Com o mercado em transformação, milhares de pessoas encontram oportunidades para investir no próprio negócio

Na semana em que se comemora o Dia do Trabalho (1º de maio), chama a atenção o crescimento do número de trabalhadores formalizados como Microempreendedores Individuais (MEI). Em Minas Gerais, já são 941 mil MEI, cerca de 11,5% do contingente do país. A taxa de crescimento do número de MEI no estado, nos últimos 12 meses, é de 21,6%. “Isto é um indicador de que o empreendedorismo vem se consolidando como alternativa econômica para milhares de trabalhadores no estado”, avalia Felipe Brandão, gerente de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas.

Segundo o IBGE, o número de empresários no Brasil cresceu 5,5% entre 2015 e 2017, passando de 7,3 milhões para 7,7 milhões de pessoas. “Estamos vivendo uma mudança expressiva no mercado de trabalho, tanto no Brasil quanto no mundo. O avanço tecnológico está transformando os modelos de negócios, reduzindo a necessidade de mão de obra em muitos setores, mas abrindo oportunidades para novos empreendimentos”, destaca Brandão.

Outro ponto positivo que pode ser destacado neste Dia do Trabalho é o aumento gradual do empreendedorismo por oportunidade, motivado pela identificação de uma demanda do mercado e também pelo desejo de realização pessoal. Em 2018, para cada empreendedor inicial – com até 3,5 anos de atividade – havia 1,6 por oportunidade. Os dados são do relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2018), realizado no Brasil pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).

A proporção de empreendedores por oportunidade vem aumentando gradativamente desde 2015, auge da crise econômica brasileira, chegando a 62% em 2018. No ano passado, mais de 15 milhões de brasileiros empreendiam por oportunidade, número 60% superior ao de empreendedores por necessidade. E o que mais chama a atenção: ter o próprio negócio já figura na quarta colocação entre os principais sonhos dos brasileiros, enquanto fazer carreira numa empresa aparece em oitavo lugar.

O empreendedorismo tem modificado fortemente a estrutura de trabalho no Brasil. “Isto é irreversível e muito positivo, não só porque hoje temos um ambiente mais favorável ao empreendedorismo, por conta de avanços na legislação, mas porque o maior acesso às tecnologias e à informação faz com que as pessoas enxerguem outras possibilidades além do emprego com carteira assinada”, afirma o gerente do Sebrae Minas.

 

Mais empregos

Entre 2014 e 2018, Minas Gerais perdeu 249,5 mil empregos formais, segundo o IBGE. No acumulado de 2019, o saldo entre admissões e contratações no estado ficou positivo em 32.671 vagas. E as Micro e Pequenas Empresas (MPE) têm se mantido como as principais geradoras de trabalho no estado, com um saldo líquido de 20.576 vagas nos três primeiros meses do ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Embora o saldo líquido de empregos no segmento tenha caído 104,73%, no mês de março, com uma diferença negativa de 776 vagas, as MPE apresentaram, nos últimos 12 meses, um saldo líquido de 55.420 empregos. No mesmo período, as médias e grandes empresas registraram um saldo de 18.213 vagas. “As MPE foram as que mais contribuíram para a geração de trabalho e renda no estado no último ano”, registra Brandão.

 

A força do empreendedorismo

Segundo a GEM 2018, 38% dos brasileiros entre 18 e 64 anos –  51,9 milhões de pessoas – tinham ou estavam envolvidos na criação de um negócio no ano passado. Este percentual de empreendedores é o segundo maior registrado pela GEM no Brasil há 10 anos, ficando abaixo apenas do registrado em 2015 (39%) e representa um crescimento de dois pontos percentuais em relação aos dois anos anteriores.

A força dos pequenos negócios

Os pequenos negócios, incluindo Microempreendedores Individuais (MEI), Micro e Pequenas Empresas (MPE) e produtores rurais, representam mais de 99% das empresas brasileiras. Em Minas Gerais, o segmento soma mais de 2, 2 milhões de empreendimentos, e gera quase 60% dos empregos formais do estado.

941.001 MEI

751.665 MPE

574.107 produtores rurais

*Fonte: Portal do Empreendedor, 2019 + RAIS, 2017 e Sistema Nacional do Cadastro Rural, 2016

 

 

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