Há, por maior que seja o otimismo que o ministro Paulo Guedes queira demonstrar, um incontestável agravamento da crise econômica no país. Não é, com certeza, um problema apenas do Brasil, mas enfrentamos problemas peculiares e que, como na maioria das outras nações, não podemos atribuir apenas à pandemia. Os últimos números de setores importantes de nossa economia, como indústria e serviço, vêm apresentando, deixam evidentes os riscos de uma recessão, ou no mínimo de uma estagflação em 2022. Seja o que for, não será um ano fácil para o país e que joga sombra em 2023, quando estaremos vivendo o início de um novo governo, mesmo que ocorra a reeleição de Bolsonaro.
É que já há muito o que fazer hoje e nada, absolutamente, nada tem sido feito. O país está parado, como resultado de uma campanha eleitoral antecipada e de baixo nível, e a única coisa previsível é a radicalização da disputa, situação que, neste momento, interessa diretamente aos extremos que lideram as pesquisas e que, estranhamente unidos, trabalham para evitar a consolidação de uma terceira via, fatal à pretensão de ambos. Mas é este trabalho de contenção de novas candidaturas que tem provocado apreensão e insegurança nos agentes econômicos- sem nos esquecermos de que a incerteza é o prato predileto dos especuladores- e desestabilizado a maioria dos setores da economia, isto sem contar no receio que nosso governo, e sua oposição sem projetos, causam aos investidores internacionais.
Não somos, ao contrário do que os otimistas profissionais e os bajuladores de governos tentam fazer parecer, o paraíso para investimentos sonhado pelos grandes investidores. Temos riquezas naturais sim, mas temos uma pobreza estrutural que anula boa parte do que a natureza, com as bênçãos dos céus, colocou nesta terrinha chamada Brasil. Precisamos começar mais seriamente, a buscar solução para os nossos problemas e entender que somos nós a causa deles. – (Fonte: BLOG DO PCO – 15.11.2021)