Por Paulo César de Oliveira*

Ainda não foi, nem será, o ano dos sonhos mas é preciso reconhecer que avançamos. Talvez até um pouco mais do que imaginávamos e, como consequência da ousadia, há sinais claros de que a economia, ainda que timidamente, começa a sair da letargia. Descontando o otimismo e o encantamento de “pai” dos avanços, o ministro Paulo Guedes já fala em crescermos, em 2020, do que vamos crescer agora. E olha que os números mostram que, em 2019, vamos dobrar o ritmo do crescimento previsto e poderemos avançar até um pouco mais de 1%. Ah! Mas é muito pouco, dirão os mais céticos e também os mais ambiciosos. E é mesmo. Muito pouco até para as nossas necessidades. A questão é que este crescimento não é por acaso. Não é um soluço apenas. Ele ensaia o voo das águias.

Não será, com certeza, apenas um voo de galinha, curto e sem rumo. A diferença é que, queriam ou não os críticos do governo, exagerem ou não seus apoiadores, o país está se estruturando. A reforma da Previdência, cujos resultados se efetivarão no longo prazo, é a certeza de que avançamos e os números de sua votação mostram que, em sua maioria, o Congresso está ciente de suas responsabilidades embora, nunca percamos de vista, este não seja um colegiado confiável e preparado para alicerçar as reformas que o país precisa. Há muito, mas muito mais mesmo, a se fazer. E para que se faça o necessário, talvez o governo tenha que mudar um pouco (ou muito?) o seu quadro. Certamente precisará mudar também sua postura beligerante. A radicalização política pode sim ajudar na formação do discurso de palanque eleitoral – e Bolsonaro já mostrou que quer subir nele em 2022 – mas cria dificuldades na aprovação das reformas. Se conseguirmos civilizar as relações políticas, divergindo sem brigar, vamos acelerar nossas mudanças. Para isto o quadro de otimismo, ainda que envergonhado, que começa a se consolidar no país, será fundamental. O otimismo impulsiona a tomada de decisões. É combustível indispensável a um país que precisa mudar. E mudar rápido. Só ele não basta, é lógico, mas sem ele não há como sair do buraco. Mesmo que o governo construísse uma escada. É que faltaria a vontade de subir os degraus.

*Jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil e jornal TudoBH

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da publicação.

 

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