CONSULADO DA ITA?LIA EM BELO HORIZONTE e CASA FIAT DE CULTURA REVELAM NOVO OLHAR PARA AS PRAC?AS
CONSULADO DA ITA?LIA EM BELO HORIZONTE e CASA FIAT DE CULTURA REVELAM NOVO OLHAR PARA AS PRAC?AS
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Mercado Comum: Jornal on-line BH - Cultura - Economia - Política e Variedades
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CONSULADO DA ITÁLIA EM BELO HORIZONTE e CASA FIAT DE CULTURA REVELAM NOVO OLHAR PARA AS PRAÇAS, A PARTIR DE PERSPECTIVAS ESTÉTICAS, ARQUITETÔNICAS E SOCIAIS, NA EXPOSIÇÃO “PRAÇAS [IN]VISÍVEIS”

Mostra fotográfica virtual destaca caráter arquitetônico e histórico de 22 praças italianas, ao evidenciar sua importância social e cultural

Espaços de convivência, socialização, atividades comerciais e manifestações culturais, as praças sempre foram consideradas um ponto público de grande importância para as pessoas e as cidades. Contudo, quais contornos esses locais ganham quando um evento de impacto mundial impede as pessoas de saírem de casa? O que acontece quando os elementos vivos são retirados das praças? Esses e outros aspectos arquitetônicos, culturais e urbanísticos serão discutidos pelo Consulado da Itália em Belo Horizonte e pela Casa Fiat de Cultura, com apoio do Istituto Italiano di Cultura de São Paulo, na exposição virtual de fotografias “As Praças [In]visíveis”, em cartaz de 13 de julho a 12 de setembro. As fotografias e os textos podem ser contemplados no site da Casa Fiat de Cultura, por meio do hotsite criado especialmente para a mostra. Além dos registros autorais, a página conta com podcasts sobre as praças e um catálogo para download.

Na Itália, em Minas Gerais ou em qualquer lugar do mundo, a pandemia transformou o burburinho dos grandes centros urbanos em imensidão de silêncios, despertando um jeito diferente de enxergar as paisagens e a descoberta de diferentes desenhos da cidade. Com as praças, não foi diferente. Cenários simbólicos da convivência humana, elas ficaram, de repente, vazias. A mostra “As Praças [In]visíveis” propõe novo olhar sobre esses ambientes, ao reunir textos e imagens de 42 escritores e fotógrafos italianos, em diálogo que conecta cultura, beleza e cenários históricos, para revelar monumentos arquitetônicos que são verdadeiras obras de arte.

Ao perder, ainda que momentaneamente, a função social, as praças ganharam destaque sob outros aspectos, especialmente o arquitetônico. As linhas, os desenhos e os contornos deixam de ser moldura e se tornam primeiro plano, numa espécie de quadro visto de cima. Para destacar a beleza desses lugares, a exposição virtual “As Praças [In]visíveis” apresenta 21 fotografias autorais, acompanhadas de textos originais de escritores que têm alguma ligação com os espaços. As obras evocam memórias e experiências, em um convite para a reflexão sobre como nos relacionamos com os espaços urbanos de nossas cidades.

Cônsul da Itália em Belo Horizonte, Dario Savarese ressalta o caráter de encontro e centro de vivência política, econômica e social desses espaços para as cidades italianas: “Com a perda de sua função principal, as esplêndidas praças italianas, imortalizadas nesta exposição, nos convidam a fazer uma sugestiva viagem virtual em sua beleza, estimulando reflexões sobre esse momento único, por meio de histórias delicadas e íntimas”.

Para o presidente da Casa Fiat de Cultura, Fernão Silveira, abordar os espaços de convívio social e materialização da cultura e identidade de um povo, sob nova ótica, tem um valor especial. “A exposição virtual ‘As Praças [In]visíveis’ pretende mudar nosso olhar rotineiro em relação a esses espaços públicos, para observarmos o que está por trás deles. Quando o foco de nossas lentes está nas estruturas arquitetônicas, podemos perceber que, na verdade, vivemos em um verdadeiro museu a céu aberto, acessível a todos, e que precisamos vivenciar essa arte”, analisa.

