Um recente estudo feito pelo Deagro – Departamento do Agronegócio, da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, projeta crescimento de 38% na produção agrícola brasileira nos próximos 10 anos. A informação foi dada, no dia 23 de agosto, pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, durante palestra no V Fórum Abisolo, promovido em Ribeirão Preto (SP), de 21 a 23/08, pela Abisolo – Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal.
“As projeções do estudo foram feitas com base no desempenho da produção nos últimos anos e comprovam que o País tem tudo para alcançar a meta proposta pela OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, de aumentar sua produção em 40% até 2050 para dar conta de um crescimento de 20% na demanda mundial por alimentos”, comentou o ex-ministro. Ele salientou ainda que isso só será possível em virtude do expressivo ganho de produtividade que o Brasil conseguiu ao investir no desenvolvimento de tecnologia voltada especificamente para clima tropical. “Temos a melhor tecnologia tropical do mundo”, assegurou o ex-ministro.
Segundo ele, prova disso é que, enquanto a área plantada nos últimos 20 anos cresceu 40%, a produção física aumentou 220%, resultando num aumento de produtividade da ordem de 128%. “Se tivéssemos as condições tecnológicas de 20 anos atrás, seriam necessários mais 68 milhões de hectares para atingir nossa atual produção. Em outras palavras, preservamos 68 milhões de hectares. E isso é sustentabilidade”, comentou.
Apesar das projeções otimistas, o ex-ministro observou, no entanto, que, para se alcançar esse nível de crescimento, será necessário equacionar alguns gargalos e obstáculos. “Falta uma logística que nos dê condições de competir; uma política comercial baseada em acordos bilaterais e regionais; estímulo ao seguro rural; além da definição de uma estratégia por parte dos produtores que seja amparada por um Ministério da Agricultura forte e prestigiado”, finaliza o ex-ministro. Sem isso, a seu ver, o Brasil pode assistir ao crescimento de outros países numa área onde o País tem tudo para ser líder mundial.
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