Em debate promovido pelo PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais, os economistas Alexandre Schwartsman, Amir Khair e Heron do Carmo divergiram sobre o tratamento e a origem da inflação, mas concordaram num ponto: ela vai ficar na faixa de 6% neste ano
Para Amir Khair, a questão mais importante é avaliar o binômio crescimento e inflação e não apenas a última. Na sua análise, em que citou dados dos estudos econômicos do Bradesco, Amir conclui que a inflação está caindo e que é inútil buscar reduzi-la, aumentando a Selic. “Em países onde a taxa básica é de 2 ou 3% ao ano e a taxa ao tomador é de 5 ou 6% ao ano, qualquer movimentação na taxa básica afeta as expectativas e tem impacto na inflação. Isso não ocorre no Brasil, onde os dois valores são extremamente distantes”, disse ele.
Alexandre Schwartsman discordou frontalmente dessa posição e mostrou um gráfico em que aparece clara a relação entre aumento da Selic e queda da inflação, com base no que já aconteceu no país. Para ele, “o Brasil, entre os países sulamericanos que possuem metas de inflação – Colômbia, Peru e Chile – é o que está mais distante da meta. A inflação vai ficar acima de 6% este ano e no próximo, o que vai exigir uma correção mais forte em .
Já para Heron do Carmo, os dados deixam inequívoca a tendência de alta da inflação: “além de estar subindo, temos uma inflação latente, que não aparece no índice, pois houve as desonerações e o represamento de preços de combustíveis e tarifas de ônibus, o que deve representar pelo menos 1 ponto a mais”. Ele lembrou que os serviços estão experimentando aumentos maiores do que os alimentos, e que há uma leniência do governo e da sociedade em relação à inflação.
Inflação de alimentos
Os três palestrantes concordaram em que a inflação é divergente nos três grupos principais: alimentos, serviços e preços administrados.
Para Amir Khair, sem contar o preço dos alimentos, que cresceu 55% nos últimos doze meses, a inflação é da ordem de 4 a 4,2%. “E o preço dos alimentos deve baixar com a super safra anunciada pela CONAB, com 186 milhões de toneladas previstas”, afirma.
O Coordenador Geral do PNBE, Mario Ernesto Humberg, discordou dessa análise, lembrando que a super safra se re-fere a grãos, commodities de exportação e não alimentos, que vêm perdendo espaço no campo para o plantio de cana e de produtos exportáveis.
Já Alexandre Schwartsman afirma que a inflação não é do tomate nem dos alimentos:” ela está disseminada, como mostra o índice de difusão: 75% dos itens estão subindo”. Heron do Carmo, por seu lado, acha que o mais provável é a subida do preço dos alimentos in natura, “pois estamos entrando no inverno”.
Os caminhos para o país
Heron do Carmo e Alexandre Schwartsman consideram fundamental combater a inflação para evitar que ela se mantenha no limite de 6,5% ou o ultrapasse, o que terá um custo social. Para Schwartsman inflação é um fenômeno monetário e por aí deve ser combatido. Heron do Carmo é de opinião que também é necessário um esforço fiscal para conter as crescentes despesas do governo. Amir Khair acredita que a inflação vai cair com medidas macroprudenciais e desonerações e que o Brasil deve fazer como outros países e baixar a Selic, que é muito alta. Ele concorda com a sugestão de Edmar Bacha de mexer no câmbio, que está desajustado: “pelo IPCA hoje o dólar deveria estar em R$.
PNBE quer aprofundar debates
Para o coordenador geral do PNBE, Mario Ernesto Humberg, o importante é ampliar a escala dos debates, o que a entidade, cuja direção acaba de assumir, vai realizar nos próximos meses. “O PNBE tem como meta principal colaborar para a construção de um país economicamente forte, socialmente justo, ambientalmente sustentável, politicamente democrático e eticamente respeitável. Progredimos bastante nos últimos anos nas áreas econômica, social e ambiental, mas houve poucos avanços na representatividade política e na questão ética, onde precisamos avançar”.
A proposta do PNBE é buscar a diversidade de opiniões para ver onde é possível encontrar consensos. “A discussão sobre inflação mostrou que existem muitas divergências, mas todos concordam que não é adequado manter a inflação no nível de 6 ou 6,5%”, conclui Mario Ernesto Humberg.
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