Ações e ouro foram os melhores investimentos do Brasil em 2019
Segundo estudos realizados pela empresa de informações financeiras Economática, em 2019 o mercado de ações liderou entre os rendimentos que tiveram maior retorno real, ou seja, acima da inflação – ficando o ouro em segundo lugar.
O Ibovespa registrou retorno real (descontada a inflação do período) de 27,60% e liderou entre todos os demais segmentos, sendo acompanhada pelo ouro, que apresentou retorno real de 24,22%.
Com a aprovação da reforma da Previdência e sob a perspectiva de melhoria dos cenários econômicos de uma maneira em geral, a Bolsa de Valores engrenou uma alta pelo quarto ano consecutivo e registrou, em 2019, a maior valorização desde 2016. As ações de empresas que integram o Ibovespa (principal índice da B3) avançaram, em termos nominas, 32,59% – de acordo com levantamento feito pela publicação Valor Econômico.
Segundo o gerente de relacionamento institucional da Economática, Einar Rivero, o ouro teve uma volatilidade bastante acentuada, mas muitos investidores consideram o metal como alternativa, quando os mercados internacionais oscilam muito, como de fato ocorreu durante 2019.
Fonte: Valor Econômico
Saída de dólares do Brasil em 2019 bateu recorde e alcançou US$ 44, 8 bilhões
A fuga de recursos estrangeiros do Brasil em 2019 bateu todos os recordes e atingiu US$ 44,8 bilhões e é o maior da história, superando em muito os US$ 16,182 bilhões que deixaram o país em 1999.
O referido valor leva em conta tanto as operações financeiras quanto as comerciais do Brasil com outros países.
De acordo com a publicação O Estado de S. Paulo, “pela via financeira, US$ 62,2 bilhões deixaram o Brasil no ano passado. O resultado inclui investimentos produtivos e aportes em carteira – como os realizados em ações da Bolsa de Valores ou em títulos públicos – além de remessa de lucros e pagamento de juros feitos por multinacionais, entre outras operações”.
Destaca a matéria que “o fato de a Selic, a taxa básica de juros, renovar em 2019 os menores níveis da história foi um dos fatores para a saída de dólares do Brasil pela via financeira. Isso porque a taxa básica – hoje em 4,5% ao ano, deixou de tão atrativa como no passado para os investidores estrangeiros interessados em renda-fixa.
Ao tratar dos fluxos da moeda no fim do ano passado, durante entrevista à imprensa, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, ponderou que o País passa por uma transição. ‘O Brasil está saindo de um período no qual os investidores ganharam muito dinheiro com e agora passarão a investir na economia real. A diferença é que o dinheiro aplicado em juros sai rápido, e os recursos a serem aplicados em investimentos de infraestrutura entram mais devagar. Estamos passando por esse vale’.
A saída de dólares só não foi maior em 2019 porque houve entrada de moeda estrangeira pela via comercial, que reflete as exportações e as importações do país. Os dados do BC mostram que no ano passado o Brasil registrou fluxo positivo de US$ 17,5 bilhões nesta área”.
Saída de investidor estrangeiro da bolsa de valores bateu recorde em 2019
A fuga dos investidores estrangeiros da bolsa de valores brasileira bateu recordes em 2019 e, considerando-se apenas os negócios com ações listadas na B3, o chamado segmento secundário, os saques totalizaram R$ 43,5 bilhões até 27 de dezembro. Esse é o maior déficit em toda a série histórica, iniciada em 1994. O volume apurado supera as saídas de recursos em 2008, ano da crise financeira global, quando atingiu R$ 24,6 bilhões.
Os números conferem uma boa dimensão da forte aversão ao risco dos investidores estrangeiros em relação aos ativos brasileiros e de outros mercados ao longo de 2019. De outro lado, no entanto, o protagonismo do investidor local tornou-se mais evidente, tornando-se o principal motivo da elevação do Ibovespa a novos patamares recordes, com uma valorização de real de quase 28% no ano, um dos melhores resultados dos últimos dez anos.