Marco Delogu, fotógrafo e curador da mostra, aponta que uma sensação de expectativa e suspensão envolveu lugares e as pessoas que os ocupavam, desde março de 2020. Pela primeira vez, as praças, símbolos de difusa beleza italiana, tornam-se lugares imaginários. Ele conta que decidiu, então, unir fotógrafos e escritores, para criar histórias próprias e muito representativas. “A relação entre fotografia e literatura é longa e repleta de excelentes resultados. Este projeto é um exemplo disso, respeitando a autonomia das duas linguagens, trabalhando na tênue fronteira, em que os limites são abertos, e reforçando a relação entre visões diferentes”, explica.

O historiador britânico Joseph Rykwert também deu contribuições à mostra. Segundo ele, a Itália é considerada o país das 100 cidades. E, em cada uma delas, há uma praça, especialmente nas mais antigas, desempenhando um papel notável para a sociedade. Ele defende que, embora haja perda de essência com os esvaziamentos populacionais dessas praças, o espaço vazio “oferece uma oportunidade única de ver suas geometrias complexas e a própria estrutura, que a multidão diária tantas vezes esconde”.

A exposição “As Praças [In]visíveis” é uma realização do Consulado da Itália em Belo Horizonte e de Casa Fiat de Cultura, com apoio do Istituto Italiano di Cultura de São Paulo e do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocínio da Fiat e do Banco Safra, copatrocínio da Expresso Nepomuceno, da Sada e do Banco Fidis. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), do Governo de Minas e do Governo Federal, além do apoio cultural do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e da Brembo.

As Praças [In]visíveis

“As Praças [In]visíveis” apresenta 22 praças, em 21 fotos e 23 textos. Todo o material é original, criado especialmente para a exposição.

Piazza del Popolo, Roma

Uma das praças mais importantes e populares de Roma, fruto de várias intervenções por parte dos pontífices, que fizeram modificações e reestruturações ao longo dos anos. A praça teve sua configuração atual somente no século XVIII, e é cercada de prédios históricos, duas fontes e igrejas.

Piazza San Marco, Veneza

Única praça de Veneza, a San Marco é um dos poucos espaços urbanos em toda a Europa, em que as vozes das pessoas é maior do que o som do tráfego motorizado. É comum que a praça fique submersa pelas águas do Mar Adriático, já que é o local mais baixo da cidade. Apesar disso, sempre esteve apinhada de gente, admirando sua beleza e participando da vida cultural da cidade.

Piazza Navona, Roma

A Piazza Navona já foi um dos antigos estádios da Roma Antiga, e, apenas no século XV, começou a ganhar as características que tem hoje. Conta com três fontes: Quatro Rios, Fonte do Mouro e Fonte do Netuno, que são as maiores atrações do local.

Piazza Santa Croce, Florença

Cercada por palácios ilustres, como a casa Chiavacci, o palácio de Maffeo Barberini e a casa de Galileu Galilei, a Piazza Santa Croce abriga a maior igreja franciscana do mundo. Quem passa por lá também pode contemplar o monumento a Dante Alighieri, autor de “A Divina Comédia”, esculpido em 1865, por Enrico Pazzi.

Piazza di S. Maria in Trastevere, Roma

Uma das mais antigas igrejas de Roma dá nome à Piazza di S. Maria in Trastevere. A praça, que já foi refúgio de soldados romanos aposentados, tornou-se reduto de artistas que, aos pés da antiga fonte que faz parte da arquitetura do local, esperam pelo pôr do sol.

Piazza Carignano, Torino

Rodeada de edifícios barrocos, a Piazza Carignano é um dos lugares simbólicos de Torino e uma homenagem à família Savóia-Carignano. No centro da praça, como podemos ver na foto de Eva Frapiccini, quase que camuflado ao fundo, tem-se uma estátua dedicada a Vincenzo Gioberti, um patriota e filósofo italiano do século XIX.

Piazza Baldaccio, Anghiari

Com características medievais, a Piazza Baldaccio está entre as regiões de Toscana, Umbria, Emilia Romagna e Marche. A praça é rodeada de lojinhas, uma osteria e alguns charmosos cafés, e abriga uma escultura de Giuseppe Garibaldi, que fica de frente para a sua principal entrada.

Piazza del Duomo, Catania

A Piazza del Duomo leva esse nome por causa da Catedral de Santa Ágata (duomo é a palavra italiana para catedral). Ao centro da praça, encontra-se a Fonte do Elefante, monumento composto de pedra vulcânica. Espaço de encontro e de descanso, a praça também é caminho para os eixos históricos de Catania, incluindo a rua Vittorio Emanuele II, que atravessa a cidade.

