Por Paulo Queiroga
Segóvia, capital da província de Segóvia, está entre as cidades espanholas de grande destaque como destino turístico.
A Espanha, pela sua importância histórica na Península Ibérica e o pioneirismo nas expedições de expansão de seu território nas Américas, nos séculos XV e XVI merece, de fato, publicação de muitas matérias de cunho cultural e turístico.
Não é à toa que o país, hoje, apesar das dificuldades enfrentadas com o alto índice de desemprego, especialmente entre os jovens e a elevada dívida pública, tem o setor de serviços, especialmente os direta e indiretamente vinculados ao turismo, responsável por 74.3% do PIB.
A cidade de Segóvia, a 70 km de Madrid, foi construída a 1.000 de altitude, em cima de uma grande rocha, entre dois rios. Sua história de altos e baixos se confunde com a história da própria Espanha, desde o período em que a colonização romana deixou ali registrada sua pujança imperial.
Com a invasão dos Visigodos na Península Ibérica, no século V e consequente queda do Império Romano, a região, que era poderosa, entrou em decadência, acentuada ainda mais pela invasão dos árabes no século VIII.
No entanto, no ano de 1469, a Rainha Isabel de Castela e Leão casou-se com seu primo, Rei Fernando de Aragão. Os chamados Reis Católicos uniram seus reinos, financiaram a expedição de Cristóvão Colombo à América, expandiram seu território pelo mundo e, em 1492, o castelhano, passou a ser a língua oficial da Espanha. Tudo isso resultou no atual território da Espanha de hoje trazendo novamente o esplendor à cidade.
Como ocorre com a maioria dos destinos históricos, a decadência econômica de Segóvia durante séculos contribuiu para a preservação de seu patrimônio e transformou a cidade num dos principais destinos turísticos da Espanha. A cidade foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985.
A parte antiga da cidade é rodeada por uma muralha com 86 torres. Durante o século XVI, a muralha deixou de ser defesa. Com o passar do tempo, foi parcialmente demolida, até que, no século XX, a população reconhece sua importância histórica e recupera os 3.400 metros da muralha e suas portas.
Mas, o monumento histórico mais visível é o altíssimo aqueduto romano. A obra civil romana mais importante da Espanha, foi construída entre os séculos I e II d.C., durante o governo dos imperadores Vespasiano e Trajano. Localizado na Praça Oriental, o imponente aqueduto tem 803 metros de comprimento, altura máxima de 28 metros e 66 arcos com enormes blocos de pedra, incrivelmente assentados e equilibrados, sem uso de argamassa.
A Praça Maior é, junto com a Praça do Azoguejo, onde se encontra a parte mais monumental do aqueduto, é o coração da cidade.
A Igreja de San Miguel, destruída no século XVI, devido à construção da Catedral, iniciada também no séc. XVI ocupava o centro da praça. Foi, depois, transferida de lugar e reconstruída em 1532, no estilo gótico, na lateral da Praça Maior, substituindo a antiga igreja românica.
Do antigo templo, se conserva a portada românica, com os relevos esculpidos dos apóstolos São Pedro e São Paulo e de São Miguel matando o dragão. Nesta igreja, foi coroada Isabel I, como Rainha de Castela e Leão.
O Alcazar, antiga residência real é uma imponente fortaleza assentada na Praça da Rainha Vitória Eugênia. Construído sobre rocha, a fortaleza servia de proteção contra possíveis invasores. O Alcazar cumpriu diversas funções: fortaleza, Palácio Real, prisão do Estado, Colégio Real de Artilharia e Arquivo Histórico Militar. No interior, os grandes salões, a torre e o Museu das Armas impressionam e nos remete à cultura belicosa dos poderosos espanhóis na Idade Média.
Inesquecível e curiosa, Segóvia é dos principais testemunhos da História da Península Ibérica e marco da unificação do Estado Espanhol.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da publicação.
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