Mauro Werkema
O turismo é a moderna resposta sócio-econômica à cultura. E ambos, Cultura e Turismo, atividades complementares, se tornam, conforme vão demonstrando análises das vocações e potencialidades de Minas Gerais, excepcionais riquezas do Estado capazes de gerar, em prazo não longo, um novo e forte surto de desenvolvimento com sua singular oportunidade de gerar e atrair investimentos e transformar realidades. E, em giro veloz por seu ciclo consumista e sua multiplicidade de serviços, criar trabalho, empregos e rendas, como mostram vários exemplos em todo o mundo. A disseminação desta consciência entre os agentes públicos e privados, que tem interface com os dois setores, é básica para alicerçar e ampliar iniciativas, esforços, investimentos, incentivos ao planejamento e à organização da imensa e rica herança natural, cultural e da biodiversidade mineiras, que se apresentam como efetivos destinos com muitos singulares, exemplares e únicos atrativos, que podem ser transformados em produtos turísticos competitivos.
Este convencimento sustenta-se em vários indicadores que integram um excepcional conjunto de fatores e patrimônios da nossa herança natural e histórica, conferindo a Minas Gerais posição competitiva, vantajosa e estratégica, como destino turístico, justificando esforços e mobilização de governos, estadual e municipais, e entidades que se organizam na imensa cadeia de serviços do Turismo e da Cultura. Está é uma importante constatação e que se apresenta como riqueza excepcional dos mineiros, a merecer prioridade por sua capacidade de gerar respostas socioeconômicas, rápidas em atividades sustentáveis. É, portanto, amparada em diagnósticos e estudos a afirmação de que Cultura e Turismo constituem, nos nossos dias, a riqueza maior do Estado.
Cabe listar os “diferenciais competitivos” que conferem “vantagens à atratividade” de Minas Gerais:
Localização central e mediterrânea nos mapas brasileira e sulamericano, trazendo competividade de acessos, custos e tempos;
Minas tem fronteiras com outros seis Estados, com muitas zonas de interseção territorial, cultural e econômica, representando escalas de competitividade, de atração e multliplicidade de ofertas e atrativos;
Localização no Sudeste Brasileiro, que abriga 45% da economia brasileira e onde situam –se os maiores centros emissores de visitantes e eventos;
Belo Horizonte, principal portão de entrada, está a uma hora de viagem aérea do eixo Rio-São Paulo, núcleos principais emissores de turistas. BH, novo “hub” aeroportuário, centraliza um triângulo cujos vértices estão em Brasília, capital política, Rio capital cultural e São Paulo, capital econômica;
A malha rodoviária mineira, ampla e interconectada, em Estado centralizado, com grandeeixos nacionais, é fator facilitador e competitivo de locomoção e acesso a variadas regiões e destinos atrativos;
Minas desponta, no contexto brasileiro, como o Estado de maior diversidade, quantitativa e qualitativa, na oferta de destinos e de produtos turísticos e culturais decorrentes de sua biodiversidade natural e formação histórica;
Ofertas integradas de roteiros e circuitos com atrativos e produtos do Turismo Histórico, Cultural e Artístico, Turismo Rural, Turismo de Aventura, Geoturismo, Turismo Gastronômico, Estâncias Hidro-climáticas, rica e criativa cultura popular e folclórica, exemplar artesanato, Turismo de Compras;
Existência de ofertas de hospedagem em todo o território, representando investimentos já realizados e que podem ser aprimorados;
É atividade com abrangência geográfica, em desconcentração territorial integrativa e distributiva, com resultantes sociais e econômicos mais justos;
Oferta exemplar de pousadas em fazendas e ambientes dos séculos XVII e XVIII, permitindo práticas e costumes da vida rural e interiorana;
Tradicional e reconhecida hospitalidade dos mineiros, herança de sua formação humanista e da solidariedade manifesta em vários momentos e aspectos de sua história;
Oportunidades de “study-journey”, com “mergulhos” em estudo e conhecimento de ocorrências raras da natureza, históricas, patrimônios edificados, biografias e processos específicos dos “meios e processos do modo de vier” dos mineiros e suas comunidades;
Para os municípios e seus gestores, é importante enfatizar:
Turismo é atividade que estimula o consumo de serviços e produtos de ampla cadeia de ofertas, em giro rápido e geração múltipla de receitas, públicas e privadas e nesta condição está sua importância socioeconômica distintiva capaz de transformar destinos em rápido processo:
É indispensavelmente limpo com seu patrimônio ambiental, preservador do seu patrimônio arquitetônico, artístico e urbanístico, agregador e intercambiador de processos civilizatórios e agregador pela interação convergente de vários segmentos dos destinos;
Exige, no entanto, e como fator determinante, a qualificação profissional e técnica dos prestadores de serviço dos atrativos, agentes de viagem, promoção e divulgação, da hotelaria, dos meios de alimentação, da informação e orientação que orientam o Turismo Receptivo;
A Mercadologia Turística exige, no entanto, formação técnica no planejamento, organização e gestão dos sistemas municipais receptivos, nas etapas de qualificação e preservação dos atrativos municipais, na atenção à qualidade dos serviços como principal condição de satisfação do visitante, sua organização como produtos turísticos, planos de recepção e orientação do visitante, promoção e divulgação, treinamento de recursos humanos, entre outros fatores que garantem sustentabilidade aos destinos por sua qualidade;
A criação de um Escritório de Projetos, sob coordenação dos órgãos de Cultura e Turismo do Estado, como agência de apoio, consultoria e orientação à organização dos negócios turísticos e atividades dos municípios, impõe-se como iniciativa fundamental para o fomento desta atividade na dimensão, necessidade e potencialidade desta excepcional vocação de Minas Gerais.
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