Em 2012 o número de turistas internacionais deverá ultrapassar 1 bilhão e as receitas do setor ficarão próximas de US$ 1 trilhão.
Os resultados do brasil ainda são pífios.
De acordo com informações divulgadas através do UNWTO World Tourism Barometer em janeiro, a WTO- -Organização Mundial do Turismo está projetando que o turismo receptivo internacional contabilizará um recorde histórico superior a 1 bilhão de chegadas de turistas em 2012, o que corresponde a um aumento de 3 a 4% em relação a 2011. No ano passado, o incremento
foi 4,4% – saltando de 939 milhões de 2010, para 980 milhões, sendo que os países da Europa registraram 503 milhões de chegadas, o que corresponde a 51% do total, fixando-se como o principal destino turístico mundial. Os países asiáticos e do Pacífico registraram
216 milhões de entradas (22% do total mundial); as chegadas aos países das Américas e Caribe somaram 156 milhões de turistas (16% do total mundial) – cabendo aos países do Oriente Médio 55 milhões de chegadas (6% do total) e, aos africanos, 50 milhões de
chegadas, ou 5% do total. As economias avançadas detiveram 53,4% das chegadas internacionais de turistas, contra 46,6% das economias emergentes e em desenvolvimento.
Segundo a UNWTO-Organização Mundial do Turismo, o turismo internacional contribui com mais de US$ 1 trilhão das receitas mundiais de exportações de serviços, ou cerca de 30% de toda a categoria, considerando-se também, para esse fim, as receitas provenientes dos transportes de passageiros. O turismo internacional vem sendo responsável por 6% das receitas totais provenientes das exportações de mercadorias e serviços e se classifica como uma categoria de exportação, em quarto lugar, atrás apenas de petróleo e seus derivados, produtos químicos e automotivos. Para muitos países emergentes é uma das principais fontes de
receitas cambiais, criando inúmeras oportunidades de novos empregos e de arrecadação tributária.
Baseando-se em algumas informações fornecidas por fontes seguras de muitos países, a contribuição do turismo para a formação do PIB-Produto Interno Bruto atinge 6% e esse número só tende a aumentar. Também contribui entre 6% a 7% na disponibilização de empregos diretos e indiretos.
A análise dos indicadores de desempenho internacionais mostram-se pouco favoráveis ao Brasil que, de acordo com a UNWTO, contabiliza 3,45% das chegadas internacionais de turistas às Américas e Caribe e apenas 0,55% do total mundial. Relativamente às receitas totais, a participação do país é de 3,25% das Américas e Caribe e de 0,64% do total
mundial.
No ranking mundial de turistas, o Brasil ocupa o 41º lugar no Turismo Receptivo e o 39º no Turismo Remissivo. Já no
balanço dos valores arrecadados pelo turismo mundial as recentes estatísticas mostram o Brasil detendo a 39ª posição
entre as maiores receitas obtidas e a 20ª em em nível de gastos, registrando altos déficits – considerados bastante
desfavoráveis ao país, como foi o de 2011, que superou US$ 14 bilhões.
Desde 2004 o Brasil vem registrando contínuos e crescentes perdas em sua conta de Turismo Internacional, acumulando
desde então, um expressivo déficit de US$ 41,648 bilhões.
Pode-se depreender, por esses dados e pela evidência das tabelas apresentadas a seguir, do quanto será preciso
ao país se esforçar para assumir uma posição mais justa e digna com a sua importância econômica, dando a necessária
resposta que precisamos a esse relevante setor que tanto contribui para o desenvolvimento em geral. Espera-se que
com a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 favoreçam significativamente a reversão do quadro atual.
Nestes dois primeiros anos do governo Dilma, a economia brasileira deverá crescer menos do que a média da América Latina, dos
países emergentes, dos BRIC’s e do mundo como um todo.
Tenho defendido, já há mais de duas décadas e desde que assumi a presidência do BDMG-Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. (que neste ano está comemorando 50 anos de fundação), que o Brasil precisa se reconciliar com o crescimento econômico vigoroso e contínuo, de forma consistente, sustentável e sustentada, consubstanciado em um rigoroso e fértil planejamento de médio e longo prazos, com metas específicas para todos os setores da economia.
