Opinião

Mercado de câmbio brasileiro: modernizar é preciso

Marco Renno?

Marco Rennó*

O mercado de câmbio brasileiro está crescendo, evoluindo, modernizando-se e as empresas que integram o setor precisam acompanhar esse ritmo para oferecer aos clientes serviços cada vez mais personalizados e vantajosos. O desafio é atender uma demanda reprimida, pois hoje o cliente de câmbio ainda tem dificuldades para acompanhar o setor de forma eficiente, produtiva e lucrativa, sem ficar dependente dos bancos.

O real consolidou-se como uma das moedas de maior interesse da comunidade financeira internacional e, destacando-se entre os países emergentes, o Brasil é um polo de investimento global, um dos principais destinos de fluxos de capital, com o saldo de investimento direto no país aumentando expressivamente ano a ano. O mercado de câmbio brasileiro experimentou profundas transformações para se adequar ao novo cenário.

Além de crescer em tamanho, evoluiu em critérios mais sutis. O serviço de câmbio é oferecido por empresas autorizadas pelo Banco Central e que são responsáveis pela intermediação entre cliente e os bancos nas operações de compra e venda de moeda estrangeira. O diferencial na prestação do serviço nem sempre aparece de forma evidente. Uma máxima que prevalece, no entanto, é a tradicional relação atacado e varejo, ou seja, quando as empresas que trabalham com vários clientes compram grandes quantidades de moedas do banco elas conseguem obter taxas mais baratas. No câmbio, como em tantos outros setores, quando o cliente compra muitos produtos, o valor de cada um fica menor.

O cenário segue favorável. O alto volume de investimento estrangeiro no Brasil é um dos fatores que impulsiona a valorização do real frente ao dólar. Neste ano, o investimento estrangeiro na bolsa já passa dos US$ 50 bilhões. A previsão do boletim Focus é de que o dólar termine 2022 no valor de R$ 5,30. O aumento dos preços das commodities no mercado internacional também fortalece o real e o agravamento do conflito na Rússia deu novo impulso aos preços de insumos como o petróleo. Completando o panorama, a taxa da Selic também atrai estrangeiros para o Brasil, que voltou a ter o maior juro real do mundo, pagando um retorno atrativo ao capital externo.

Outro avanço importante é o novo marco cambial, sancionado em dezembro de 2021, que atualiza e simplifica a legislação sobre transações entre o real e as moedas estrangeiras. Apesar de vigorar apenas para 2023, as alterações são consideradas positivas. A nova legislação consolida dispositivos legais que começaram a ser editados há 100 anos e que agora ganham um texto mais conciso e linguagem atual, trazendo um maior nível de segurança jurídica para o setor. Trata-se de uma importante medida que impulsiona a presença do Brasil no mercado econômico internacional.

Para as empresas que atuam no mercado de câmbio, o desafio diante de tantas transformações significativas, é ser uma guardiã dos empresários, colocando na mesa de negociação os interesses daquelas que utilizam exportação e importação e ainda têm dificuldades para lidar com toda a burocracia e encontrar as taxas mais vantajosas.

*CEO e fundador da Osher Investimentos

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