Autor: Paulo Queiroga

Seguramente, Escópia é uma das cidades mais singulares da Europa.

Numa comparação superficial, a capital da Macedônia do Norte é como se juntasse no mesmo lugar toda a narrativa da civilização Ocidental.

Antiguidade

Sua história é longa e conflituosa. Vestígios arqueológicos remontam a 3.500 anos a.C. Foi invadida pelos Dardânios da Macedônia, no século III a C. A cidade era parte do Império Grego, comandado por Alexandre, O Grande, que ali nasceu. Depois, ocupada pelos romanos que a tornou província romana da Macedônia.

O discípulo de Cristo, São Paulo, começou a espalhar a doutrina cristã em meados do século I d.C, exatamente na Macedônia e na Península Balcânica.

Os cristãos na Macedônia já tinham uma Igreja organizada no início do século IV, cujos bispos participavam regularmente dos concílios ecumênicos. O testemunho está ali, na maior igreja ortodoxa da Europa, a Svet Spas.

Idade Média

No ano 518 da nossa era, a cidade sofreu um terremoto que, praticamente, destruiu toda a cidade.

A ocupação romana durou até o século VII d. C, quando foi tomada pelos eslavos. Foi também conquistada pelo Império Búlgaro, pelos bizantinos, passou por outro terremoto no final do século XI, foi invadida e anexada ao Império Sérvio que a transformou em capital do Império em 1346.

Mas, sua agitada história não para por aí. Em 1392, Escópia foi capturada pelo Império Otomano, introduzindo o Islamismo, construindo grandes mesquitas, transformando a cidade em capital da província otomana do Cosovo. o que alterou profundamente a cidade e o estilo de vida da população.

Transição para a era moderna

Novo terremoto destrói a Escópia medieval em 1555. Aos poucos, recupera sua pujança metropolitana e estima-se que a população local no século XVII era entre 30.000 e 60.000 habitantes.

Século XX

Em 1910, nasce na Escópia a lendária Agnes Gonxha Bojaxhiu, de origem albanesa, mais tarde conhecida como Madre Teresa de Calcutá, Prêmio Nobel da Paz, atualmente canonizada Santa pela Igreja Católica.

Neste período, a cidade se torna também um centro de rebeldes contra o Império Otomano, culminando na expulsão dos otomanos em 1912, pelos macedônios. Mas, foi imediatamente capturada pelos sérvios no início da Primeira Guerra Balcânica. No entanto, a ocupação sérvia dura até o fim da Primeira Guerra Mundial (1918), quando se torna parte do Reino da Iugoslávia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1941 e 1944, a cidade retorna ao controle búlgaro. Em seguida, é anexada à Republica Socialista Federativa da Iugoslávia, sob o controle da União Soviética.

Em 26 de julho de 1963, Escópia passa por outro terremoto, que destrói 80% da cidade, mata mais de 1.000 pessoas e deixa 120 mil desalojados danificando a maioria de seus monumentos.

Em 1991, com a extinção URSS, a Macedônia do Norte alcança sua independência e Escópia torna-se sua legítima capital.

A partir de 2008, a cidade passa por uma espécie de avivamento, por iniciativa das autoridades locais, que reconstruiu praticamente toda sua história para revitalizá-la e atrair o turismo.

Atualmente, a cidade impressiona pela eclética arquitetura urbana. praças, pontes, igrejas, mesquitas, largas avenidas, ruelas medievais, bazares, mercadinho, estátuas, tudo num mesmo ambiente urbano.

A cidade, cortada pelo Rio Varnar é unida por várias pontes retratando vários períodos de sua história, desde o peso das pedras medievais, a elegância das pontes parisienses e até ponte das Artes homenageando artistas locais.

A Praça da Macedônia, onde reina a estátua equestre de Alexandre, o Grande, é o principal ponto de partida para um passeio.

Chega a ser um exagero a quantidade de estátuas espalhadas pela cidade homenageando seus heróis e personalidades históricas.

O monumento construído em homenagem à Madre Teresa de Calcutá também compõe este grupo de monumentos de reconstrução da história da cidade.

Como cidade turística Escópia é colorida por bares, restaurantes com ótima comida, lojas e, especialmente, tudo incrivelmente barato, comparado ao restante da Europa.

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