A LCA também divulgou que “em reunião do comitê de política monetária (FOMC) realizada nesta 4ª-feira, dia 22, o banco central dos EUA (FED) decidiu manter a sua taxa básica de juros no intervalo de zero a 0,25% ao ano, preservando também o escopo e o volume de seu programa de relaxamento quantitativo via compra de ativos. A decisão veio em linha com a expectativa da LCA, mas frustrou parte do mercado que aguardava pelo anúncio do chamado tapering (a gradativa desaceleração do volume de compras de ativos). O comunicado da decisão trouxe duas mudanças de redação dignas de nota. A primeira foi reconhecer que o aumento de casos de Covid-19 retardou a recuperação dos setores mais prejudicados pela pandemia – provavelmente a principal razão para o adiamento do anúncio do tapering. A segunda alteração foi a inclusão de um trecho afirmando que, se a economia continuar a progredir em direção aos objetivos do FED, como se espera, “uma moderação no ritmo de compras de ativos pode ser necessária em breve” (sinalizando que o anúncio do tapering é iminente).
As projeções dos diretores do FOMC também sofreram algumas alterações importantes. Em relação ao crescimento do PIB, a mediana das estimativas para 2021 recuou de 7% para 5,9%, ao passo que a mediana para 2022 elevou-se de 3,3% para 3,8%. Com isso, as projeções do FED se aproximaram das projeções contempladas no cenário da LCA, que são de 5,6% e 3,8%, respectivamente. Já as projeções oficiais para a inflação sofreram relevante ajuste para cima, sobretudo para o curto prazo. A mediana das estimativas dos diretores do FOMC para a alta, em 2021, do núcleo do deflator do consumo das famílias (o core PCE deflator) passou de 3% para 3,7%; ao passo que a alta projetada para 2022 sofreu elevação mais comedida, passando de 2,1% para 2,3%.”
Destaca a LCA que “mais importante, houve elevação também na mediana das projeções oficiais para a taxa básica de juros, a FED Funds Rate (FFR). Dos 18 diretores do FOMC: três passaram a projetar duas elevações de juros em 2022; outros seis passaram a estimar uma elevação de juros no ano que vem; e os nove demais continuam a avaliar que o juro básico não subirá antes de 2023. Com metade do colegiado projetando ao menos um aumento de juros em 2022, a mediana das projeções para a FFR no final do ano que vem elevou-se de 0,1% para 0,3%. Já a mediana para 2023 passou de 0,6% para 1% — o que significa que as projeções oficiais passaram a apontar para quatro aumento de juros entre o final de 2022 e o final de 2023. A projeção para prazos mais longos não se alterou; e continua a contemplar FFR em 2,5% ao ano.
As projeções da LCA continuam a antecipar: (i) a redução cautelosa do volume de compras de ativos a partir da virada de 2021 para 2022, com o ” tapering ” devendo ser anunciado já na próxima reunião do FOMC, agendada para o começo de novembro; e (ii) o início de um ciclo de elevação da FFR a partir da virada de 2022 para 2023. O comunicado do FOMC e os ajustes nas projeções oficiais tendem a reafirmar essas nossas projeções.