60% em agosto frente a 11,39% em julho.
A inflação no acumulado de 2022 deverá recuar para 6,82% e cair para 5,33% em 2023 segundo a projeção do boletim Focus. O Banco Central projeta a inflação para 6,55% no acumulado deste ano, em dezembro próximo, segundo o seu presidente Roberto Campos Neto.
A situação cambial do País continuava tranquila no final de agosto. O dólar comercial oscilava abaixo dos R$ 5,20 e deverá terminar o ano neste patamar segundo a projeção do Focus.
A balança comercial deverá encerrar o ano com superávit de US$ 67 bilhões. E os investimentos diretos externos podem somar US$ 58 bilhões. Esses valores são mais que suficientes para cobrir o déficit das contas externas (todo o movimento com o exterior do País) previsto em US$ 18,5 bilhões.
Outro fator altamente positivo pode alicerçar o desempenho da bolsa de valores. O Produto Interno Bruto (PIB) deve terminar 2022 com crescimento de 2%, bem acima das estimativas do início do ano. Analistas chegaram a projetar alta insignificante para o PIB ou até queda em 2022.
Bons dividendos
O índice Bovespa da B3, a bolsa de São Paulo voltou a superar o patamar de 110 mil pontos na segunda quinzena de agosto e reflete assim a ligeira melhora no ambiente de negócios.
Analistas apontam que algumas ações ligadas ao consumo estão com melhor potencial de alta. Entre elas, os papéis da Americanas, Magazine Luíza, Via e Natura. A conferir com máxima cautela.
Ao se aplicar em bolsa, além da reação dos preços das ações é preciso levar em conta também os dividendos yields pagos pelas empresas de capital aberto, as companhias. Esses dividendos são calculados com base na relação entre o valor do que foi distribuído aos acionistas e a cotação da ação em determinado período. Entre as companhias que ofereceram melhores dividend yields foram listadas por analistas a SYN (ex-Cyrela), Cia. Energética de Brasília, Petrobrás, Celg, Bradespar, Gerdau Metalúrgica, Marfrig Foods, Vale, Usiminas e Coelba.
Sempre é bom recordar que as aplicações em ações são de risco. O investidor “não profissional” deve aplicar com a máxima cautela e só uma parcela dos recursos que dispõe para investimentos. O aconselhamento por parte de analistas é sempre aconselhável. Além disto, é aconselhável o acompanhamento diário do mercado financeiro.
*Jornalista especializado em economia e finanças
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