Piazza della Signoria, Firenze

Piazza della Signoria é a praça central de Florença. Construída em formato de “L”, é rodeada de prédios históricos e monumentos, o que confere ao espaço o status de galeria de arte ao ar livre. Lá se encontra, por exemplo, uma reprodução do famoso “David”, de Michelangelo, com mais de cinco metros de altura, e a Fonte de Netuno.

Piazza del Popolo, Todi

A Piazza del Popolo fica no ponto mais alto da cidade e conta com um dos mais interessantes complexos medievais da Itália. A praça é cercada por prédios históricos e, embaixo dela, há um sistema de cisternas que data do período Romano.

Piazza del Duomo, L’Aquila

A Piazza del Duomo é a sede episcopal da Arquidiocese de L’Aquila. É a sede de poder religioso e, também, a praça mais importante da cidade. É palco dos principais eventos realizados em L’Aquila e abriga catedrais e duas pontes monumentais, de autoria do escultor Nicola Dantino.

Piazza Sebastiano Satta, Nuoro

Projetada na década de 1960, pelo artista plástico Constantino Nivola de Orani, a Piazza Sebastiano Satta homenageia o poeta homônimo. A obra arquitetônica realça as características geográficas e culturais do interior que foram simbolicamente incorporadas pelo poeta e imortalizadas em seus versos.

Piazza Baracca, Lugo

A Piazza Baracca é uma homenagem a Francesco Baracca, aviador da Primeira Guerra Mundial, que pintou um cavalo empinado no avião – imagem que passou a ser usada pela Ferrari, em 1932. Ao centro da praça, um monumento elaborado por Domenico Rambelli representa Baracca, em uma estátua de bronze com quase seis metros de altura.

Piazza dei Martiri, Carpi

Uma das maiores praças da Itália, a Piazza dei Martiri foi elaborada no período renascentista. O nome atual é uma homenagem à memória de 16 pessoas massacradas no local, no período do fascismo. Tem um pórtico margeado por 53 colunas e a igreja de Santa Maria Assunta.

Piazza Sant’Antonio Nuovo, Trieste

Considerada o coração da cidade, a Piazza Sant’Antonio Nuovo abriga a igreja ortodoxa Sérvia de Santo Spiridion Taumaturge e a Igreja Diocesana de Santo Antônio Novo. Além do aspecto religioso, atualmente, a praça é famosa por bares, restaurantes e mercados.

Piazza del Popolo, Ascoli Piceno

Após um período de abandono, a Piazza del Popolo foi remodelada no século XVI. As diversas restaurações, feitas ao longo dos anos, basearam-se em princípios de elegância, proporção e harmonia. A praça é toda feita em mármore travertino e está rodeada de construções renascentistas.

Piazza delle Carceri, Prato

A Piazza delle Carceri tem, como destaque, uma basílica – que dá nome à praça – e o Castelo do Imperador. O espaço é um exemplo de arquitetura medieval e renascentista, com linhas geométricas e amplo espaço aberto.

Piazza Benedetto Brin, La Spezia

Piazza Benedetto Brin tem esse nome por causa do próprio fundador. No século XIX, Brin criou o maior arsenal militar do reino. Em volta, foi construída uma cidade e, ao centro, a praça. No século XX, o local ganhou novos elementos arquitetônicos, como as torres sineiras da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, que fica nesta praça. Ainda hoje, recebe muitos visitantes, que passam por lá para apreciar suas lojas e cafés.

Piazza Vittoria, Napoli

O nome da Piazza Vittoria faz alusão à Batalha de Lepanto, de 1571 – conflito naval entre cristãos e turcos. A Igreja de Santa Maria da Vitória, construída em 1572, é um agradecimento dos cristãos pela vitória. Além dos elementos arquitetônicos e históricos, a praça é um importante centro de transporte urbano, com rede de bondes que cruzam a cidade.

Piazza San Nicola, Bari

A Piazza San Nicola abriga a igreja de arquitetura românica de mesmo nome, datada do século XII. Até hoje, a igreja preserva relíquias de São Nicolau de Myra, figura que deu origem ao Papai Noel. Entre os detalhes ornamentais do edifício, é possível encontrar entalhes com influência árabe, bizantina e clássica.

