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Hortifrutis mais caros e commodities em baixa, aponta FAEMG

Os reflexos climáticos do verão conturbado em Minas Gerais neste ano (com excesso de chuvas em algumas regiões e seca severa em outras) continuam afetando os preços de alguns dos principais produtos do agronegócio no estado. O fator climático foi responsável pela queda de produção e maior valorização, ao produtor, de itens de hortifrutis, arroz e feijão. A avaliação é do coordenador da Assessoria Técnica da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Pierre Vilela, responsável pelo acompanhamento mensal do Índice de Preços Recebidos pelo Produtor Rural Mineiro (IPR/MG), realizado pela entidade. Este e outros indicadores do agronegócio foram divulgados nesta quinta-feira (16/5) pela FAEMG e estão disponíveis no portal www.sistemafaemg.org.br.

O mês de abril foi marcado pelo aumento de preços dos hortifrutis, como a banana (+15,56%), a batata (+12,18%) e o abacaxi (+7,78%). No acumulado do ano, os produtos encareceram 93,64%, 107,3% e 13,92%, respectivamente. Em trajetória de alta desde o último ano, a batata já acumula aumento de 230% na comparação entre os meses de maio de 2012 e abril de 2013.

O preço do feijão também registra alta (+10,77% em abril e +47,05% no acumulado do ano) sob efeito da seca, que ocasionou perda de cerca de 30% da safra de verão mineira este ano. Algodão e arroz também vivem momento de valorização pela baixa oferta, ocasionada tanto por questões climáticas no mercado interno, quanto pela quebra de safras em outros países. Ambos ficaram 19,8% mais caros nestes quatro primeiros meses do ano.

Na direção oposta, o acompanhamento mostra retração no preço das principais commodities. Soja e milho, por exemplo, desvalorizaram pela expectativa de uma supersafra brasileira e a recuperação da safra norte-americana. Só neste início de ano, os produtos desvalorizaram 31,98% e 23,85%, respectivamente. O café também segue em queda desde o ano passado (-22,63% nos últimos 12 meses), sobretudo em função do alto volume da safra atual, em ano de ciclo baixo. Para todos estes produtos, a trajetória, segundo Vilela, deve permanecer em queda.

Ele destaca ainda a valorização do leite, que começa o ano com aumento de 8,05% (4,46% só em abril). Em sua avaliação, esta tem sido uma tendência cíclica nos últimos quatro anos, de aumento de preços no primeiro semestre, mesmo havendo aumento de oferta. “Acredito que isto seja uma estratégia da indústria para fortalecer a base de fornecedores para o período de menor oferta, no segundo semestre”.

No último ano, Minas Gerais registrou baixa captação de leite, o que também força a alta deste ano. A expectativa, no entanto, é novamente de pouca oferta, já que o verão foi de poucas chuvas nos pastos de importantes bacias leiteiras do estado.

 

Agronegócio exporta 29% mais e fatura 2% menos

A balança comercial do agronegócio mineiro no primeiro quadrimestre de 2013 revelou crescimento de 29% no volume das exportações na comparação com mesmo período de 2012. Puxado especialmente pela soja (50%), café (16%) e carnes (12%), O bom desempenho em volume é frustrado, no entanto, pelos baixos preços encontrados pelos produtos brasileiros no mercado externo. O resultado é a queda de 2% no faturamento para a comparação. De janeiro a abril, Minas Gerais acumulou US$ 2,34 bilhões em vendas internacionais do agronegócio. O faturamento representa 22,53% do total exportado pelo estado no período.

As importações por sua vez cresceram 9% em volume no período, alavancadas principalmente pelos defensivos agrícolas (500%). As compras internacionais feitas pelo agronegócio mineiro totalizaram US$ 341milhões.

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