Isso inclui, evidentemente, a forte opção pela realização de reformas ou verdadeiras revoluções institucionais relevantes,
que entendo e priorizo como sendo as infraestruturais e urbana, a tributária, a educacional, a trabalhista e previdenciária, além
da política, todas com ênfase e centradas no redesenho do pacto federativo que nos conduza a novos níveis no tocante à inovação, produtividade e competitividade em geral. Assentam-se tais premissas, ademais, nas vertentes da desburocratização, da simplificação dos processos e no combate ao desperdício. Enfim, crescer com qualidade em todos os sentidos, assumindo uma posição de vanguarda internacional!
O crescimento econômico vigoroso e contínuo não pode ser considerado uma questão meramente episódica, fortuita,
de casualidade, casuística e efêmera, como aqui se tem evidenciado ao longo destes muitos anos.
Não devemos nos vangloriar com a conquista da posição de 6ª maior economia mundial, superando a do Reino Unido.
Tal fato não corresponde à verdade, porque o PIB-Produto Interno Bruto brasileiro não vem acompanhando a média do
crescimento econômico mundial e esse resultado nada mais é do que uma simples ilusão de ótica econômica, provocada
pela valorização do real em relação às demais moedas, entre outros e vários fatores. E isso, ademais, não é nada importante, principalmente quando for ainda comparado ao enorme hiato social, aos precários serviços prestados pelo setor público e seus mínimos retornos à nossa sociedade, que nos separam anos-luz dos países considerados desenvolvidos. E é isso o que verdadeiramente importa!
A conta a ser feita é muito simples e aritmética. Vamos considerar, na melhor das hipóteses que em 2011 o PIBProduto Interno Bruto brasileiro tenha fechado com um crescimento de 3,0%. Pois bem, as estimativas do FMI e do Banco Mundial são de que a América Latina tenha registrado, simultaneamente, um incremento de 4,6% e as economias emergentes e em desenvolvimento, de 6,2%. A
média mundial, segundo os mesmos, teria contabilizado, no mesmo período, um aumento médio de 3,8% e, entre os países intitulados de BRIC’s, todos sem exceção, poderão ter crescido em níveis superiores ao Brasil, com a China alcançando 9,2%, a Índia 7,4% e a Rússia 4,1%. Assim, só não perderemos para as economias avançadas e da Zona do Euro, que devem emplacar 1,6%.
Sorte do Brasil!
De acordo com dados do FMI-Fundo Monetário Internacional, durante os últimos 10 anos o crescimento do PIB-Produto
Interno Bruto brasileiro no acumulado do período (44,85%) basicamente foi o mesmo alcançado pela média mundial (44,71%). No entanto, o seu desempenho pode ser considerado medíocre se comparado, principalmente aos países emergentes e desenvolvimento (87,83%) e aos membros dos BRIC’S (Rússia: 57,97%); Índia (111,47%) e China (173,10%).
Como ficaremos em 2012? O discurso do ministro Mantega (que não podia ser diferente) apregoando para o Brasil um crescimento da economia neste ano entre 4% a 5%, soa ser o de um leiloeiro mudo difundindo preços para licitantes surdos, em que pese nossa inteira torcida para que ele acerte nas suas expectativas.
Para o FMI e o Banco Mundial, os lances agora são que a economia brasileira vai crescer modestos 3,0% em 2012. A América Latina 3,6%. Os países emergentes, 5,4% e a média mundial situaria em torno de 3,3%. E, nessas perspectivas, a Rússia cresceria 3,3%, a Índia 7,7% e a China, 8,2%.
Conversei com inúmeros analistas econômicos e manterei em arquivo os principais trabalhos econômicos divulgados e publicados pelos grandes escritórios de consultoria econômica, bancos etc para, no próximo ano, dissipar as eventuais dúvidas relativas à questão.
Reafirmo a minha indignação com os resultados apresentados e prospectivos, que considero pífios, medíocres, muito parecidos com os de rabos de cavalo, que sempre mostram crescimento para trás e para baixo.
