Em relação à alimentação, é igual aos outros procedimentos: 15 dias com dieta líquida, 15 dias com a pastosa; e depois a dieta de reeducação alimentar indicada por um nutricionista. Como resultado, segundo o cirurgião, o paciente deverá perder cerca de 6 a 8% do peso no primeiro mês, de 4 a 6% no segundo mês, e de 20 a 30% em um ano.
Em quatro meses o médico operou 15 pacientes, o que corresponde a 90% do total de cirurgias realizadas no local. A maior parte são mulheres, apenas dois são homens, com média de faixa etária nos 40 anos. Ele conta que os pacientes operados com a técnica no IMO têm conseguido excelentes resultados. “Um dos pacientes, com 107 kg, apresentou já no primeiro mês 17% de emagrecimento”,
e uma média entre os pacientes de 9,37% já no primeiro mês, diz.
MENOR PERDA DE NUTRIENTES
Embora ainda não existam estudos que comprovem, os especialistas da área acreditam que na nova técnica a perda de nutrientes e vitaminas pode ser muito menor, por não haver perda efetiva do tecido do estômago. “Apesar de não mais receber alimentos para digestão, a parte suturada não é retirada e, por isso, continua em funcionamento produzindo suco gástrico. Só reduz o tamanho do espaço para armazenamento do alimento ingerido, ao contrário da laparoscopia em que a parte excedente do estômago é retirada. Como a produção de suco gástrico continua, esse suco migra para onde o alimento está, contribuindo com a digestão e, possivelmente, reduzindo a deficiência de ferro e de cálcio”, explica.
APENAS UMA PONTE PARA TRATAMENTO DA OBESIDADE
Apesar de todos os benefícios, o médico alerta que o novo procedimento é apenas um passo no tratamento da obesidade, ao contribuir com uma janela terapêutica de perda de peso. “A gente deixa muito claro que qualquer procedimento é uma ponte para tratamento da obesidade. Tratar peso é tratar o sintoma, mas é o tratamento multidisciplinar que irá tratar a base do problema. Gosto muito de comparar ao tratamento de uma pneumonia, onde o paciente vai ter como sintoma a febre; você pode usar uma dipirona e tratar o “sintoma” febre dele, se não der um antibiótico para tratar a “causa”, o problema vai continuar. É o mesmo quando tratamos a obesidade, com o procedimento tratamos o “sintoma” peso, mas é com o tratamento multidisciplinar que alcançamos a “causa” do problema, trabalhando sedentarismo, má educação alimentar, distúrbios psicológicos que levam ao descontrole do peso, assim como causa metabólicas. A gastroplastia dá uma janela terapêutica de emagrecimento, que vai deixar o paciente magro por um tempo, funcionando como catalizador para o tratamento multidisciplinar da obesidade. Se tratou a base ótimo, se não, o peso vai voltar”, enfatiza.