Novo governo terá que fazer duros ajustes na economia em 2015

Em palestra na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais – Apimec MG, a editora executiva da Agência Estado, jornalista Teresa Navarro, disse que 2015 será um ano de duros ajustes na economia brasileira e que isso é um consenso entre diversos economistas e investidores, que preveem um inevitável aumento de preços de energia elétrica, dos combustíveis e desvalorização do câmbio, pressionando a inflação.

No evento que marcou uma das fases do reposicionamento institucional da Apimec MG, voltado para a produção e difusão de informações técnicas, Navarro afirmou que o próximo governante terá que lidar com a correção de preços administrados e com controle da inflação, além de estabelecer uma política fiscal mais rigorosa, aumentar impostos, ajustar o câmbio e buscar a reforma tributária. Para ela, a primeira questão a enfrentar é o risco de rebaixamento do rating soberano, pois desde 2013 começou uma sinalização de piora no rating do Brasil. Em junho, a S&P baixou perspectiva da nota de “estável” para “negativa”, em março de 2014 a nota foi rebaixada, mas a perspectiva passou de negativa para estável. “Foi a primeira vez, desde 2002, ano da eleição do Lula, que uma das três principais agências de rating piorou a classificação do País”, citou.

Na palestra foi mostrado que o próximo ano será caracterizado por um crescimento econômico baixo, com queda nos índices de confiança dos investidores no país, curva descendente dos investimentos, deterioração das contas públicas e piora nas contas externas do País.

Fontes ouvidas pela Agência Estado não esperam a retomada das taxas de investimentos, que só viria a partir de 2016. “Com Aécio eleito, alguns economistas calculam que os investimentos poderiam atingir 20% a 21% do PIB em 2016. Já com Dilma a retomada seria mais difícil, na avaliação deles,porque precisaria haver a retomada da confiança. A taxa ficaria em torno de 18%. A causa apontada é a maior intervenção do governo atual na economia, ante o histórico tucano de mais privatizações”, disse a editora.

Ela citou, ainda, que, no caso de vitória, a oposição tenderia a buscar mais o centro da meta de inflação em 4,5% ao ano e, com a sua reeleição, Dilma tenderia a manter a política atual de usar o teto da meta entre 6% e 6,5%. “A promessa da oposição de buscar o centro da meta, significaria uma alta de juros mais forte. Economistas calculam que seria necessário uma Selic entre 13% ou 14% ao ano, ante os 11% atuais. Com Dilma, a alta de juros também não está descartada, mas haveria um esforço maior para limitá-la”, afirmou Navarro.

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