Editado pela Civilização Brasileira em 2000, o livro “Brasil Brasileiro – Crônicas do País, das Cidades e do Povo”, do cronista mineiro Paulo Mendes Campos (1922-1991), reúne uma série de textos sobre as Minas, de Belo Horizonte e do Brasil que merecem releituras atentas, em períodos de indefinições e redefinições de identidades.
Vale lembrar alguns trechos. Em “Minas Há Duas”, ele começa dizendo que “Minas há duas: uma nítida, outra sombria e difusa. Uma consciente, uma inconsciente”. Para, mais adiante, tratar da nossa ancestral dúvida entre manutenção das tradições e inovação: “Minas finge tudo para creditar no badalado progresso, mas capitula sem parar diante da tentação de que nada vale a pena. Minas Gerais é terra de profetas, e os profetas anunciam as desolações”.
Mais pelo final, faz uma aguda observação que traduz uma sensação que os produtores culturais que buscam verbas para seus projetos experimentam diariamente: “Sejamos usurários –para o melhor desespero de perder nossas moedas”.
Implacável, o cronista declara, em “Mineirices”: “O mineiro é um animal, porém político”. E, mais adiante, crava o punhal: “Ele um bom coração a serviço de um mau caráter”.
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