Como será a vida depois do COVID-19?
A América Latina se parece com o Reino Unido e a Espanha
O consumo de mídia no Brasil e no México cresce principalmente entre os grupos mais jovens
81% dos latino-americanos estão muito preocupados, e cresce a preocupação com a economia
A adaptação ao novo cenário mundial devido ao COVID-19 é uma oportunidade de reinvenção, transformação e adaptação. O impacto econômico, social, político e cultural afetará diretamente a nova realidade dos consumidores e suas demandas em toda a cadeia. Portanto, é importante entender em detalhes o que isso implica e as oportunidades que o novo mundo enfrenta.
Como o consumo se moverá?
Vemos que os padrões latino-americanos são semelhantes aos do Reino Unido e da Espanha. Hoje, são menos visitas aos pontos de venda, o que resulta em maiores compras por viagem, ou seja, quanto mais a frequência de compras diminui, maior o tamanho do carrinho, como observado na Argentina e na Colômbia.
“À medida que os estilos de vida se transformam, temos a tarefa de imaginar como seria a vida em semanas, meses e anos. Em abril, observamos que o importante era garantir disponibilidade para minimizar estoques, os consumidores priorizaram novos canais (e-commerce) e a resposta a novas necessidades teve que ser otimizada como consequência da mudança de hábitos. De maio a junho, a estratégia do canal deve ser adaptada às novas regras de distanciamento social, além de atender as preocupações dos consumidores e as novas necessidades de crescimento das marcas”, explica Cecilia Alva, Client & New Business Director Latam Worldpanel Division.
Quais temas preocupam os latino-americanos?
No final de março, o que mais os sobrecarregou foi a saúde, mas à medida que o confinamento progredia isso mudou. No início de abril, vimos que 81% da população estava muito preocupada com a economia, principalmente em países como o Chile, Colômbia, Equador e México.
“O novo mundo começa com mudanças de hábitos, como o que você planeja gastar, 36% da população declarou que economizará para emergências, 21% irá pagar dívidas, destaque para Brasil e Argentina, e 14% investirá na compra de produtos para o lar”, acrescentou Valeria Berlfein, Expert Solution Director Latam Worldpanel Division.
Um novo comprador surge com as suas novas preocupações, e com ele novas formas de receber e interagir com a comunicação, razão pela qual vemos uma adaptação de compras e de canais que, no futuro, devem garantir uma experiência adequada a essas novas necessidades.
“Olhando especificamente para o e-commerce, a experiência de compra prevalece. É hora de investir em melhoria, levando-a para outro nível. Também é importante entender as fraquezas de compradores que estão apenas ingressando neste mundo digital e transferir a experiência de uma loja física para uma loja virtual”, acrescentou Daniel Machado, Head Latam del Domain de CX Insights Division.
E a mídia na América Latina?
A nova orientação, imposta pela pandemia, para que a população fique em casa mudou também o hábito de consumo de mídia. As audiências estão crescendo, o perfil do público está mudando e a credibilidade está sendo mais valorizada. As emissoras veem um crescimento exponencial de sua audiência, e a informação e o entretenimento aparecem como os gêneros mais valorizados no momento.
A audiência de TV aumentou em todo o mundo e o mesmo pode ser comprovado na América Latina. A televisão, assim como a mídia online, apresenta hoje novas oportunidades para que a marcas encontrem seus públicos. Por exemplo, estamos diante de uma queda significativa no custo por mil, particularmente no horário diurno de segunda a sexta-feira – o que é uma vantagem para anunciantes.
Observando o consumo na América Latina com mais detalhes, podemos ver um aumento no início de março à medida que começávamos a compreender a gravidade da situação e que os países se preparavam para a quarentena.
“O incremento de audiência também é claro entre os provedores OTT (Over The Top) independentemente de seu tamanho. A pandemia também se mostrou como uma oportunidade para conquistar um maior número de assinantes, e provavelmente veremos uma desaceleração depois do fim do confinamento”, comenta Jimena Urquijo, Agencies, Advertisers, Ad tech-Media Division Director IBOPE Media Division.
O tempo dedicado a assistir TV está aumentando para todos os perfis demográficos
O tempo gasto assistindo televisão está aumentando para todos os grupos demográficos, mas o perfil do público televisivo está mudando. No Brasil e no México, por exemplo, o crescimento mais significativo pode ser observado entre os grupos mais jovens. Tendência que podemos esperar ver em mais mercados a partir de agora, já que vários países suspenderam a escola até o final do ano.
De acordo com o estudo Barómetro COVID–19 de Kantar, os canais tradicionais de notícias (emissoras e jornais) são as fontes de informação mais confiáveis ao lado dos sites das agências governamentais (54% das pessoas).
As pessoas buscam informação e apoio na mídia, nas marcas e nas empresas. Sem dúvida a indústria de mídia e as áreas de Marketing tem a oportunidade de desempenhar um papel integral e fundamental aqui.
E a volta à normalidade?
Segundo Carlos Cotos, Client Service Director Iberia & Country Manager Portugal Worldpanel Division, “existe um retorno com grandes oportunidades se formos precisos e criativos ao retomar as atividades, por exemplo, crescimento de dois dígitos no curto prazo e em sua maioria com novos espaços de demanda e cenários de distribuição, com a proximidade e o e-commerce sendo peças chaves”.
Inovação, publicidade, promoção e novas formas de consumo ajudam em momentos de crise. Seja flexível para gerenciar o curto prazo: os consumidores sairão mudados após o isolamento. Compreender sua economia e como eles se sentem ajudará a saber como lidar com eles.
“No México, a incerteza que afeta todos os setores, públicos e privados, e a sociedade como um todo, deve ser encarada como uma oportunidade de refletir e encontrar o caminho certo para desenvolver as melhores estratégias que podem ajudar a população mexicana a avançar vendo um futuro melhor para o país”, disse Fabián Ghirardelly, Country Manager México Worldpanel Division.
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