Minas Gerais teve queda de 4% do pib em 2009 – bem maior do que se esperava
Em 2009, ano em que a crise financeira mostrou as suas verdadeiras garras, a economia mundial registrou uma contração de 0,7% no PIB-Produto Interno Bruto, com os países desenvolvidos contabilizando perda de 3,7% em suas economias. No Brasil, revisões dos cálculos recentemente divulgadas pelo IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirmam a queda de 0,33% do PIB brasileiro e de 3,96% de Minas Gerais, este último muito superior ao que se esperava. Antes, a FJP-Fundação João Pinheiro já havia
divulgado uma prévia, apontando para um índice inferior, de 3,1%. Com esse resultado, a participação relativa de Minas
Gerais no PIB nacional caiu de 9,32% em 2008, para 8,86% em 2009. Minas manteve o 3º lugar no ranking das maiores
economias estaduais do país, com um PIB de R$ 287,055 bilhões.
Ainda de acordo com o relatório do IBGE, Belo Horizonte deteve um PIB de 44.595,2% milhões (1,38% do PIB nacional
e 15,54% do estadual), conquistando a 5ª posição entre todos os municípios brasileiros. Nos ranking dos 100 maiores PIB’s municipais participam, além de Belo Horizonte, seis outros municípios mineiros: Betim, Uberlândia, Contagem,
Juiz de Fora, Uberaba e Ipatinga.
A renda per capita estadual situou-se em R$ 14.328,62, considerada a menor da região Sudeste e a 12ª no ranking
nacional.
O desempenho da economia mineira em 2009 só não foi pior do que a do Espírito Santo, que encolheu 6,7% no mesmo
período. Cabe no entanto destacar que no ano seguinte, segundo dados da FJP-Fundação João Pinheiro, o PIB
mineiro apresentou crescimento de 10,9%, superior ao da China (10,4%) e ao do Brasil (7,5%).
Brasil bate recorde no pagamento de juros sobre a dívida pública em 2011
Se o saudoso vice-presidente José Alencar Gomes da Silva estivesse vivo, ele muito provavelmente estaria bastante
decepcionado. No primeiro ano do mandato da presidente Dilma Rousseff o Brasil bateu todos os recordes históricos
no pagamento de juros da dívida pública, que totalizou US$ 144,03 bilhões, ou R$ 236,67 bilhões. É interessante observar
que esse aumento substancial ocorre apesar da redução da Selic ao longo do ano. Em relação ao PIB-Produto Interno Bruto a despesa com o pagamento dos juros representou 5,72% e são as maiores desde 2007, quando alcançaram 6,11 do PIB.
Para se ter uma ideia da dimensão do que representa essa rubrica, o montante das despesas pagas com juros da dívida
pública interna em 2011 corresponde a mais de 13 vezes o que se paga anualmente com o Bolsa Família, considerado
um programas sociais mais relevantes da atualidade mundial.
Seriam, de outro lado, suficientes para cobrir o equivalente a cinco PAC’S-Programas de Aceleração do Crescimento,
que tem para este uma programação de recursos a serem investidos da ordem de R$ 42,5 bilhões.
Nos últimos 17 anos o Brasil já desembolsou a impressionante cifra de US$ 1,108 trilhão, bastante expressiva, inclusive,
para qualquer país desenvolvido onde, geralmente, as taxas pagas aos investidores de títulos dos tesouros costumam ter
rendimentos negativos, isto é, inferiores à inflação.
Na sua primeira reunião do ano, o COPOM-Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa Selic de 11,00%
para 10,50% ao ano. Mesmo assim, a taxa real brasileira continua sendo a mais elevada do mundo, posição esta que
o país vem liderando com folga durante os últimos vinte anos.
A notícia boa vem da ata da primeira reunião do COPOM desde ano que, além de reduzir mais uma vez a taxa Selic,
sinalizou claramente que vai continuar a reduzir a taxa de juros no Brasil até chegar a um patamar abaixo de 10% ao ano.
Aliás, uma decisão acertadíssima que precisa ser aplaudida. Uma outra notícia boa é que no ano passado a relação entre
a dívida pública e o PIB reduziu-se de 39,1% para 36,5%. Do outro lado do Atlântico, no último 25 de janeiro o Federal
Reserve Bank dos Estados Unidos anunciava a manutenção que a taxa básica de juros dos Estados Unidos continuará
em 0,25% até o final de 2014, nível esse que permanece inalterado desde dezembro de 2008.
