Desemprego (33%), diminuição da renda (23%) e descontrole financeiro (19%) são os principais fatores que levam o consumidor a ficar com o nome sujo
Em agosto, dados apresentaram um salto de 56% para 73%, na comparação entre o 1º semestre de 2018 com o o mesmo período de 2019. O percentual de consumidores inadimplentes que estão com mais de 50% da renda comprometida com o pagamento de dívidas (vencidas ou não), segundo Pesquisa Perfil do Consumidor Inadimplente, da Boa Vista, com abrangência nacional, realizada nos seis primeiros meses deste ano.
O crescimento de 17 pontos percentuais (p.p) no comprometimento da renda dos consumidores representa, na análise dos economistas da Boa Vista, a dificuldade que o brasileiro tem encontrado em pagar as suas contas, muito por causa de fatores como o endividamento elevado, a queda da renda, as altas taxas de desemprego e subutilização da mão de obra.
Ainda de acordo com a pesquisa, consumidores que estão com 25% até 50% da renda comprometida no 1º semestre de 2019 somam 20%. Outros 7% estão com até 25%. No mesmo período do ano passado eram 28% e 16%, respectivamente. Na imagem a seguir é possível conferir a evolução da série histórica:
Endividamento
Cresceu de 37% para 43% a parcela dos inadimplentes que se diz muito endividada. Os que alegam estar mais ou menos endividados representam 27% (contra 33% no 1º semestre de 2018). Os que dizem estar um pouco endividados, somam 28% e os que não têm dívidas somam 2%. No 1º semestre de 2018 esses percentuais foram de 31% e 1%, respectivamente.
Quando questionados sobre como estão pagando as contas, 83% disseram estar com dificuldades de manter as contas em dia contra 81% dos respondentes no 1º semestre de 2018.
Antes de serem negativados, 33% dos consumidores com restrição informaram que chegaram a procurar ajuda nos bancos. Outros 26%, de parentes e familiares, 25% em financeiras e 16% com amigos ou colegas. Em média, seis em cada 100 conseguiram a ajuda esperada (principalmente com parentes e familiares) para quitar a pendência antes de ter o seu nome negativado.
Ainda de acordo com a pesquisa da Boa Vista, 45% dos consumidores têm dívidas de até R$ 3.000. Sendo que destes, 17% possuem dívidas de até R$ 1.000 (contra 32% do 1º semestre de 2018), e 28% dívidas com valores acima de R$ 1.000 até R$ 3.000 (contra 34% do 1º semestre de 2018). Outros 20% têm dívidas entre R$ 3.000 a R$ 5.000.
No 1º semestre de 2019, o percentual de consumidores com dívidas acima de R$ 5 mil aumentou em comparação ao mesmo semestre de 2018 (crescimento de 17p.p.), de 18% para 35%. Percebe-se também que quanto maior o volume de dívidas, maior o valor devido (para 70% dos consumidores que possuem cinco contas ou mais, a soma das dívidas ultrapassa R$ 5 mil).
Ficou com o nome sujo por quê?
Dentre os motivos que levaram à inadimplência, 33% dos consumidores alegaram na pesquisa da Boa Vista que o principal motivo foi o desemprego. Em segundo lugar, com 23% das menções, a diminuição da renda e a consequente impossibilidade de honrar todos os compromissos financeiros. Em terceiro lugar o descontrole financeiro (19%) e, em quarto lugar, o empréstimo do nome (12%). Logo em seguida foram citados como causa da inadimplência, despesas extras com saúde e educação (10%) e o atraso no recebimento de salário (3%). A imagem a seguir tem os detalhes:
A pesquisa identificou ainda que 14% dos consumidores conseguirão pagar as dívidas que geraram a restrição num prazo menor do que 30 dias. 34%, por sua vez, entre 30 e 90 dias. Enquanto 23% entre 90 e 180 dias e 29% vão levar mais de 180 dias para pagar as contas que estão atrasadas.
Em relação ao total de devedores, 36% dos que pretendem pagar irão quitar o valor total devido. Outros 64% irão pagar após a tentativa de renegociação ou obtenção de desconto no valor devido.
Metodologia
Cerca de mil pessoas, em todo o Brasil, responderam à pesquisa Perfil do Consumidor Inadimplente realizada por meio de questionário eletrônico, ao longo do 1º semestre de 2019, pela Boa Vista. Seus objetivos: identificar as reais condições do consumidor em honrar com seus compromissos financeiros; medir o nível de endividamento e o comprometimento da renda com o pagamento das contas. Os resultados consideraram 2% de margem de erro e 95% de grau de confiança.
- Brasil pagou R$ 746,9 bilhões de juros sobre a dívida pública consolidada nos últimos…
Mesmo podendo conquistar a 8ª posição no ranking das maiores economias neste ano, o PIB…
Sergio Augusto Carvalho O Mundial do Queijo do Brasil realizado mês passado em São Paulo…
Presidente do Conselho de Administração do Sicoob Central Crediminas, João Batista Bartoli de Noronha Instituição teve…
Enóloga Marta Maia apresentou as vinícolas de Portugal Novidade foi divulgada durante eventos em Belo…
Maior fabricante de genéricos injetáveis do Brasil completa 40 anos de atividades neste mês e…