Durante as últimas três décadas o Brasil vem sofrendo de uma “síndrome de raquitismo econômico” e, simplesmente, não conseguiu acompanhar a dinâmica do crescimento da economia mundial. A marcha do crescimento econômico nacional parece enferrujada, emperrada e, até então, não pôde engatar qualquer ritmo que a pudesse levar avante e, ao contrário, a sua performance tem se evidenciado, principalmente nos anos mais recentes, como uma autêntica marcha a ré, um verdadeiro andar para trás, bem típico de rabo de cavalo.
De 2011 a 2018, por exemplo e de acordo com o FMI – Fundo Monetário Internacional, enquanto o PIB per capita mundial – medido pela Paridade de Poder de Compra está crescendo a uma média anual de 2,3%, o PIB per capita brasileiro contabiliza uma queda média de 0,3% ao ano no mesmo período. Nestes oito anos e, considerando-se a estimativa daquela instituição para 2018 – a taxa média do PIB per capita mundial deverá registrar um crescimento acumulado de 20,2% e, o do Brasil, sofrerá retração de 2,3%. Cabe destacar, por outro lado, que os países considerados emergentes e em desenvolvimento – categoria da qual nos incluímos, deverão contabilizar uma expansão acumulada de 31,5%. Esse brutal deslocamento e distanciamento da média mundial geralmente são apenas típicas e só ocorrem, geralmente, em países em convulsão social, vítimas de algum desastre natural ou em situação de guerra.
Enquanto somente durante os últimos 5 anos – de 2014 a 2018, o crescimento acumulado do PIB per capita mundial deverá alcançar 11,9% – o brasileiro registrará uma retração 8,1%. O PIB per capita dos Países Emergentes e em Desenvolvimento, no mesmo período, apresentará expansão acumulada de 16,7%.
País que não cresce é país condenado ao atraso, à miséria e ao subdesenvolvimento, considerados os maiores inimigos da democracia.
Esta situação crítica de involução econômica que atravessamos, já a partir deste segundo ano do mandato de Michel Temer e agora, sacramentada com a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República, parece ter sofrido uma profunda mudança que, sinalizada por novos rumos, poderá permitir ao país a retomada do crescimento econômico mais vigoroso.
Os principais motores ou dínamos do desempenho de qualquer economia são a credibilidade governamental e a confiança no futuro.
Na economia, entraremos numa quadra com a melhor plataforma para crescimento já vista em décadas. Contas externas em ordem, inflação abaixo da meta, emprego em retomada, concessão de crédito voltando a crescer com taxa de juros em queda e inadimplência recorde de baixa, confiança em alta, enorme capacidade ociosa, safra recorde, preços internacionais favoráveis para milho e soja – todos fatores que permitem uma resposta rápida da economia, pronta para a fase de expansão do seu ciclo econômico. Se o quadro político permitir o andamento das reformas ou o vislumbre de que as contas fiscais caminham para maior sustentabilidade, teremos as condições para câmbio estável e taxas de juros baixas por mais tempo.
Meu parceiro de décadas – o renomado economista Luis Paulo Rosenberg e agora os companheiros parceiros da LCA estão muito otimistas e confiantes que o Brasil venha se reconciliar com o crescimento econômico vigoroso já a partir do próximo ano. Segundo o Rosenberg, em recente palestra aos associados da Sicoob Central Crediminas em Belo Horizonte, os indicativos atuais permitem vislumbrar uma taxa de expansão do PIB-Produto Interno Bruto brasileiro de até 3,5% em 2019.
Compartilho da sua opinião e acrescento que, seguindo o ritmo brasileiro, a economia mineira poderá registrar também um excepcional desempenho, superior à média nacional, apesar das enormes dificuldades que passará e enfrentará o novo governo de Romeu Zema – que precisarão ser enfrentadas com muita coragem, ousadia e firme decisão – destacando, ademais, que os nossos grandes entraves e problemas não são conjunturais e, sim, estruturais.
São estas as excelentes notícias que gostaria de transmitir, as quais abraço e aposto neste momento de comemoração do nascimento de Cristo, quando se renovam todas as energias e esperanças.
* Por Carlos Alberto Teixeira de Oliveira
Empresário, Economista – Presidente da ASSEMG – Associação dos Economistas de Minas Gerais e de MercadoComum
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