Cartagena das Índias - Colômbia com mucho gusto
Cartagena das Índias - Colômbia com mucho gusto
Cartagena das Índias – Colômbia com mucho gusto

Paulo Queiroga

Hoje, nossa viagem é a cidade colombiana de Cartagena. A Colômbia que normalmente é destacada na mídia pelas guerrilhas, violência e narcotráfico não traduz a verdadeira Colômbia por inteiro, ou pelos menos, a maior parte deste adorável país. O povo é hospitaleiro, os lugares belíssimos, as cidades seguras e bem policiadas e os locais de turismo possuem bons níveis de serviço.

Antigo Entreposto

Cartagena de Índias, assim chamada para se diferenciar da cidade de Cartagena, na Espanha foi, a partir do século XVI, um rico entreposto de comércio no caribe colombiano entre a América e a Europa. A cidade é cercada por 11 km de muralhas construídas pelos espanhóis para se defenderem de ataques piratas, especialmente, ingleses e franceses. Por ali passava toda a riqueza que os espanhóis pilharam durante séculos dos povos da América Andina e da costa do Pacífico.

Um dos 12 Destinos Internacionais

Quem conhece a cidade sabe que o seu prestígio internacional não é um exagero. Um dos guias turísticos mais importantes dos Estados Unidos, o Frommers, recomenda Cartagena de Índias como um dos 12 destinos do mundo para visitar. A cidade o único lugar de América Latina que consta da lista desta influente publicação. Personalidades famosas decidiram ter um lugar próprio no “corralito de piedra”, como também é chamada Cartagena. Gabriel García Márquez, Juanes, Shakira, e Julio Iglesias são alguns dos afortunados que mantém casas de descanso neste espaço urbano com o metro quadrado mais caro do Caribe.

Charme das Ruas

A cidade é plana como um campo de futebol. Tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco, o centro histórico estampa um colorido mosaico de fortificações, construções históricas, igrejas e museus do período da colonização espanhola. Charmosa, especialmente à noite, a iluminação pública é feita por enormes lanternas com lâmpadas amarelas, sem fios de energia aparentes.

Nas casas antigas, as sacadas e as grandes portas de madeira decorada em ferro expõem o status dos moradores, na proporção da quantidade de adornos. Por dentro, os pátios internos com plantas, fontes de água e aves decorativas nos levam ao encanto tratado em detalhes.

Carruagens abertas desfilam românticas pelas ruelas de traçado colonial levando e trazendo turistas entre os hotéis-boutiques, os elegantes restaurantes e as lojas de griffe, sempre ao som alegre da salsa e do merengue.

Ambulantes vendem de tudo nas ruas: chapéus, artesanato em couro, prata, coco e chifre de touro, charutos e produtos importados falsificados. A pechincha já começa com cinquenta por cento e termina com a esperada frase: “Quanto tu quieres pagar?” Os vendedores de rua, embora respeitem o turista, chegam a incomodar um pouco pela insistência, fruto da pobreza do país. Nada diferente de qualquer cidade turística da América Latina.

Hospedagens Elegantes

Alguns hotéis são antigos mosteiros e conventos. Finamente restaurados, neles é preservada a arquitetura antiga e internamente são acrescentados o charme e a sofisticação do contemporâneo. Um deles é o Hotel Charleston – Santa Teresa, com cinco estrelas. O antigo mosteiro transformado em confortáveis suítes garante o serviço em clima elegante e aconchegante. Outro hotel de excelente categoria é o Sofitel Santa Clara – um cinco estrelas de sofisticado bom-gosto na decoração harmonizada com a arquitetura religiosa. Alguns hotéis oferecem estruturas para eventos com auditórios e área de exposições. No centro histórico ficam também os exclusivos e charmosos hotéis-boutiques, com serviços igualmente exclusivos.

Comer bem em Cartagena

Poucos prazeres se comparam a respirar o ambiente do restaurante Santíssimo, num prédio histórico, em meio ao jardim de inverno, com iluminação indireta e decoração contemporânea. Saborear o sofisticado Langostino Vishnu – camarões enormes servidos com molho de gengibre e alho, acompanhados de um bom vinho é experiência inesquecível.

Na noite seguinte, no exclusivo restaurante Clube de Pesca, um jantar à luz de vela, de frente para a marina degustando o Mariscos à la Cartagenera, – uma delicada combinação de peixes e frutos do mar, com molho de papaya verde, servidos com arroz de coco e patacones – Banana-da-terra verde amassada, frita em forma de panquecas, a gente sente o corpo e a alma no Caribe.

A Colômbia produz um dos melhores cafés do mundo. Além do delicioso café, a carne de boi é também iguaria importante no país. Uma chorizo de parrilha, mais saboroso do que se come na Argentina, você encontrará no Restaurante Quebracho. A qualidade da carne honra a posição da Colômbia como grande produtor de gado bovino.

Pequena Ilha no Caribe

A 45 minutos de Cartagena, em uma lancha rápida, você chega ao Hotel San Piedro, na paradisíaca Ilha Majágua, em meio a 27 outras pequenas ilhas conhecidas como Islas Del Rosário. O hotel oferece 17 cabanas típicas, com toda infraestrutura, praias de areia branca, bares, restaurantes, quiosques de massagens e deliciosos recantos para relaxar, ou namorar. Além de pacotes com hospedagens, o hotel oferece também o serviço de day use, onde você usufrui de toda a estrutura em apenas um dia.

