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Presidente e diretores de condomínios horizontais

“Poder ilusório e Doce loucura”

1 – SINOPSE

Recentemente, propriamente em novembro de 2016, aconteceu um grave acidente, num conhecido e elegante condomínio horizontal da Região Metropolitana de Belo Horizonte. “O caseiro da casa, sentindo um cheiro forte de gás no porão, comunicou-se ao patrão. Na ansiedade de solucionar o problema, infantilmente, ligaram o interruptor da luz, quando aconteceu um horrível acidente. Uma explosão assustadora foi ouvida a grande distância. Foram danificadas aproximadamente umas 20 residências vizinhas. Os dois foram internados na UTI do Setor de Queimados do Hospital João XXIII, sendo que, após 10 dias, para a tristeza dos parentes, amigos e moradores vizinhos, o condômino-morador, que era uma pessoa muito querida de todos, infelizmente, veio a falecer. O caseiro já se encontra fora de perigo! Por sorte e graças a Deus, este acidente aconteceu numa segunda-feira, às 09h, quando a maioria dos moradores já havia se deslo-cado de suas residências para Belo Horizonte – caso contrário, haveria mais vítimas.

2 – GESTÃO DE CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS / PROBLEMAS DE TODA ORDEM

Os condomínios horizontais são instituições que, entre outros, transformam-se em fatores de equilíbrio da melhoria de “qualidade de vida” de seus respectivos moradores. Passando na “portaria de entrada” e mostrando as respectivas identificações, os mesmos ensejam uma motivação diferenciada de que, ali naquele local, terão momentos de entretenimento, alegria e paz no fim de semana ou em outro dia qualquer. Com o crescimento do mesmo, as demandas administrativas aumentam o volume de preocupações dos respectivos dirigentes condôminos.

Problemas de toda ordem, complexos, “atípicos” etc se afloram em seus vários setores, tais como: fiscalização das portarias, preocupações com a água, sistema de gás instalados nas residências, problemas de drogas, menores ao volante,  mosquitos da dengue, fossas entupidas,  cães soltos (perigosos), aplicabilidade de leis do meio ambiente e do silêncio, alcoolismo de menores, conflitos de vizinhos, eventualmente, acidentes e urgências na área de saúde. Ainda, demais assuntos de âmbito contábil, financeiro, recursos humanos, bens patrimoniais, elaboração de planejamen-tos afins, relacionamento com a respectiva prefeitura do município e outros.

3 – ELEIÇÕES / PODER ILUSÓRIO E DOCE LOUCURA

Às vezes, pessoas que vão à procura do merecido descanso, paz e lazer nesses condomínios se entusiasmam também com o ambiente “politico”, passando a participar de “grupos internos”, encon-tros sociais, almoços, discussões  etc e tal. Com isto, entusiasmadas, adentram-se na versatilidade dos assuntos administrativos afins. Com o tempo, afloram-se grandes amizades, visitas mútuas, como também, desgastes interpessoais que acabam se desdobrando em “mágoas” com sabor de fel. Atraídas por cargos eletivos, como de presidente, diretor financeiro, social, de passarinho, de capim etc pessoas se decepcionam com a equivocada expectativa de um “poder” que, na verdade, era “ilusório”.

Entre outras, há história de condômino que se adentrou neste contexto e, decepcionado, decidiu-se a mudar do “encantador paraíso”. Vendeu a tão sonhada “casa de campo”, construída com muita alegria e prazer para seus familiares e amigos. Chateado, retirou-se do cenário evitando passar nas imediações de tal cidade, para não encontrar ex-vizinhos e nem lembrar de momentos inoportunos vivenciados naquele envolvimento “político”, que na verdade, quando procurou um canto para a paz e descanso, encontrou o “inferno”. Dirigentes eleitos em “condomínio horizontal”, tendo em vista as suas obrigações e preocupações particulares de seu dia a dia profissional, tendem a desempenhar as novas atividades assumidas com superficialidade “amadorismo”.

Muitos são os casos de perderem a motivação e vontade de permanecer à frente dessas novas responsabilidades. E o pior, tais situações refletem na família, gerando “discussões particulares” com esposa, filhos etc, trazendo-lhe uma prejudicial “despesa emocional”. Exercer cargos eletivos nestas organizações constitui-se em navegar num “poder ilusório”, no qual prevalecem “pouca alegria”, inúmeros conflitos, constrangimentos, “sarna pra coçar”, perda de relacionamentos, além de muitas noites “mal dormidas”!

4 – GESTÃO PROFISSIONAL PARA CONDOMÍNIO HORIZONTAL

Há condomínios que, em vista de seu perfil sócio econômico, já chegam a superar mais de 300 municípios em Minas Gerais. Existem nestes condomínios atividades funcionais cada vez mais complexas e “atípicas”, as quais exigem capacitação multidisciplinar de seus dirigentes, concluindo-se que as mesmas devem ser tratadas como empresa e administrada por um Gerente Profissional. E ainda, utilizando todas as variáveis básicas e conceituais das Ciências Administrativas”: “previsão, planejamento, controle, gestão, orçamento programa, plano diretor, objetivos, metas, avaliação de desempenho, resultados alcançados, as-sessoria jurídica e outros afins”.

No quadrante humorístico do saudoso Millôr Fernandes, pode-se dizer que o “condomínio horizon-tal” é o ambiente propício para aplicação das divertidíssimas “Leis de Murphy”, principalmente a 1ª Lei: “Se algo puder dar errado, dará errado”. É comum, também, que assuntos importantes sejam tratados pelos dirigentes na casa de um ou na casa do outro, em amigáveis e saudáveis “bate-papos” sociais, acompanhados de uma cervejinha “geladíssima”, uma saborosa “pinga” com limão, um esperto tira-gosto “dos deuses”, finalizando com um farto e convidativo almoço. E por ai se vai!  De uma forma ou de outra, trata-se de um momento de paz e entretenimento, mas que entende-se, não muito adequado e propício para tomadas de decisões administrativas, com alto grau de divergências. Não fazendo papel de “profeta do mal”, a grande maioria de conflitos “indomáveis”, entre outros, costuma acontecer nestes eventos sociais familiares, infelizmente. Finalmente, a melhor forma de gerir um grande condomínio horizontal seria com a utilização de um bom “gerente profissional”, princi-palmente com a formação superior de gestão e com registro profissional no CRA-Conselho Regional de Administração.

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