Crédito bancário movimenta 2 trilhões e taxa de desemprego fica em apenas 6% em 2011
Ao final de 201, o crédito bancário no Brasil alcançou um montante recorde de R$ 2 trilhões, representando 49,1% do PIB-Produto Interno Bruto, com uma contribuição substancial dos financiamentos habitacionais, que representavam cerca
de 10% do total. As instituições bancárias públicas lideram a concessão de crédito, detendo 43,6% do total, contra 39,1% das instituições privadas nacionais e 17,3% das estrangeiras.
A inadimplência medida pelo Banco Central fechou o ano de 2011 em 7,3% – um aumento substancial se considerar que no início do ano esse índice era 5,7%. As dívidas com atraso acima de 90 dias somaram R$ 505 bilhões.
Os desembolsos do BNDES totalizaram R$ 138,9 bilhões – 17,52% a menos do que em 2010.
O mercado de trabalho brasileiro bateu todos os recordes em 2011. A taxa de desemprego de dezembro divulgada pelo IBGE chegou a 4,7% e a taxa média anual alcançou 6,0%, as menores desde que começou a série histórica, em março de 2002. O rendimento do trabalhador, apesar da inflação maior em 2011, teve ganho real de 2,7%, atingindo o seu maior nível, de R$ 1.625,46. A parcela de empregados com carteira assinada também alcançou o seu melhor nível, totalizando 48,5% dos trabalhadores. Todos esses, sem dúvidas, são resultados bastante alvissareiros.
Recordes nas contas externas brasileiras em 2011
Frustrando a expectativa de muitos analistas econômicos, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 29,8 bilhões em 2011, o maior já verificado desde 2008. As exportações cresceram 26,81% e as importações, 24,55%.
Na composição das exportações os produtos básicos (minérios, petróleo, soja e café em grão etc) contribuíram com 47,83% do total, tendo sido registrado um crescimento de 36,1% em relação a 2010. Os manufaturados (autopeças, veículos etc) representaram 36,05% do total, com um crescimento de 16% quando comparado ao ano anterior.
Já os semimanufaturados (açúcar em bruto, celulose etc) tiveram uma participação de 11,72% e uma expansão de
27,7% em relação a 2010.
Quanto às importações, as matérias-primas e os bens intermediários responderam por 45,13% do total, com um incremento de 16,8% em relação a 2010. Os bens de capital somaram 21,17% do total, com aumento de 21,6% sobre o ano anterior. Os combustíveis e lubrificantes representaram 16,0% do total e apresentaram uma expansão de 42,7% em relação a 2010 em função, principalmente, da elevação dos preços do petróleo. Já os bens de consumo duráveis somaram 10,65% total, registrando um aumento 29,7% quando comparado com o ano anterior.
Minas Gerais confirmou, mais uma vez, a sua posição de liderança no ranking nacional de saldo da balança comercial, contabilizando um superávit de US$ 28,367 bilhões.
Os IED-Investimentos Estrangeiros Diretos bateram mais um recorde histórico em 2011, somando US$ 66,66 bilhões, superando o valor apurado como déficit do balanço de transações correntes de 56,61 bilhões, também outro recorde histórico e termos de valor.
Em relação ao PIB, o déficit em transações correntes foi de 2,12% – um pouco inferior ao de 2010, de 2,21%. Oficialmente, o governo Dilma Rousseff trabalha com um déficit de US$ 65 bilhões neste ano e, para boa parte dos analistas do mercado já projetam
que esse valor poderá ser ampliado para US$ 70 bilhões.
Vale mencionar, no entanto, que a remessa de lucros e dividendos ao exterior somou US$ 38,166 de bilhões, a maior
já registrada em 64 anos, representando uma expansão de 25,6%. No início da década passada elas totalizavam apenas
cerca de US$ 5 bilhões. A expectativa é que elas cresçam ainda mais.
Os brasileiros nunca gastaram tanto no exterior quanto no ano passado. Em 2011 os turistas US$ 21,2 bilhões lá fora,
o que equivale a um aumento de 29% em relação ao ano anterior. De outro lado, o gasto de turistas estrangeiros aqui
foi recorde, alcançando US$ 6,8 bilhões, resultando um déficit de US$ 14,4 bilhões.
As reservas cambiais somaram US$352,012 bilhões, representando uma expansão de 22% em relação ao ano anterior.
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