Desempenho ruim da indústria derruba o PIB mineiro do 3º trimestre de 2023

Participação do PIB de Minas Gerais no PIB brasileiro – Fonte: IBGE/FJP – Os dados de 2022 ainda são preliminares

Piora o ritmo da economia mineira, em relação à média nacional, no acumulado dos 4 últimos trimestres

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira

Presidente/Editor Geral de Mercado Comum

A Fundação João Pinheiro – FJP, instituição ligada ao governo de Minas Gerais divulgou, no dia 20 de dezembro, os dados relativos ao PIB do estado referentes ao 3º trimestre de 2023.

No terceiro trimestre de 2023, o PIB – Produto Interno Bruto  de Minas Gerais totalizou R$ 257,8 bilhões, valor nominal 3,2% maior do que o registrado no mesmo trimestre em 2022 (R$ 249,9 bilhões).  

Destaca a FJP que o montante alcançado entre julho e setembro deste ano incluiu o valor adicionado das atividades da agricultura, pecuária e produção florestal (R$ 13,8 bilhões), das indústrias (R$ 75,0 bilhões) e dos serviços (R$ 141,6 bilhões), além dos impostos indiretos sobre produtos líquidos de subsídios, que adicionaram R$ 27,4 bilhões aos preços pagos pelos consumidores.  

Na comparação com o segundo trimestre de 2023, no entanto, o PIB de Minas Gerais apresentou variação real negativa de -1,4% no terceiro trimestre de 2023. “A retração pode ser explicada pelo resultado trimestral negativo dos subsetores da indústria, de -1,7%”, explicou o pesquisador da Coordenação de Contas Regionais da FJP, Thiago Almeida. Por outro lado, a produção agropecuária (0,3%) e das atividades de serviços (0,6%) evoluíram positivamente no mesmo período.  

Nessa base de comparação, apenas a construção apresentou variação negativa. Já na média dos últimos 12 meses considerados (outubro de 2022 a setembro de 2023), o PIB de Minas Gerais expandiu 2,6% em relação à média dos 12 meses anteriores (outubro de 2021 a setembro de 2022).

Nessa base de comparação

Setores

Na agropecuária, o menor peso da soja e do milho na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2023 foi compensado pela entrada da cana-de-açúcar, enquanto, na produção agrícola, previsões de aumentos de 37,6% na terceira safra de feijão, de 31,4% na terceira safra de batata-inglesa, e de 105,7% na safra de sorgo também contribuíram para o resultado agregado.  

Por outro lado, na pecuária houve redução na comparação interanual de, aproximadamente, 1,5%, no total de leite cru adquirido de estabelecimentos locais.  

Na produção florestal, a demanda derivada da fabricação de produtos de papel e celulose foi reduzida e da siderurgia permaneceu praticamente inalterada. 

Entre as atividades industriais, a produção das indústrias extrativas de Minas Gerais no terceiro trimestre registrou queda em relação ao trimestre imediatamente anterior e, se comparada ao mesmo trimestre de 2022, a produção foi 1,7% menor. “A indústria extrativa mineral teve uma queda importante na série com ajuste sazonal, de 6,4%. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, as principais empresas atuantes no estado tiveram queda na produção de minério de ferro”, observou Almeida. 

Por sua vez, nas indústrias de transformação, houve expansão da fabricação de produtos de alimentos, bebidas, fumo, de produtos de minerais não-metálicos, metalurgia e de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) em comparação com o trimestre anterior, enquanto foi registrada retração na fabricação de produtos de papel, de derivados do refino de petróleo, de produtos químicos, de máquinas e equipamentos e de veículos automotores. “Na indústria de transformação, a construção civil também apresentou queda. O setor vem sendo bastante afetado pelas taxas de juros elevadas, o que desfavorece o financiamento no setor imobiliário”, analisa o pesquisador da FJP.

Outras atividades

Nas atividades de geração e distribuição de eletricidade, gás, água e saneamento, houve expansão de 0,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e de 2,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.  

A geração de eletricidade no território de Minas Gerais (em GWh) permaneceu praticamente inalterada na comparação com o trimestre imediatamente anterior, mas apresentou expansão de 2,1% na comparação com o mesmo trimestre em 2022. “O ano de 2023 foi muito bom, de uma maneira geral, para o setor de geração de eletricidade com a recuperação do volume útil dos reservatórios, mas a gente teve uma ligeira queda no volume útil que afetou o resultado do 3º trimestre”, finalizou Thiago Almeida. 

No período avaliado, a expansão do volume de vendas no comércio de hipermercados, móveis e eletrodomésticos, farmacêuticos, equipamentos e materiais de informática e comunicação, de veículos e de material de construção mais do que compensou a retração nos segmentos do vestuário e de combustíveis.  

No terceiro trimestre de 2023, somente as atividades de serviços de informação e comunicação apresentaram expansão no volume de serviços em Minas Gerais tanto na comparação com o trimestre imediatamente anterior quanto na interanual.  

O destaque negativo foi para os serviços prestados às famílias e os serviços profissionais, técnicos e administrativos, que apresentaram contração do nível de atividade.

Desempenho da economia mineira no acumulado dos 4 últimos trimestres piora em relação à média nacional

Desempenho da economia mineira no acumulado dos 4 últimos trimestres piora em relação à média nacional

Revela o estudo da Fundação João Pinheiro que, no acumulado dos últimos quatro trimestres deste ano,  a economia de Minas Gerais registrou uma expansão de 2,6% – inferior aos 3,1% da média nacional. No acumulado dos três primeiros trimestres do ano de 2023 o desempenho do PIB mineiro praticamente acompanhou o ritmo da economia brasileira que, no geral, apresentou crescimento de 3,2%.

