Roque Almeida*
A pandemia confirmou que todos os tipos de negócios exigem presença virtual. Mas e agora como estar presente e ir além das redes?
O mundo se coloca para nós, neste momento pós pandemia, com inúmeros desafios. Observamos rupturas em cadeias de suprimentos, devido ao desabastecimento de matérias prima; inflação recorde em várias regiões do planeta; alguns países com altos índices de desemprego. A combinação dessas variáveis gerou economias esfaceladas, aumento da desigualdade social e, inclusive, confrontos armados. Assim sendo, temos um cenário de muita instabilidade na cadeia de valor global.
O Brasil vive, também, quase todos esses reflexos. O país possui, sobre si, uma lente aumentada por suas eternas instabilidades. Nesse contexto, as organizações buscam uma bússola mágica, para orientar a direção de suas decisões para o futuro, e a única certeza que temos é de que mágica não existe, e que ninguém sabe de fato o que vai acontecer nos próximos meses.
Se é por aí a discussão, algumas perguntas que se colocam são: como lidar com esse ambiente complexo e imprevisível? Aumentamos os investimentos, ou diminuímos as operações das nossas companhias? Empreendemos e arriscamos ou guardamos posição para agir?
O futuro duvidoso se dará em todos os países neste momento e, não esqueçamos da frase do ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, “no Brasil até o passado é incerto”. Vive-se constantemente num ambiente de insegurança, institucional, inclusive jurídico, e, o Brasil sendo um País historicamente instável, pode-se prever que esse cenário histórico crie uma vantagem em relação a outros povos nesse momento. Temos o hábito de lidar com turbulências e, mesmo que o cenário seja mais nebuloso, o povo brasileiro, em sua essência, é adaptativo. A adaptação rápida ao meio ambiente em constante transformação parece ser uma competência essencial.
Vive-se o mundo de transformações aceleradas há algum tempo, onde mudar é algo que somos desafiados a fazer nas nossas vidas constantemente. Nunca a Teoria da Evolução das Espécies, proposta por Charles Darwin, foi tão necessária. E, como podemos potencializar essa adaptabilidade? Parece que, sozinhos, não teremos tempo para desaprender e aprender o que precisamos, para lidar com o agito que se desenha.
As melhores soluções dos problemas complexos colocados diante de nós, não parecem mais pertencer a indivíduos isolados ou a lideranças messiânicas. Os caminhos mais assertivos ao longo da jornada de adaptação para o mundo em pandemia, se deram em ambientes mais colaborativos e que estão acostumados a trabalhar em redes. Basta lembrar que o oriente teve significativamente melhor desempenho lidando com a pandemia do Covid-19 do que o ocidente, incluindo alguns dos países mais desenvolvidos do mundo. O jeito de olhar o mundo de forma individualizada é desafiando a criar alternativas em redes mais sofisticadas de conhecimento para conseguir vencer obstáculos significativos.
Mais uma vez, o Brasil pode ter vantagem em relação ao mundo. Não apenas por ser um dos países mais digitais do planeta, possuindo mais de 2 aparelhos digitais por habitante, e figurando entre os 4 mais importantes nesse quesito, mas também, por saber gerir o caos em redes sofisticadas de atuação como o SUS – Sistema Único de Saúde, por exemplo.
O SUS, é um organismo vivo que, universaliza o uso da saúde nas mais variadas camadas da sociedade, unindo Governo, hospitais públicos e empresas privadas, em prevenção, atendimento ambulatorial e hospitalar de alta complexidade, de maneira descentralizada, mas organizada. Claro que, existem muitas possibilidades de melhoria no sistema. Atualmente, ele é sobrecarregado, atende uma população pulverizada e é pobre sob um imenso território. Mas é salutar admitir que o SUS chega nos lugares mais remotos do país. Para administrar grandes redes, de alta complexidade, é fundamental ter a tecnologia como instrumento, mas também é fundamental ter vocação para isso. O Brasil parece ter os dois.
Desta maneira, seja lá qual for o caminho de tomada de decisões que os empresários e empreendedores brasileiros tomarão daqui para frente. Acelerando ou freando suas empresas, é fundamental o desenvolvimento em redes, com competências complementares, buscando qualificar suas mesas de maneira mais rápida e eficiente possível. Não estamos falando aqui apenas de parcerias. Seu concorrente hoje de manhã poderá ser o seu aliado de hoje a tarde, e seu sócio amanhã. Modelos de negócios serão sobrepostos entre as empresas e, aqueles que gerenciarem isso de forma mais eficiente, sairão na frente do campo de batalha. Fusões, aquisições e parcerias estratégicas, não serão vistas como instrumento apenas para grandes empresas ou em movimentos de consolidação de mercado. Serão dispositivos necessários para sobrevivência de negócios de pequeno e médio porte, e a busca por criar caminhos usando competência dos outros será o “xis” da questão. Conselhos consultivos ou de gestão que eram usados quase exclusivamente em empresas listadas em bolsa ou, em empresas com governança mais madura, serão muito utilizados por startups e scale ups do middle marketing para qualificação da mesa e diversificação das cabeças que pensam os negócios.
Trabalhar em redes exige transparência e compliance para lidar com os eventuais conflitos de interesses, mas colocar essas estruturas de gestão de redes em pé, é o caminho central. Será necessário agir com inteligência e criatividade na montagem dessas estruturas para as PMEs, pois elas precisam ter uma gestão de custos e despesas eficiente e enxuta.
Então, ficam perguntas que nos desafiam: Você se sente preparado para se adaptar rapidamente ao ambiente em transformação cotidiana? Sua empresa tem desenvolvido a competência de trabalhar em redes mais sofisticadas de negócios? Nós brasileiros sabemos transformar em vantagem competitiva nossa capacidade adaptativa? Que busquemos nossos “sins” para questões como estas. E rápido.
*CEO da matter&CO.
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