Em 2018, os mercados emergentes registraram um período de tolerância ao risco cada vez menor, tendo sido prejudicados pelo “alinhamento das estrelas” – uma combinação do aumento das taxas de juro americanas, da valorização do dólar e das elevadas tensões políticas entre os Estados Unidos e a China, e da Rússia com a Turquia. De fato, a guerra comercial iniciada no ano passado pela Casa Branca não demonstrou quaisquer sinais de abrandamento e o seu impacto no crescimento foi sentido na Ásia, onde os resultados do PMI (Purchasing Managers Index) – em especial, os índices New Exports – diminuíram.
Na verdade, o problema das tarifas dissimulou a realidade de um ciclo econômico mundial que está gradualmente perdendo seu dinamismo. Isto foi particularmente observável na China, onde os dados macroeconômicos mais recentes ficaram abaixo do esperado. Pequim, ao que parece, está tentando apoiar a economia com políticas anticíclicas. No entanto, a flexibilidade do governo chinês é cada vez mais limitada, uma vez que o país deixou de registar um excedente de balança corrente, e o financiamento a longo prazo – como o investimento direto estrangeiro – diminuiu acentuadamente, colocando o equlíbrio das contas do país sob pressão e deixando o governo com menos espaço de manobra. Face a este cenário, enumerámos três pré-requisitos para uma abordagem mais construtiva direcionada para os mercados emergentes: abrandamento da guerra comercial, recuperação econômica nos principais mercados emergentes e flexibilização da política monetária por parte do Banco Popular da China.
Os mercados emergentes encerraram 2018 com um sentimento mais otimista devido às políticas fiscais e monetárias das autoridades Chinesas, à relativa estabilidade do dólar e a um período de tréguas entre Pequim e Washington, o que aumentou a confiança em um desfecho positivo para o conflito. Estes sinais foram pontos claramente positivos, permitindo aos mercados emergentes recuperar alguns bons resultados já nas primeiras semanas de 2019. Todavia, o único fator que nos impedindo de investir nos mercados emergentes em alta é o abrandamento econômico geral observado.
É por este motivo que, por agora, permanecemos cautelosamente otimistas, evitando ações cíclicas, uma vez que serão estas as primeiras a sofrer o impacto do abrandamento, privilegiando, em vez disso, ações de crescimento em setores subaproveitados nos quais a procura é menos sensível às flutuações do PIB.
Temos grandes expectativas, em especial para a Índia, pois consideramos que o mercado indiano se encontra em uma posição ideal para enfrentar os futuros desafios de 2019, principalmente desde a acentuada correção dos preços do petróleo bruto no quarto trimestre de 2018. Apesar de a economia mundial estar perdendo seu dinamismo, a Índia ainda possui um impulsionador de crescimento interno poderoso, uma vez que muitos dos seus segmentos de mercado ainda se encontram subaproveitados, o que pressupõe a existência de vários anos de potencial de crescimento sustentável. Em vez de investir em empresas orientadas para a exportação, apostamos assim em empresas que respondem à procura interna em setores como os das telecomunicações, financeiro, consumo e construção.
Sobre a Carmignac
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