Em clima de globalização, o mundo financeiro dá voltas cada vez mais rapidamente. Nas últimas semanas os acontecimentos tomaram uma direção, foram em outro rumo, mudaram novamente. Foi da apreciação do real até uma grande preocupação com a forte recuperação do dólar frente a nossa moeda, com a crise grega e consequente exposição de bancos europeus, até um novo alento com a criação na comunidade europeia de um fundo de resgate para países da região em dificuldades.
No Brasil, as previsões sobre a inflação mostram que a meta fixada pelo governo será ultrapassada, tornando-se coerente com as expectativas do mercado. O nosso Banco Central reduziu a projeção de crescimento do PIB de 4% para 3,5% neste ano, preocupando-se com a desaceleração internacional.
Mas há um forte sentimento, aqui e no exterior, de que o Brasil passará pela atual crise de uma forma bem melhor do
que em 2008. Alguns sinais reforçam isso. Por exemplo, a elevação para positiva da nota soberana do nosso País, tanto em moeda local como em moeda estrangeira, pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poor’s. A S&P considerou que “os fatores que garantem a estabilidade macroeconômica do País continuarão se fortalecendo nos próximos anos, com redução gradual das limitações fiscais e do risco a choques externos”. Boas perspectivas de crescimento a longo prazo, combinado com a melhora da liquidez externa e a expansão do mercado de capitais local podem reforçar a capacidade do governo de gerenciar mudanças repentinas e adversas nas condições econômicas globais, entendeu a agência.
Outra agência internacional de análise de risco, a Fitch, avaliou que a perspectiva para a economia brasileira é de uma
expansão de 3,7% em 2011, de 4,2% em 2012 e de 4,5% em 2013. O efeito acumulado de uma séria crise econômica na China e nos EUA, nossos maiores parceiros comerciais, frearia o ritmo mas não eliminaria o crescimento do Brasil, concluiu a Fitch.
Um estudo realizado pela consultoria Economática, por solicitação do jornal Brasil Econômico, mostrou que as empresas Apesar de tudo, boas oportunidades na bolsa brasileiras nunca tiveram tanto dinheiro em caixa como no final
do primeiro semestre de 2011. A mais recente turbulência nos mercados pegou as companhias abertas locais com R$ 252 bilhões na conta ou em aplicações de curto prazo. O volume é 43% maior que o que elas tinham em setembro de 2008, quando estourou a crise financeira internacional.
Segundo a Economática, “com esses recursos à mão deve ser mais fácil a travessia das companhias por esse momento
de turbulência nos mercados financeiros, principalmente se houver piora das condições econômicas e aperto de crédito”.
Entre as empresas ouvidas, nenhuma pretende frear, ao menos por enquanto, os projetos de investimento ou
aquisição previstos.
Outro estudo mostrou aumento de quase 40% nos resultados das empresas mais lucrativas entre as listadas na
BM&FBovespa. Pode haver alguma alteração nesse quadro, caso um agravamento da crise mundial reduza a demanda
por commodities, afetando aquelas com foco predominante no mercado externo. Mas, dependendo do perfil da companhia, é possível compensar isso no mercado doméstico.
A bolsa brasileira tem sido afetada em meio à crise que atingiu os mercados internacionais, mas, como se sabe, riscos
também oferecem chances de maiores ganhos. Não se pode perder de vista de que muitas ações de empresas brasileiras estão sendo negociadas abaixo do seu valor patrimonial, ou seja, boas oportunidades é que não faltam para quem investir no mercado de capitais.
José Domingos Furtado
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