No acumulado dos três primeiros trimestres de 2023 e em valores correntes, a economia mineira somou R$ 767 bilhões no período e a estimativa é que esse valor supere a casa de R$ 1 trilhão. De acordo com o coordenador de Contas Regionais da FJP, Raimundo Leal, a expectativa é que a atividade econômica do estado atinja entre R$ 240 a R$ 250 bilhões nesse intervalo de tempo.

Para a FJP, os próximos trimestres devem ser de continuidade na desaceleração do ritmo de crescimento econômico até que se complete o processo de ancoragem das expectativas inflacionárias e que as taxas de juros reais deixem de atuar num período contracionista. Ela ressalta, no entanto, que eventuais surpresas positivas podem ocorrer a depender da demanda do setor externo por exportações de commodities agrícolas ou minerais.

Diminui a participação de Minas no PIB nacional

Diminui a participação de Minas no PIB nacional

Contraposto ao valor nominal do PIB do Brasil, estimado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em R$ 2.741,0 bilhões no terceiro trimestre de 2023, conclui-se que a participação do PIB de Minas Gerais no total nacional foi de 9,4% no período considerado, ligeiramente abaixo da participação estimada para o mesmo trimestre em 2022, de 9,6%.

MINAS GERAIS X BRASIL

MINAS GERAIS X BRASIL – TAXA ANUAL DE CRESCIMENTO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO2011/2022 – Em %

Ano Minas Gerais Brasil

2001 -0,12 1,39

2002 3,73 3,05

2003 2,13 1,14

2004 5,89 5,76

2005 4,02 3,20

2006 3,91 3,96

2007 5,53 6,07

2008 4,68 5,10

2009  -3,92  -0,13

2010 9,08 7,53

2011 2,48 3,97

2012 3,33 1,92

2013 0,47 3,00

2014 -0,70 0,50

2015 -4,26  -3,55

2016   -2,00  -3,27

2017 1,66 1,32

2018 1,33 1,78

2019  -0,01 1,22

2020 -3,04  -3,28

2021 5,73 4,76

2022 3,49 2,90

*Anos em que a economia de MG teve desempenho

pior do que a brasileira

Os dados de 2022 são preliminares

Fonte: IBGE/FJP – Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

Nos 22 anos decorridos deste século XXI, em onze deles a variação da taxa do PIB – Produto Interno Bruto de Minas Gerais teve desempenho pior do que a média nacional (2001, 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2013, 2014, 2014, 2018 e 2019). Isto significa, literalmente, que a economia estadual cresceu menos do que a média de todos os estados brasileiros nos referidos anos.

Já nos quatro anos iniciais do governo Romeu Zema – 2019 a 2022*, a economia de Minas Gerais conseguiu se desvencilhar do aprisionamento ao já histórico crescimento inferior à média nacional deste século XXI pois, enquanto o PIB brasileiro registrou um aumento médio anual de 1,40% e acumulado de 5,53%, o do estado ficou restrito a uma expansão média anual de 1,54% e acumulada de 6,08% no mesmo período (*os dados de 2022 ainda são preliminares).

MERCADOCOMUM estará circulando em dezembro com uma edição especial impressa e outra eletrônica trazendo matérias sobre os premiados, as empresas/instituições e personalidades, destacando a relevância da premiação para a economia e o desenvolvimento de Minas Gerais. Cabe ainda ressaltar a importância da realização desse evento, que reúne expressiva parcela formadora do PIB mineiro e obtém ampla repercussão da mídia em geral. Nesta edição especial constará o descritivo do XXVII Ranking de Empresas Mineiras, listando-se as “500 Maiores Empresas de Minas – 2023” – em ordem alfabética, por setor econômico, receita operacional líquida, resultado, patrimônio líquido e ativos totais.

MercadoComum, ora em seu 30º ano de circulação e em sua 324ª edição é enviado, mensalmente, a um público constituído por 118 mil pessoas formadoras de opinião em todo o país, diretamente via email e Linkedin, Whatsapp/Telegram, além de disponibilizar, para acesso, o seu site www.mercadocomum.com, juntamente com as suas edições anteriores. 

De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – no período de outubro de 2022 a agosto de 2023 – 9,56 milhões de visualizações – das quais, 1.016.327 ocorreram de 14 de agosto a 10 de setembro/2023.

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O XXV Prêmio Minas – Desempenho Empresarial – Melhores e Maiores Empresas – MercadoComum – 2023 conta com o apoio da ACMINAS – Associação Comercial e Empresarial de Minas; ASSEMG – Associação dos Economistas de Minas Gerais; Fórum JK de Desenvolvimento Econômico; IBEF – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de Minas Gerais e MinasPart- Desenvolvimento Empresarial e Econômico Ltda

O prazo para reserva de espaço para as publicidades na edição especial de MC será até o dia 31 de outubro e, a entrega de materiais, até o dia 16 de novembro.

As empresas agraciadas que participarem desta premiação, através da veiculação de uma página de publicidade na edição especial impressa e eletrônica, bem como no site desta publicação, além de um descritivo institucional sobre as mesmas receberão, também, um diploma impresso em papel especial, um troféu em aço inox e terão direito, adicionalmente, a uma mesa exclusiva de 8 lugares para a solenidade de premiação e jantar de confraternização. Também participarão de um almoço especial que ocorrerá em dezembro, em Lagoa Santa-MG, em homenagem aos agraciados.

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