Entrevista – Fernando Gilberti
Fundado em fevereiro de 2003, para estruturar o cenário político das eleições municiais do ano seguinte, o Instituto Olhar foi criado pelo saudoso e renomado filósofo e cientista político, Dr. Luis Aureliano Gama de Andrade. Com experiência emestratégicas como gestão pública e planejamento de governos, ele pretendia empreender em projetos que viabilizassem informações confiáveis e assertivas.
Passados 15 anos de intensa atividade e de aprimoramentos, os valores não mudaram. No entanto, ao invés de atuar exclusivamente no setor político, a empresa passou a desenvolver projetos para empresas e outros tipos de organizações, segundo o diretor de Marketing e Projetos, Fernando Gilberti. Graduado em Administração e Marketing, mestre em Administração com formação na linha de pesquisa Tecnologias Gerenciais, especialista em Marketing, Comportamento do Consumidor e Pesquisas de Mercado, ele é professor de Pesquisa e de outras disciplinas de programas de pós gradação do IBMEC, PUC Minas e Fumec.
Atenta à evolução do mercado e do seu setor de atuação, a empresa fundou a Olhar Digital, especializada em processos de pesquisa mais modernos e tecnológicos, como painéis virtuais, mobile ethnography (etnografia móvel, com base em sistemas eletrônicos), Eye Tracking e Facial Coding (ferramentas de neuromarketing), Netnografia (estudos etnográficos adaptados ao ambiente online), comunidade online,
dentre outros.
Qual é o foco dos projetos desenvolvidos pelo Instituto Olhar?
Logo no primeiro ano de atividades, o Instituto Olhar passou por uma provação que mudou os rumos e o foco do negócio após a constatação de que mercado eleitoral tende a se preocupar muito mais com a conveniência de resultados de pesquisa que favoreçam os candidatos que sobre a qualidade e confiabilidade dessas informações.
Como a empresa nunca se vendeu, nunca manipulou resultados e sempre se manteve firme em suas convicções se valores – qualidade e confiabilidade – foi realizada a reestruturação do negócio e um reposicionamento de mercado, por meio de pesquisas direcionadas ao ambiente corporativo como oportunidades de negócios, avaliação de desempenho, imagemetc.
Consolidado, o Instituto ingressou na área de projetos de altíssimo rigor metodológico, como estudos científicos e governamentais de grande porte.
O Instituto compete em um terreno de “gigantes”. Como vocês lidam com isso?
Atuamos em um mercado muito competitivo, onde existe a pulverização de empresas de pesquisa de menor porte, algumas muito especializadas ou segmentadas em determinados mercados e institutos de grande porte.
A estratégia de trabalho do Instituto Olhar está na realização de pesquisas customizadas, de todos os portes, com baixo e alto nível de complexidade, nos mais diversos temas, para buscar a melhor resposta para os problemas apresentado, com qualidade e confiabilidade.
A formação técnica dos profissionais e as metodologias adotadas, com foco em controle e registros audíveis, estão entre os nossos diferenciais. Destaco, ainda, que todos os projetos são conduzidos por sócios da empresa.
Não temos medo de informar falhas no processo de pesquisa a nossos clientes (lidamos com pessoas) e cada erro é informado, avaliado e corrigido imediatamente. O que mais queremos é que nossos clientes possam confiar em nós e nas informações que fornecemos a eles.
Quais os desafios do Instituto para 2018, um ano eleitoral?
Para o mercado eleitoral, nosso foco são as “pesquisas de confirmação”. O trabalho do Instituto Olhar do o candidato quer saber a verdade e apurar os resultados reais do cenário eleitoral, para fazer o seu planejamento de campanha.
Algum projeto de destaque que o Sr. gostaria de comentar?
Apesar da crise econômica brasileira, o Instituto Olhar passou ileso por esse período porque nos preparamos previamente. Entre os projetos realizados, destaco a pesquisa ELSI Brasil, (vinculado ao programa internacional ELSA), um estudo internacional que visa acompanhamento da qualidade de vida e saúde da população idosa que é realizada também na China, EUA, Inglaterra etc. No Brasil, é conduzida pela equipe da FIOCRUZ e realizada pelo Instituto Olhar, com 10 mil entrevistas realizadas com o mais alto rigor metodológico em todo território nacional.
Podemos citar as pesquisas de nacionais de imagem da Petrobras, onde realizamos avaliações continuada trimestrais desde 2016. Também desenvolvemos projetos interessantes no mercado educacional, para investidores e companhias estrangeiras interessadas em investir ou expandir sua atuação no Brasil.
Há, também, a pesquisa para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e projetos continuados para clientes como Ambev, Infraero, Fiemg, Fundação FIAT, Unimed e Revista Mercado Comum.
Em que as pesquisas de mercado auxiliam as empresas e a sociedade?
Eu costumo falar com meus alunos que “na era da economia da informação, é impensável que as organizações se baseiem apenas nos insights criativos de profissionais que não possuem tempo nem oportunidades para conhecer a fundo o perfil, necessidades e desejos
de seus potenciais clientes”.
A informação é o processo chave para a tomada de decisão assertiva. Se o seu custo de erro for maior que o investimento de pesquisa, não tenha dúvidas que este é o melhor caminho para tomar decisões seguras e corretas.
As companhias que têm os melhores desempenhos são as que possuem um Sistema de Informação mais apurado, que conciliam registros internos (dados internos), inteligência de marketing (dados externos) e pesquisa de mercado. A informação é a chave para o
sucesso.
Como o Sr. observa hoje o seu setor de atuação?
Recentemente, com a escassez de projetos do governo (uma série de desinvestimentos em informação foram feitos para contenção de despesas, o que pessoalmente considero um erro, pois informação é investimento), as concorrências públicas, normalmente conduzidas
pelo processo de pregão eletrônico, têm atingido patamares de preços que por vezes consideramos inviáveis de serem atendidos com qualidade e confiabilidade. Assim, temos optado por fortalecer parcerias com empresas privadas que primam pela qualidade da informação.
O setor registrou muitos ganhos tecnológicos em equipamentos e sistemas de pesquisa, que proporcionam maior dinâmica, controle e segurança aos projetos de pesquisa. Hoje é possível rastrear os profissionais para certificar que realizaram entrevistas nos locais designados, nos horários determinados e aplicar lógicas para correta aplicação dos questionários. O maior ganho é a gravação dos áudios, que mantêm um registro formal do trabalho realizado e podem ser auditados pelos clientes, afim de certificar todo o processo realizado.
Quantos empregados? Há possibilidade de contratação? Qual o perfil profissional desejado?
A equipe fixa da empresa é de 12 profissionais, entretanto há contratações temporárias. Atualmente são mais de 76 colaboradores do gênero alocados em projetos por todo o Brasil.
Internamente em um quadro mais fixo, temos demandas profissionais de estatística, sociologia, comunicação ou marketing e administração.
No entanto, todos eles devem compartilhar nossos valores.
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