Autor: Paulo Queiroga

Não é surpresa para ninguém que a costa mediterrânea compõe um dos mais charmosos destinos de litoral do mundo, como Cannes, Saint Tropez, Mônaco, Nice, na região conhecida como Costa Azul ou Côte d’Azur, também chamada de Riviera francesa.

Particularmente, merece destaque a pequena cidade de Cassis, que fica entre as cidades de Marselha, (20 km) e Toulon, na Região de Provence, próxima à fronteira com a Itália. 

Cassis oferece um cenário genuíno de natureza, História, castelos medievais, praias, cultura e um ambiente urbano alegre, digno de ser vivido e saboreado, especialmente na temporada de primavera e verão, entre os meses de abril e setembro.

Sua história, contada pelos antigos romanos, registra o povoado local desde os séculos VII ou VI a.C., habitada pelos Lígures, que viviam da caça, pesca e agricultura. Os vestígios de suas ligações com a atual cidade de Marselha, fundada pelos Fenícios, exímios navegadores da antiguidade, faz deduzir que tenha havido ali influência grega e dos próprios fenícios. 

O porto da antiga vila de pescadores e agricultores compunha a rota marítima do Imperador romano, Antonino Pio, no segundo século de nossa era, onde se comercializavam corais, peixes, frutos do mar e compartilhavam mercadorias trazidas do Norte da África e do Oriente Médio, fazendo da região também um dos portais de comércio para a Europa. 

Como ocorreu em praticamente toda a Europa, as invasões dos povos germânicos, entre os séculos V e X, obrigaram a população de Cassis a procurar abrigo na cidadela fortificada no alto da colina, um imponente castelo, uma das atrações imperdíveis pela vista e pela estrutura da fortaleza.

No século XVIII, principalmente após a Revolução Francesa, Cassis retoma suas atividades econômicas voltadas para o porto, para o mar e a exploração de pedreiras para fabricação de cal e cimento. 

Uma curiosidade é que a pedra que sustenta a base da estátua da Liberdade, em Nova York, um presente dado aos Estados Unidos pela França, é construída com a pedra importada de Cassis.

Atualmente, a população vive, principalmente. do turismo. Mas, guarda bem guardada sua tradição de uma pequena vila pesqueira, a despeito do grande volume de turistas nas temporadas e do excelente serviço de receptivo, como resorts, hotéis e restaurantes de todos os níveis. Além de pequeno comércio, a cidade é produtora de azeite de oliva e vinho de excelente qualidade, com Denominação de Origem Controlada (DOC). 

Entre as maravilhas naturais de Cassis e que mais impulsionam o turismo, destacam-se o tom azul esverdeado do mar Mediterrâneo contrastando com os impressionantes Calanques e Cabo Canaille, atualmente, um dos dez Parques naturais da França. 

Calanques são enormes penhascos rochosos, semelhantes aos fiordes da Noruega, Nova Zelandia e Chile. Eles têm mais de 500 metros de altura e um branco reluzente. Sua beleza incomparável se dá com a variação dos tons da pedra com o movimento diário do Sol. Harmonizando com a água cristalina em tom de esmeralda, este cenário indescritível pode ser avistado das dezenas de mirantes em torno da cidade. 

Uma caminhada descompromissada no centrinho urbano de Cassis à beira do porto, os barquinhos ancorados no cais, a praia com areia fina (coisa rara no litoral mediterrâneo) e as casinhas à beira do porto dão ao conjunto um mosaico de cores vivas. Passear ou se perder nas ruelas estreitas e coloridas do seu centro completam um espetáculo visual incomparável.

Sobre Cassis, o escritor francês Frederic Mistral, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1904, registra: Qu’a vist Paris, se noun a vist Cassis, pou dire: n’ai rèn vist”. Numa tradução livre, significa: quem viu Paris, se não viu Cassis: não viu nada. 

Cassis é uma pequena e inesquecível joia no litoral mais famoso do mundo.

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De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum

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