O Conselho Federal de Economia (Cofecon) emitiu no dia 24 de fevereiro nota oficial na qual alerta que, apesar dos avanços recentes na redução da pobreza e da insegurança alimentar, o país ainda enfrenta grande desigualdade de renda e riqueza. A autarquia critica os efeitos da alta taxa básica de juros (Selic), que encarece o crédito, reduz investimentos, aumenta o endividamento das famílias, limita o crescimento econômico e impacta a relação dívida/PIB. Um novo aumento dos juros está previsto para a próxima reunião do Copom, no dia 19 de março.
É a seguinte a íntegra da nota do COFECON:
“A busca pelo desenvolvimento sustentável, econômico, social e ambiental é um objetivo crucial para a nação brasileira, especialmente tendo em vista a desigualdade de renda e riqueza prevalente, apesar dos avanços conquistados nos últimos dois anos na redução dos níveis de pobreza e de insegurança alimentar, por exemplo.
O crescimento da economia, condição indispensável para o desenvolvimento, é algo a ser igualmente preservado. O nível de atividade vinha se comportando acima das previsões do “mercado”. A preocupação é que a atividade econômica já registra forte desaceleração, risco de recessão e suas consequências.
O emprego tem reagido favoravelmente. O Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) registra que o país gerou saldo positivo de 3,1 milhões de empregos com carteira assinada em 2023/24. A taxa de desocupação, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 6,6% da População Economicamente Ativa (PEA) – a menor de sua história.
As consequências de uma Selic elevada são mais que conhecidas: encarecimento do crédito às empresas e redução do investimento produtivo; encarecimento do crédito às pessoas e redução do consumo; agravamento do endividamento das famílias; queda na geração de empregos; redução do crescimento do PIB; aumento dos gastos com juros da dívida pública para mais de R$ 1 trilhão em 2025; e, consequentemente, aumento da relação dívida/PIB.
Em 19 de março ocorrerá nova reunião do Copom e há a sinalização de novo aumento da Selic para, 14,25%, o que deve ser evitado, dadas as consequências já apontadas e, também, considerando as condições da economia brasileira e a estreiteza do centro da meta de inflação (3% ao ano). O Banco Central do Brasil (BCB) deve adotar medidas para a redução da taxa básica de juros (Selic), a qual tem permanecido recorrentemente dentre as mais elevadas do mundo, em termos reais.
Torna-se igualmente fundamental que as entidades empresariais da indústria, da construção civil e do comércio e as organizações democráticas da sociedade brasileira façam parte das consultas e interação que o BCB mantém com o sistema financeiro. É preciso democratizar as decisões da política monetária, especialmente da definição das taxas de juros, para garantir o desenvolvimento social inclusivo.“
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