Produtos básicos já respondem mais da metade das exportações brasileiras
Com fortíssima contribuição do agronegócio, do minério de ferro e do petróleo, as exportações de produtos básicos atingiram, em 2019, um novo marco: pela primeira vez, desde 1997 (início da atual série histórica) este segmento econômico representou mais da metade das vendas de mercadorias ao exterior e responderam por 52,8% do total das exportações (49,8% em 2018).
De outro lado, os itens manufaturados e de maior valor agregado, tiveram uma queda de participação de 36% para 34,6%. Já a categoria de semimanufaturados – que também inclui commodities como celulose e açúcar, manteve a participação estável, em 12,7%.
Projeção para o nível da dívida pública brasileira é reduzida e reservas cambiais são reduzidas em US$ 33,6 bilhões em 2019
O Tesouro nacional reduziu, no mês passado, sua projeção para o nível da dívida bruta do setor público para o final de 2019 para 77,3% do PIB-Produto Interno Bruto, ante estimativa anterior de 80,8%.
De acordo com o Tesouro, em seu cenário central, a projeção agora é que a dívida bruta atingirá o pico de 78,2% do PIB em 2020 e depois passará a recuar, chegando a 67,3% do PIB no final de 2028.
Cabe destacar que o Banco Central vendeu US$ 36,9 bilhões de reservas internacionais e, com isso, contribuiu para uma redução de cerca de dois pontos percentuais do PIB na dívida bruta, cerca de R$ 140 bilhões.
As reservas cambiais brasileiras que somavam US$ 356,9 bilhões ao final de 2018 recuaram para R$ 356,9 bilhões ao final de 2019.
Minas perde também a liderança nacional em vários segmentos econômicos
Em 2019 Minas Gerais perdeu para o estado do Pará a posição de maior província minerária do país, perdeu também a liderança para o estado do Pará e ficou praticamente empatado com Mato Grosso no segundo lugar entre os detentores do maior saldo da balança comercial brasileira e pode, ademais, ter ainda perdido o 1º lugar para o Rio de Janeiro como maior produtor de aço brasileiro.
Como consequência mais imediata, também perdeu, pela primeira vez, a liderança na arrecadação da CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – considerada uma receita com os royalties da mineração.
De acordo com dados preliminares da Agência Nacional de Mineração, enquanto a arrecadação em Minas somou R$ 1,834 bilhão – 40,72% do total, o Pará recolheu R$ 2,192 bilhões – 48,67% do total, no ano passado.
A perda da liderança por Minas Gerais é explicada pela combinação de dois fatores: o aumento na produção de minério de ferro no Projeto S11D, localizado em Carajás, e o cenário de menor produção extrativa em terras mineiras, desde o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ocorrida em janeiro do ano passado.
Dívidas de Minas Gerais em atraso com a União atingem R$ 12,36 bilhões e não são pagas por força de liminares obtidas junto ao STF.
Segundo informações divulgadas pela Secretaria da Fazenda, os débitos decorrentes da suspensão dos pagamentos da dívida com a União, somados aos contratos com garantia e aval da mesma, alcançam o montante de R$ 12,36 bilhões.
Esse montante se refere aos contratos administrativa pela Secretaria do Tesouro Nacional – de R$ 8,93 bilhões e também aos que possuem garantia da União – de R$ 3,43 bilhões.
Neste último caso, o valor é relativo a empréstimos que o Estado não pagou e que foram honrados pelo Tesouro Nacional. Em tese, quando isso ocorre, o valor não honrado é descontado dos repasses da União com os entes federais. Porém, por conta das liminares concedidas pelo STF-Supremo Tribunal Federal ao governo mineiro, isso não vem ocorrendo, gerando então esse débito.
Se essas liminares forem suspensas, o Estado terá de honrar imediatamente o pagamento de todo esse montante em atraso com a União, valor que já corresponde ao equivalente a quatro folhas de pagamento do funcionalismo.
Com os pagamentos suspensos desde o início do ano passado, a dívida total de Minas Gerais com a União chegou a atingir R$ 124,296 bilhões ao final do segundo quadrimestre de 2019, de acordo com números divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Minas Gerais – Evolução da dívida com a União
Ano Valor Milhões de R$ Variação anual – Em %
2017 108.980 –
2018 113.842 4,46
2019* 124.296 9,18
Até 2º quadrimestre – Fonte: STN
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