O Governo tem um argumento forte para convencer os deputados federais a votarem a favor da reforma da Previdên-cia, por mexer diretamente no bolso, ou melhor, nas emendas parlamentares. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), disse que em algum momento vai faltar dinheiro, terão que ser feitos cortes, e mesmo as emendas parlamentares sendo um direito, elas também podem ser afetadas. Ou seja, em ano eleitoral, e com a limitação de recursos para as campa-nhas, as emendas passam a ter uma importância maior, já que elas são destinadas a obras nas bases eleitorais de deputados e senadores. Cortar esse recurso não é o que se pode chamar de uma boa notícia. O assunto foi levantado por Meirelles du-rante a sua palestra para empresários, políticos e representan-tes da sociedade, no primeiro Conexão Empresarial de 2018, realizado no dia 5 de fevereiro. O evento é promovido pela VB Comunicação, no espaço V, em Nova Lima.
Meirelles, que analisa a possibilidade de disputar a Presidência da República, disse que no momento está 100% dedicado à sua função e só vai definirse vai mesmo entrar na disputa no finaldo prazo de desincompatibilização, no dia 7 de abril. Até lá, vai continuar debatendo com os mais diversos setores sobre a necessidade de se fazer a reforma da Previdência. Para ele, o país viveu a sua mais longa crise econômica, decorrente de problemas fiscaisque se prolongaram por 25 anos. Enfrentalos foi fundamental para que o país voltasse a crescer. Após tomadas algumas medidas no governo Temer, o Brasil saiu da recessão e terá um crescimento consistente de 3% neste ano e por um longo período, segundo Meirelles. Para ele, à medida em que são eliminadas as causas da crise, o país passa a ter condições de crescer e a reforma da Previdência é uma dessas medidas.
Ele avisa que não existe um plano B e que se essa reforma, mesmo com as modificações feitas até agora, terá que ser feita porque o país não tem como arcar com os custos das aposentadorias e quanto mais tarde, mais drástica ela será. O maior foco de resistência, segundo Meirelles está entre os que perdem privilégios, mas é preciso enfrentá-los para as regras sejam iguais para todos. Um dos argumentos usados por ele é o de que o Brasil é um dos países onde o trabalhador se aposenta mais cedo. No México, onde a situação é semelhante à do Brasil, a aposentadoria é aos 72 anos.
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