Piazza Duomo, Milano

Local que abriga a famosa Catedral de Milão – uma das mais belas catedrais góticas do mundo –, a Piazza Duomo é um dos pontos mais movimentados da região. Além da suntuosa igreja, quem passa por lá pode ver o monumento equestre de Vittorio Emanuelle II, diversos cafés, lojas e restaurantes.

Piazza Scossavalli, Roma

Os processos de urbanização da cidade provocaram grandes revoluções arquitetônicas em Roma. Uma dessas mudanças foi o desaparecimento da Piazza Scossavalli. Foi completamente demolida em 1930, para dar lugar à Rua da Conciliação, que liga o Castelo de Santo Ângelo à Praça de São Pedro. Embora esteja, de fato, invisível, essa praça faz parte da mostra como exemplo de mudanças constantes em um organismo tão vivo quanto são as cidades.

Marco Delogu, o curador

Marco Delogu nasceu em Roma em 1960. Fotógrafo, curador e editor, vive e trabalha em Londres e na região de Maremma, na Toscana. Foi fundador do FOTOGRAFIA – Festival Internacional de Roma, o qual dirigiu em todas as suas 16 edições, entre 2002 e 2017. Atuou, ainda, como curador dos 18 projetos da Comissão Roma, idealizada por ele em 2003. Em 2006, fundou a editora Punctum. De 2015 a 2019, foi diretor do Instituto Italiano de Cultura de Londres. Exposições de seus trabalhos foram realizadas na Itália e no exterior, nos principais museus e galerias particulares – dentre os quais, Villa Medici, em Roma; Warburg Institute, em Londres; Galeria l’Attico, em Roma; e Multimedia Art Museum; em Moscou. Seus livros monográficos foram publicados pelas principais editoras italianas e estrangeiras, tais como Einaudi, E/O, Bruno Mondadori e Koenig Books.

Escritores: Edoardo Albinati, Carlo Carabba, Francesco Cataluccio, Liliana Cavani, Benedetta Cibrario, Marcello Fois, Giovanni Grasso, Helena Janeczek, Nicola Lagioia, Jhumpa Lahiri, Margherita Loy, Matteo Lafranconi, Maurizio Maggiani, Valerio Magrelli, Salvatore Silvano Nigro, Clio Pizzingrilli, Elisabetta Rasy, Eduardo Savarese, Caterina Serra, Giorgio van Straten, Sandro Veronesi, Francesco Zanot, Joseph Rykwert.

Fotógrafos: Olivo Barbieri, Jacopo Benassi, Luca Campigotto, Michele Cera, Giovanni Cocco, Alessandro Dandini, Eva Frapiccini, Claudia Gori, Alice Grassi, Stefano Graziani, Raffaella Mariniello, Daniele Molajoli, Luca Nostri, Margherita Nuti, Francesca Pompei, Flavio Scollo, Luca Spano, George Tatge, Paolo Ventura.

A exposição prevê podcasts com curiosidades e informações sobre as 22 praças retratadas na mostra. No percurso virtual, o visitante pode ouvi-los enquanto navega pelas fotos e pelos textos disponibilizados na galeria online, em formato inédito de mediação.  O visitante também poderá levar um pouco da experiência da exposição para a casa. Será disponibilizado um catálogo digital de “As Praças [In]visíveis”, com os textos e as fotos criados para a mostra. O download é gratuito e poderá ser feito na página da exposição, no site da Casa Fiat de Cultura. Nas redes sociais, serão compartilhados, ainda, vídeos e outros conteúdos.

SERVIÇO

Exposição virtual – As Praças [In]visíveis

Em cartaz de 13 de julho a 12 de setembro

Uma realização do Consulado da Itália em Belo Horizonte e da Casa Fiat de Cultura, com o apoio do Istituto Italiano di Cultura de São Paulo

Informações

(31) 3289-8900 – www.casafiatdecultura.com.br[email protected]

facebook.com.br/casafiatdecultura

Instagram: @casafiatdecultura

Twitter: @casafiat

YouTube: Casa Fiat de Cultura

Circuitoliberdade.mg.gov.br

Consulado da Itália em Belo Horizonte

www.consbelohorizonte.esteri.it

www.instagram.com/italyinbh

www.twitter.com/italyinbh

www.youtube.com/c/ConsolatodItaliainBeloHorizonte

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