Ciclo de crescimento global pode desacelerar a partir de 2019, indica relatório económico

Desenvolvido pela COSTDRIVERS e a CADARN Consultoria, o documento aborda o cenário político e econômico global e brasileiro e os temas que vão impactar 2019
Após 10 anos de recuperação econômica frente à crise mundial vivenciada em 2008, o ano de 2019 pode ser marcado pela reversão gradual de ciclo na economia. Soma-se a isso a crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, o ambiente político instável na União Europeia e a possibilidade de uma nova crise financeira nos Estados Unidos.

A projeção foi feita pela COSTDRIVERS, plataforma global SAAS que fornece ferramentas exclusivas e informações sobre preços e custos em vários segmentos e a CADARN Consultoria, especializada em projetos voltados para suprimentos, no estudo Como as mudanças políticas e macroeconômicas vão afetar os departamentos de compras em 2019.

A análise envolveu o ciclo pós a crise mundial vivenciada em 2008 e como foi o processo de recuperação nos 10 anos seguintes. Em particular, a pesquisa também abordou os últimos cinco anos do cenário brasileiro, marcados por um processo de impeachment, e o menor crescimento econômico da história do país.

“Há evidentes sinais de que a economia global pode entrar em um processo de decrescimento, especialmente nos países desenvolvidos. No Brasil de 2019, precisaremos lidar com esse desafio, especialmente as empresas, que deverão renegociar seus contratos com fornecedores, em um cenário econômico mais desfavorável”, afirma Erick Boano, COO da COSTDRIVERS.
Cenário Mundial
De acordo com os dados levantados no relatório, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o Banco Central Europeu (BCE) avaliam que o PIB Global tende a se manter estável ou diminuir 0,2% em 2019. Mas a probabilidade é que apesar da perspectiva pessimista, o contexto econômico indica maior possibilidade de redução do que de manutenção das atuais taxas de crescimento.

O relatório a guerra cambial travada entre Estados Unidos e China, e a sobretaxação entre parte dos produtos importados por seus países. Esse fato, de acordo com o FMI pode ocasionar a redução do comércio bilateral e elevar o preço dos insumos nos Estados Unidos, consequentemente reduzir as margens de lucros de empresas que dependem de componentes fabricados na China em até 15%.

Se as tensões comerciais persistirem, a instituição ainda prevê que o PIB chinês, atualmente em 6,6%, deva ter um decréscimo entre 0,4% e 1%, o quer pode refletir em uma necessidade de geração de capital.

“Outro fator que pesa contra o cenário econômico brasileiro é a situação fiscal do país, que não é favorável – e cujas mudanças deverão se postergar ao longo de 2019”, analisa Boano.

Além dos EUA, Japão e União Europeia também reduziram drasticamente as taxas de juros, na tentativa de combater a crise. Agora, os países estão tentando reverter as taxas – esse processo, entretanto, deverá ser feito de maneira gradual. Nesse período, a China deve continuar sendo observada com atenção, pois o endividamento total econômico está cerca de 300% do PIB.

A saída do Reino Unido da União Europeia, conhecido como Brexit, uma nova configuração financeira deve ser estabelecida, e eventualmente, França e Alemanha devem ter um novo papel dentro do bloco econômico. A Alemanha, em especial, ainda vai passar por mudanças, pois existe a possibilidade da saída da chanceler Angela Merkel da liderança do país.
Cenário brasileiro
A transição política e econômica brasileira também foi destaque no levantamento para 2019, abordando como as mudanças no poder devem influenciar na posição do Brasil no cenário mundial.

Segundo os dados levantados pela COSTDRIVERS e pela CADARN Consultoria, temas importantes como controle da inflação, manutenção da taxa Selic, equilíbrio na balança comercial, capacidade da indústria brasileira e o alto índice de desemprego acima de 12% ainda devem continuar na agenda econômica do novo Presidente e do Congresso Nacional. Esses fatores segundo o estudo, impactam diretamente as decisões dos departamentos de compras.
Além disso, o estudo também analisa as especulações na escolha de Sérgio Moro e de Paulo Guedes, para o futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. E também aponta novos e já existentes impasses da política brasileira, como o ajuste fiscal, reforma da previdência, dívida pública, privatizações, reforma tributária, independência do Banco Central, manutenção de acordos e de boas relações internacionais pelo novo presidente e a continuidade no combate à corrupção.
“Traçar um perfil macroeconômico e dos principais temas que farão parte da agenda global está intrinsicamente ligado ao nosso mercado, pois esses parâmetros irão influenciar os preços de matérias primas como aço, açúcar, petróleo e várias outras commodities. O objetivo é oferecer informações claras que possam contribuir em decisões que garantam a permanência e crescimento do Brasil, com importante atuação na economia mundial, conclui Boano.
A expectativa de crescimento de investimentos no mercado interno, com a expansão da economia e possível redução do desemprego, que deve aumentar a demanda pelo aço. Assim como, também o alumínio deve sofrer uma leve alta em seu preço. No caso da celulose, que hoje grande parte da produção é exportada, os preços continuam crescendo de forma constante.

Já as commodities agrícolas acabam sendo beneficiadas entre as disputas norte-americanas e chinesas. Como por exemplo, a soja, deve ter sua demanda global aumentada e isso pode favorecer os preços praticados no Brasil.

O açúcar deve ser beneficiado pela queda na produção mundial e um aumento de 11% na produção interna em relação à safra anterior.

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