Pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, feita pelo Sebrae em parceria com o IBGE, aponta que micro e pequenas empresas do estado estão otimistas, mesmo com aumento de custos
O aumento dos custos relacionados a insumos, mercadorias, combustíveis e aluguéis tem sido um dos desafios para o crescimento dos pequenos negócios. Apesar da queda no faturamento, quase oito em cada dez micro e pequenas empresas (MPE) mineiras não têm dívidas ou conseguem manter o pagamento das que têm em dia. É o que mostra a segunda edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o IBGE. O estudo ouviu 6.802 empresários de todo o Brasil (662 no território mineiro) entre 23 e 30 de janeiro. O nível de confiança é de 95%.
Segundo o levantamento, 38% dos donos de pequenos negócios no estado afirmaram ter dívidas ou terem feito empréstimos, mas disseram que os compromissos estão em dia. Outros 38% dos empreendedores entrevistados afirmaram não ter débitos, enquanto 25% revelaram estar em atraso no pagamento dos empréstimos. Em todo o país, 39% dos empresários disseram que não têm dívidas e 27% atrasaram a quitação das parcelas.
“Há realmente uma preocupação muito grande dos empresários em manter a adimplência. Alguns segmentos ainda vivem incertezas desde o período mais difícil da pandemia, já que buscaram financiamentos e mantêm o pagamento das parcelas. Muitos estão focados em quitar essas dívidas e não têm possibilidade de contrair novos empréstimos”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
A pesquisa também apontou que 37% dos empresários de MPE de Minas Gerais gastam menos de 30% do faturamento do pequeno negócio para sanar dívidas, fatia semelhante à média nacional. Para 38% dos respondentes no estado, o pagamento de empréstimos representa de 30% a 50% da receita mensal, enquanto 19% afirmam que os débitos ultrapassam 50% do faturamento.
Por sua vez, 72% dos entrevistados no estado disseram não ter contraído empréstimos nos últimos três meses, porcentagem ligeiramente superior ao nível nacional (70%). Para 65% dos empresários, 2023 será melhor que o ano passado em termos de crescimento do negócio, enquanto 21% acreditam que o ano atual será pior que 2022.
Marcelo diz que os pequenos negócios gradativamente vão retomando suas atividades, o que gera uma melhor expectativa para 2023. “Nada foi tão ruim para os pequenos e médios empresários como os anos em que as atividades ficaram fechadas. Aos poucos, eles vão retomando seus faturamentos, com possibilidades de novos negócios. A crise econômica provocada pela pandemia também fez surgir oportunidades. Então, podemos pensar que 2023 será melhor que 2022, que já foi superior a 2021”.
Custo no negócio
O aumento dos custos, porém, é um fator que reduz a receita e freia os investimentos. Para 33% dos donos de pequenos negócios, a ampliação dos gastos é um aspecto que fará de 2023 um ano pior para o negócio –em todo o Brasil, essa proporção sobe para 39%. Por sua vez, 23% alegaram ter menos clientes e 9% apontaram dificuldade de acesso ao crédito como fator negativo.
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