Para essa excelente estada em Cartagena contamos com a receptividade de uma das maiores agências de turismo da Colômbia: a Gema Tours. Com sede em Cartagena, a equipe cuida de todos os seus mimos com alto nível de serviços.

Com toda certeza, você desfrutará de Cartagena de Índias, com mucho gusto!

A colonização pela língua

José Maria Couto Moreira*

Os brasileiros mais ciosos suplicam às autoridades legislativas que imponham, por lei federal, em caráter de urgência, um diploma a proibir que expressões em língua estrangeira passem a substituir os recursos de nosso vernáculo em impressos ou orientações de qualquer natureza, inclusive as constantes na via eletrônica, que se prestem a transmitir o método de consumo ou uso de produto, nacional ou estrangeiro. Ora, leitores, não se pode mais adiar a proibição de sucessivas e avassaladoras invasões de vocabulário estrangeiro na nossa língua, que, revogando legítima expressão de nosso léxico abundante, venham a suprimir nosso padrão construído há tantos séculos. O sestro já se tornou quase um indicativo de que os produtores de tais atentados léxicos são donos de nossa língua. Sem legitimação pelos patronos de nosso idioma e das autoridades que defendem nosso linguajar, esses infratores comuns estão a um passo de dicionarizar, como expressão de português corrente, todos os cacoetes de estrangeirismos no diálogo vivo e nos que se estabelecem em palestras, conferências, livros, informações de qualquer natureza, mas, principalmente, em propagandas, pelas quais se pretende vender produtos supostamente mais recomendados ou certificados apenas porque estão apregoados em inglês, principalmente. A informática, em particular, vem acumulando dia a dia um vocabulário inteiramente antilusófano, de tal sorte que, em breve, haveremos de ter um gueto lingüístico nesta atividade, cujo acesso a ela só se permitirá aos novos donos da língua. Hoje, já é indispensável a um bom publicitário que qualquer produto que se queira introduzir no mercado brasileiro possua expressões estrangeiras nos recados que envia ao consumidor, que está assimilando estas expressões, e transmitindo-os à nova geração, o que é grave. O próprio meio jornalístico está rendido a esse verdadeiro encantamento da comunicação.

Não se trata de pura exaltação à antiga Flor do Lácio de que se ocupava o romântico Bilac. A comunicação deve soar franca, inteligível e imediata, e para tal exige o português compreensível, mesmo o coloquial. Acima, porém, desta regra, a questão se confunde com a segurança nacional. Uma ameaça de colonização começa com a usurpação da língua. A história mostra que Roma tendeu à decadência quando seu povo desprezou o latim puro, acolhendo o castrense, que desvirtuou tanto o primeiro pelo surgimento de dialetos, responsáveis pela integridade da língua e, subsequentemente, do território. Não se entende porque o órgão de cúpula na regência do português em nosso país, a veneranda Academia Brasileira de Letras, não tenha apresentado protesto formal quanto a esta invasão descabida ou mesmo formulado projeto de lei para subsidiar o Congresso Nacional no tema de que é titular.

Já são cediças algumas locuções como “e.mail, on line, home page, link, network, back up, hard disk, driver, byte, hardware, software, printer, mouse, scanner, design, as mais lembradas para um universo de centenas de outros títulos no campo da informática, outras mais em diversas atividades onde todos possuem o direito da melhor compreensão, e, com certeza, se encontram em nosso vocabulário acepções correspondentes com as quais o leitor ou usuários se informam com suficiência. A substituição solerte de nossos vocábulos é um passo para a perda de nossa soberania ou mesmo autonomia. Carecemos de revigorar nossa língua e nossa comunicação, pois esta é fundamental para nossa nacionalidade e nosso desenvolvimento. A importância da comunicação é de tal ordem que Maurois historiador informava (História dos Estados Unidos) que o respeitável correio americano, realizado por meio da cavalaria, foi sepultado depois da locomotiva e do telégrafo, isto é, de 1865 a 1900, quando o mundo mudou mais do que de César até Washington.

Por todas as razões, uma providência legislativa, contendo penalidades, urge que aconteça. A nossa juventude, que representa a garantia para nosso futuro, se agora transviada para um português alienígena, falso ou canhestro, não estará melhor armada para enfrentar apetites expansionistas ou imperialistas. Enquanto nossa última trincheira de defesa da língua – a Academia Brasileira de Letras – não incluir em seu festivo chá das quintas-feiras uma agenda organizada para sugerir uma estratégia de enfrentamento deste fenômeno, o poder público também se mostrará leniente. Uma advertência enérgica da Casa de Machado de Assis iria iniciar um combate há muito aguardado contra os exterminadores de nossa língua.

Não se entende porque tanta tolerância gozam estes afrontadores da língua, tal qual pichadores dela, porque estes a descaracterizam assim como violam o patrimônio público e o particular.

Para que não sejamos vencidos, urge que o Estado mobilize forças para esta guerra. Chega de profanação ao idioma que congrega milhões de fraternais etnias que formam hoje a eloqüente Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

* Advogado

 

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