Nos últimos anos, temos acompanhado, muitas vezes com espanto e pesar, notícias de desastres naturais que causam grandes danos em diversas partes do planeta. Ciclones, furacões, enchentes, ondas de calor. As manifestações da natureza vêm crescendo em número e intensidade. E os principais culpados parecemos ser nós mesmos, a raça humana. Com tanta usura indiscriminada dos recursos fornecidos pela Terra, chega uma hora que todo o ecossistema entra em desequilíbrio, acarretando nessas claras demonstrações de que a natureza pede socorro. E nós precisamos escutar esse grito.
O Haiti, um dos países mais pobres do mundo, sofreu recentemente com uma série de terremotos – o mais forte chegou a 7,2 de magnitude – que deixaram mais de 2 mil mortos e 12 mil feridos. Na Europa, chuvas torrenciais causaram enchentes que levaram também a mortes e destruição. Já no Canadá, foi o calor que trouxe problemas de saúde e óbitos. Nitidamente, o planeta demonstra não estar bem, o que torna urgentes medidas compensatórias. Não se pode mais continuar a exploração desenfreada do que a terra e os mares nos dão, a poluição do ar, a devastação das florestas. Há que se rever os modelos de desenvolvimento dos países, principalmente os mais industrializados, de forma a compatibilizá-los com a preservação ambiental. Chega a ser redundante e óbvio este tópico, mas, ao que tudo indica, ainda não estamos agindo da maneira correta.
No Brasil, por exemplo, somos abençoados por não sofrer, por exemplo, com terremotos ou furacões. No entanto, outros eventos naturais adversos têm ocorrido. Temos também uma rica diversidade de fauna e flora, mas que vem sendo cada vez mais dizimada. Na ânsia pelo lucro, pelo consumo e pelo crescimento, muitos relegam o cuidado com a natureza a segundo plano. Mas a conta vai chegar – na verdade, já está sendo cobrada, em parcelas crescentes.
As legislações e os códigos de proteção dos recursos naturais precisam ter definições muito claras e, acima de tudo, contar com fiscalização e aplicação rigorosa das sanções a quem os descumprir. Claro que é possível, e até benéfico, impulsionar o desenvolvimento do agronegócio, um dos principais setores da economia brasileira, mas este não pode, jamais, estar acima do desenvolvimento ambiental. Ambos devem caminhar lado a lado. Ora, é preciso ter em mente que destruir a natureza será, a longo prazo, prejudicial inclusive para a agricultura, pecuária e setores em geral.
Não podemos negar que as mudanças climáticas, em grande parte causadas pela ação humana, têm temerosos reflexos. Algumas dessas alterações chegam a ser consideradas irreversíveis. O que resta é trabalhar para salvar o que ainda pode ser preservado. Sim, há esperança de um futuro mais verde e saudável, mas, para que ele se torne realidade, ainda serão necessárias grandes doses de esforço coletivo, em níveis local, regional e global, para manter a balança do clima e da natureza equilibrada. Caso contrário, nessa briga, certamente sairemos perdedores.
*Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional – Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo