A barragem da Mineração do Feijão, pertencente a VALE, sofreu uma catástrofe, oferecendo uma série de lições a serem usadas como elementos orientadores para futuros projetos de mineração.
As perdas humanas relacionadas com a destruição de famílias, são irreparáveis e justamente nesse aspecto que todos nós, técnicos e defensores da mineração, devemos nos concentrar quando avaliamos e desenhamos novos projetos.
A região de Brumadinho na qual se situa a Mineração do Feijão é nossa conhecida há mais de 50 anos. Na MBR, imaginávamos trabalhar de forma sustentável aquelas riquíssimas reservas de minério de ferro.
O acidente com a Barragem do Fundão da SAMARCO, com perdas humanas e vultuosas feridas ambientais, também nos pôde ensinar a respeito das medidas mitigadoras a fim de evitar novos acidentes.
Neste contexto de dificuldade, nós como engenheiros de minas, devemos buscar condições para o estabelecimento um novo paradigma que valorize o setor mineral em Minas Gerais e no Brasil, estabelecendo correções, procedimentos técnicos e inovadores que venham a modelar futuros projetos e processos.
Como meta vamos adotar OS PRINCÍPIOS DO EQUADOR como base para essa mudança de paradigma –e que refere-se a uma iniciativa do Banco Mundial, IFC, criados entre 1990 e 1998, que se constituem padrão de referência internacional para tratar de riscos sociais e ambientais no financiamento de projetos de investimentos de médio e grande portes, e que foram seguidos pela maioria dos conglomerados financeiros internacionais e nacionais, cabendo destacar entre as suas ações está: “objetivamente busca-se o desenvolvimento econômico sustentável, no tocante aos impactos ambientais gerados pelos projetos relacionados ao meio ambiente e à desigualdade social”.
Isto posto, devemos levar em conta:
A mineração deve ser revalorizada pois é considerada importante para a obtenção de matérias primas essenciais para mantermos uma qualidade de vida cada vez melhor;
Investir na engenharia, nos processos, na experiência e no profissionalismo em troca de amadorismos de baixos custos, evitando “jeitinhos e gambiarras” que muitas vezes se vê atualmente, ou seja, deveremos nos COMPREMETER MAIS NA GESTÃO OPERACIONAL DAS MINERAÇÕES;
As barragens de rejeito atuais devem ter vida curta, devendo ser descomissionadas adequadamente, em troca de processos de tratamento e aproveitamento de rejeitos, com o reuso de água em sistema fechado – vejam o caso da Minas de Pau Branco da Vallourec que já opera com sucesso dessa forma;
Aplicar sistemas de monitoramento da qualidade ambiental e de segurança através dos órgãos de fiscalização do poder público.
Por outro lado, devemos nos conscientizar que o “ciclo de minério de ferro” poderá estar sendo gradativamente reduzido, em prol de minerais mais específicos voltados para uma “metalurgia do pó” em grande fase de inovação.
Este processo visa a METALIZAÇÃO de minérios não ferrosos, incorporando maior valor agregado como manganês, lítio, cromo, níquel, nióbio, grafita e terras raras.
O grafeno será o grande “astro” da inovadora metalurgia, cuja aplicação irá combinar e posteriormente substituir o próprio minério de ferro em diversas aplicações, como na indústria automobilística voltada para carros elétricos, indústria de bens domésticos e outros produtos votados para o bem estar da vida humana.
Estas lições possibilitam conscientizar, mudar o comportamento e adotar atitudes necessárias para a evolução do setor mineral de Minas Gerais, com uma mineração inovadora, tecnológica e ambientalmente sustentável, honrando assim a identidade de nossa “Minas” Gerais!
* Por Carlos Eduardo Orsini
Engenheiro de Minas e Metalurgista e Pós-Graduado em Avaliações e Perícias de Engenharia – Diretor da YKS
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