Crédito cresceu 7,9% em 2023 e as perspectivas para 2024 são favoráveis

O saldo nominal total de crédito cresceu 7,9% em 2023 e alcançou R$ 5,8 trilhões no ano. O ritmo de variação se reduziu quando comparado a 2022, ano em que a carteira de crédito avançou 14,5%. Esta é a menor taxa de crescimento desde o começo da pandemia, efeito da política monetária restrita em boa parte do ano. Na abertura por tipos de clientes, ambos os saldos apresentaram desaceleração quando comparados a 2022. A carteira de crédito PF registrou a maior taxa de variação e manteve crescimento em dois dígitos, com taxa de 10,1%, ante 17,7% do ano anterior. Já a carteira PJ apresentou uma expansão mais moderada, em 4,5% ante 10,1% de 2022. Na abertura entre origem dos recursos, também houve redução do ritmo de avanço em ambos os tipos, mas com o saldo da carteira direcionada registrando uma menor desaceleração (14,0% para 11,8%) do que o saldo da carteira livre (14,9% para 5,2%). 

 

Em dezembro, o crescimento nominal do saldo de crédito às famílias foi de 10,1% em termos interanuais, completando o 11º mês seguido de desaceleração nestes termos. Na abertura entre modalidades, a carteira livre avançou 3,0% quando comparada a dezembro de 2022, descontado os efeitos sazonais, enquanto a carteira direcionada avançou 7,9% nesta mesma base de comparação. No ano de 2023, as linhas que sustentaram o crescimento da carteira livre foram as linhas de crédito não rotativas, como aquisição de veículos (6,9%) e crédito consignado (1,8%), ao passo que as linhas de crédito rotativas apresentaram um crescimento mais moderado, resultado de uma queda de 24,3% do saldo de cartão de crédito rotativo, compensado pelo avanço de 4,9% do saldo de cheque especial. Já dentro do crédito direcionado, destaque para o avanço em 12,0% do crédito rural, impulsionado por um aumento dos recursos destinados ao Plano Safra 2023/24. 

 

As concessões reais de crédito em dezembro aumentaram 2,6% na comparação interanual, ritmo menor quando comparado ao observado em novembro (5,0%). Este movimento foi sentido para ambos os tipos de crédito, com desaceleração de 5,3% para 2,8% nos empréstimos de crédito livre e de 3,0% para 1,4% nos empréstimos direcionados. Descontados os efeitos sazonais, as concessões às famílias no trimestre encerrado em dezembro avançaram 0,7%, resultado de expansão das concessões livres (1,1%) e queda nas direcionadas (-4,9%). A taxa de juros (ao ano) média das concessões às famílias manteve tendência de redução e passou de 34,1% de para 33,3% neste mês referente. 

 

Este é o menor patamar desde jun/22. Ambos os grupos de crédito tiveram juros menores nesta leitura, com a taxa média das concessões livres passando de 55,0% para 54,2% e a taxa média direcionada de 10,3% para 9,7%. O spread médio na categoria livre passou de 43,8% para 43,5%. No que tange à inadimplência, a taxa na carteira às famílias voltou a se reduzir neste mês e atingiu o menor nível desde set/22, em 3,7% ante 3,8% de novembro. Em novembro, o endividamento familiar como porcentagem da renda voltou a ficar em 48,2%, um nível um tanto quanto menor do que o observado em novembro de 2022 (49,5%). O comprometimento da renda com serviço das dívidas, por outro lado, apresentou redução relevante na passagem de outubro para novembro, atingindo o menor valor desde maio/22, em 26,5% ante 27,2%, com redução no comprometimento com amortização e juros. O saldo de crédito às empresas avançou 4,5% em dezembro de 2023 quando comparado ao mesmo mês de 2022, pouco acima do observado em novembro (4,2% YoY). 

 

Este movimento se deve à recuperação do crescimento da carteira de crédito livre, que interrompeu sequência de 17 meses seguidos de desaceleração nesta base de comparação, ao registrar taxa de 1,9% ante 1,1% do mês anterior. Já o crescimento da carteira direcionada passou de 10,0% para 9,6% nesta leitura. As concessões reais às empresas cresceram pelo 2º mês em termos interanuais, variando 2,0% ante 0,1% do mês anterior. O resultado foi o oposto entre as duas categorias de crédito, uma vez que houve expansão de 2,4% YoY nos empréstimos livres, enquanto os empréstimos direcionados reduziram em 2,6% no período. Em termos dessazonalizados, a evolução do crédito PJ continua sólida, registrando o 6º mês seguido de avanço das concessões quando comparadas ao período imediatamente anterior. 

