Prêmio concedido pela FIEMG foi entregue no dia 23 de maio, em Belo Horizonte, com a presença do governador Romeu Zema
O diretor-presidente do Grupo Energisa, Ricardo Botelho, que recebeu o prêmio Industrial do Ano, defende que a recuperação da economia brasileira passa pela retomada da indústria, pela promoção da inovação e pela criação de um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento dos negócios. A premiação, concedida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), reconhece empresários que contribuem para o desenvolvimento do estado e do Brasil.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, compareceu ao encontro e defendeu que o estado deve fazer as atribuições básicas de educação, segurança e saúde, e não empreender. “Se fizéssemos isso adequadamente a população estaria extremamente satisfeita”, afirmou. “O estado no Brasil se transformou em um agente de restrição ao desenvolvimento, e não propulsor”. Ele citou a simplificação da tributação no estado e a agilização das licenças como medidas que já estão sendo implementadas em Minas. “A única coisa que eu gostaria de deixar como marca do meu governo é essa mudança de mentalidade. O principal agente de desenvolvimento não é o estado, é o setor privado.”
Em seu discurso, Ricardo Botelho, defendeu que o caminho para “tirar o freio da economia tradicional de Minas” passa pela adaptação das empresas à próxima revolução industrial. “Uma base de empresas inovadoras alicerçadas nas vocações regionais nos permitirá retreinar nossa mão-de-obra e prepará-la para o futuro digital”, disse, destacando o papel do SENAI e outras instituições de ensino de excelência que têm papel relevante nessa transformação. “Esse é o momento de nós, empresários, olharmos para o futuro e trabalharmos para a criação da união das redes de indústrias, fortalecendo os principais elos produtivos do nosso estado e criando outros novos”, conclamou.
Ele destacou algumas das contribuições que a Energisa tem legado à economia mineira. Para 2019, o Grupo prevê um investimento de R$ 78,5 milhões na Energisa Minas Gerais, distribuidora com sede em Cataguases e que atende a municípios da Zona da Mata. A cidade também abriga a Central de Serviços Energisa (CSE), o 5º maior centro de serviços compartilhados do Brasil e que atende a todas as empresas do Grupo Energisa. Dentro do CSE, também foi inaugurada este ano a Fábrica de Softwares, empregando 350 pessoas.
Essas iniciativas funcionarão com o alicerce de um projeto maior: o Rio Pomba Valley, um ecossistema para alavancar o desenvolvimento regional na direção da chamada nova economia. Além da tecnologia, a empresa também segue com investimentos em cultura e produção audiovisual. “No último decênio, investimos R$ 32,5 milhões, impactando 30 projetos culturais, 27 projetos audiovisuais e mantendo espaços culturais na região. Em 2019, a previsão de investimento no Polo de Audiovisual da Zona da Mata é de R$ 11,4 milhões”, detalha Botelho, ressaltando que o impacto estimado na economia foi de R$ 29 milhões desde a criação do Polo e que mais de 1.500 pessoas foram contratadas localmente para as produções.
Entretanto, Botelho ressaltou que para superar o cenário hostil à livre iniciativa, é necessário reformar o ambiente de negócios. “Nossos atletas empresários são obrigados a competir carregando em suas costas o peso do Estado obeso, avantajado”, afirmou. “Para bem da nossa indústria é necessário atacar imediatamente os custos ocultos, as normas bizantinas e obrigações acessórias que travam os negócios nacionais”.
Ao falar especificamente da situação mineira, Botelho lista como objetivos a serem alcançados a busca do equilíbrio fiscal, a melhoria dos serviços sociais básicos, a implantação de um plano de redução de desigualdades e a melhoria da qualidade de vida da população mais pobre.
No evento, também foram premiados o CEO e chairman da MRV Engenharia, Rubens Menin Teixeira de Souza, agraciado com a medalha de Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Outros 15 industriais também foram homenageados com o Mérito Industrial.
“Ser indicado ao Mérito Industrial é uma honra. Considero como um reconhecimento ao meu trabalho, como empresário que trabalha para que o Brasil seja um país mais justo e próspero”, afirma. “Receber essa comenda criada em 1958, que já agraciou grandes nomes da indústria brasileira, renova meu ânimo de sempre trabalhar junto à FIEMG para que tenhamos uma indústria nacional cada vez mais forte, inovadora e respeitada”, ressalta Menin, lembrando que o setor industrial é a mola propulsora do país.
O empresário começou a empreender ainda jovem e em 1979, recém-formado no curso de Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), criou a MRV. Menin não estava sozinho nesta empreitada e contou com a parceria de Mário Lúcio Pinheiro Menin e Vega Engenharia Ltda., seus sócios.
Atualmente, a MRV é considerada uma das maiores incorporadoras e construtoras brasileiras nos segmentos de empreendimentos residenciais populares em número de unidades incorporadas e cidades atendidas. Com 39 anos de atuação no mercado, a companhia atua, principalmente, no programa habitacional Minha Casa Minha Vida e está presente em 158 cidades de 22 estados.
Além do trabalho realizado na MRV, Menin é um dos fundadores da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Na associação, o empresário trabalha o aprimoramento do processo de incorporação no Brasil. Atua também para a ampliação do debate sobre o aperfeiçoamento das relações de trabalho do setor, a simplificação da legislação, além do equilíbrio entre as relações empresa, governo e consumidor.
Multifacetado – Rubens Menin está à frente de diversas iniciativas. O engenheiro é presidente do Conselho de Administração e fundador da LOG Commercial Properties. Também é o fundador da empresa Urbamais, que é especializada na construção e comercialização de loteamentos urbanos inteligentes e do AHS Development Group, empreendimento com sede em Miami que atua na incorporação, construção e locação de propriedades residenciais e comerciais.
“Essa homenagem não é apenas a mim, mas também para todos os produtores brasileiros”, afirma Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura e atualpresidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), ao saber que vai receber a comenda Construtor do Progresso, concedida pela FIEMG. “Estou encarando como um reconhecimento pelo esforço de mais de 50 anos no desenvolvimento da agricultura tropical no Brasil”, celebrou.
A entrega da homenagem será feita no dia 23/05, na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, durante a solenidade do Dia da Indústria 2019. A medalha é o reconhecimento do setor industrial ao trabalho pelo desenvolvimento do cerrado brasileiro realizado por Paolinelli. Dentre as muitas atuações na área, o presidente-executivo da Abramilho é reconhecido por modernizar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Fui apenas uma peça em uma grande engrenagem, cujo objetivo foi desenvolver uma política de inovação para os agricultores brasileiros”, pondera.
O mineiro de Bambuí, formado em Agronomia pela Escola Superior de Agronomia de Lavras (Esal), foi também o responsável pela criação de assentamentos para 720 produtores. “Assim eles começaram a caminhada pela conquista do cerrado. Transformamos o bioma em uma das áreas mais produtivas que o mundo já conheceu”, afirma, lembrando que foi por meio desses e de outros instrumentos que o Brasil se tornou imbatível na produção agrícola tropical.
Dentre as inúmeras homenagens já recebidas por Paolinelli, está a World Food Prize (2006), que é uma premiação equivalente ao Nobel da Alimentação.
Dia da Indústria – Criado em 1957, pelo presidente Juscelino Kubitschek, o Dia da Indústria foi uma homenagem a Roberto Simonsen, patrono da indústria nacional. No mesmo ano, a CNI criou a Medalha do Mérito Industrial, para homenagear industriais de destaque na cena nacional. A FIEMG passou a celebrar a data três anos depois, em 1960, na gestão de Fábio de Araújo Motta, presidente da FIEMG à época.