 

Esta dinâmica é observada apenas no crédito livre; na contramão, o crédito direcionado completou o segundo mês seguido de queda nesta base de comparação. Os juros médios das concessões às empresas apresentaram nova redução na passagem mensal e atingiram o menor valor desde dez/21, com taxa de 18,4%, ante 19,1% de novembro. Apenas os juros médios das concessões livres se reduziram nesta leitura (de 22,1% para 21,1%), uma vez que os juros médios direcionados avançaram para 11,5% ante 11,2%. A taxa de inadimplência na carteira às empresas voltou a cair frente ao mês anterior, ao passar de 2,9% de novembro para 2,7% nesta leitura. Ambas as modalidades de crédito tiveram redução da taxa neste mês. A inadimplência na carteira livre interrompeu sequência de 11 meses seguidos de alta e voltou a cair, para 3,5% ante 3,6%, enquanto a redução na taxa da carteira direcionada foi maior (1,6% para 1,2%). Descontados os efeitos sazonais, contudo, a taxa de inadimplência livre avançou 0,1p.p. 

 

O cenário do mercado de crédito melhorou no último trimestre de 2023 e traz uma perspectiva positiva para 2024. Pelo lado das famílias, o programa de renegociações de dívidas (Desenrola) teve impacto relevante nas variáveis de crédito, levando uma redução do crédito rotativo (oneroso ao consumidor), da inadimplência e do spread bancário. Juros menores, aliados a um mercado de trabalho resiliente, se refletiram numa recuperação do crédito não rotativo. Além disso, a implementação do Marco Legal das Garantias pode exercer impacto relevante sobre o mercado de crédito pessoal, com potencial redução do risco das novas operações e, consequentemente, dos spreads bancários. 

 

O cenário às empresas apresentou significativa melhora neste mês de dezembro, com recuperação das concessões de crédito livre, contínua redução dos juros de novas operações e uma moderação do ritmo de alta da inadimplência. O mercado de capitais também se recuperou ao final de 2023, com aumento do número de emissões, refletindo uma menor incerteza das instituições financeiras e investidores. Por outro lado, a inadimplência nas micro e pequenas empresas continua em crescimento e pode significar mais uma barreira de acesso ao mercado de crédito por parte destas empresas. Por fim, o crédito direcionado deve continuar forte neste ano de 2024, ainda que possa apresentar dificuldades durante o ano. Se de um lado será beneficiado pela maior propensão do BNDES para novos empréstimos (especialmente ligados à infraestrutura, através do novo PAC e NIB), por outro lado a quebra de safra esperada para primeira metade deste ano pode reduzir a capacidade de pagamento dos produtores rurais e afetar a inadimplência das operações ativas. Além disso, nova norma do CMN, diminuindo incentivos fiscais em títulos como CRI e CRA, pode impactar o funding do crédito direcionado, principalmente em financiamentos imobiliários. No entanto, na medida em que a taxa Selic se reduz, os recursos via poupança devem voltar a ganhar participação em operações nesta modalidade. (Fonte: LCA Consultores Econômicos)

MercadoComum, ora em seu 30º ano de circulação e em sua 324ª edição é enviado, mensalmente, a um público constituído por 118 mil pessoas formadoras de opinião em todo o país, diretamente via email e Linkedin, Whatsapp/Telegram, além de disponibilizar, para acesso, o seu site www.mercadocomum.com, juntamente com as suas edições anteriores.

De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – no período de outubro de 2022 a agosto de 2023 – 9,56 milhões de visualizações – das quais, 1.016.327 ocorreram de 14 de agosto a 10 de setembro/2023.

Tráfego orgânico MercadoComum bY SEO MUNIZ

O XXV Prêmio Minas – Desempenho Empresarial – Melhores e Maiores Empresas – MercadoComum – 2023 conta com o apoio da ACMINAS – Associação Comercial e Empresarial de Minas; ASSEMG – Associação dos Economistas de Minas Gerais; Fórum JK de Desenvolvimento Econômico; IBEF – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de Minas Gerais e MinasPart- Desenvolvimento Empresarial e Econômico Ltda.

O prazo para reserva de espaço para as publicidades na edição especial de MC será até o dia 31 de outubro e, a entrega de materiais, até o dia 16 de novembro.

As empresas agraciadas que participarem desta premiação, através da veiculação de uma página de publicidade na edição especial impressa e eletrônica, bem como no site desta publicação, além de um descritivo institucional sobre as mesmas receberão, também, um diploma impresso em papel especial, um troféu em aço inox e terão direito, adicionalmente, a uma mesa exclusiva de 8 lugares para a solenidade de premiação e jantar de confraternização. Também participarão de um almoço especial que ocorrerá em dezembro, em Lagoa Santa-MG, em homenagem aos agraciados.

Rota

Sua localização:

Mercado Comum: Jornal on-line - BH - Cultura - Economia - Política e Variedades

Rua Padre Odorico, 128 – Sobreloja São Pedro
Belo Horizonte, Minas Gerais 30330-040
Brasil
Telefone: (0xx31) 3281-6474
Fax: (0xx31) 3223-1559
Email: revistamc@uol.com.br
URL: https://www.mercadocomum.com/
DomingoAberto 24 horas
SegundaAberto 24 horas
TerçaAberto 24 horas
QuartaAberto 24 horas
QuintaAberto 24 horas
SextaAberto 24 horas
SábadoAberto 24 horas
Anúncio