Mitos e verdades sobre a polêmica que envolve visto americano e redes sociais

  • Por Daniel Toledo

No ano passado, várias notícias de que, não a imigração propriamente dita, mas os órgãos ligados a este departamento fiscalizariam as redes sociais do solicitante ao visto americano vieram à tona. Muito se falou sobre o assunto, gerando inclusive uma polêmica desnecessária, sem falar no exagero.

Mas esse burburinho aflige principalmente quem vai solicitar algum visto mais básico como o de turismo ou de estudante. Alguns consulados solicitam que as pessoas forneçam quais são as suas redes sociais, e não login e senha como muitos estão espalhando por aí. Caso encontrem o perfil, sem que o solicitante tenha informado, é caracterizado como mentira na aplicação de visto, que como consequência será negado. Como punição, o pretendente é impedido, por um determinado tempo, de requisitar qualquer outra permissão para entrar legalmente nos Estados Unidos. Pense nisso e tome um pouco de cuidado.

É proibido você seguir alguém que more nos Estados Unidos ou siga algum canal no YouTube com dicas sobre o assunto? Ou alguma rede social, seja Facebook, Instagram de alguém que esteja dentro dos EUA? Claro que não. É proibido você ter no seu WhatsApp conversas com alguém que more nos EUA, parente, amigo, quem quer que seja? Também não. O problema é omitir e mentir quando solicitar o visto ou for entrar no país. Na entrada, o oficial tem pedido para as pessoas colocarem a digital nos celulares e acessarem as redes sociais. Ele pede para ligar o telefone e desbloquear, na sequência, ocorre a checagem dos perfis. E isso tem ocorrido muito.

Mas é bom lembrar que seguir alguém em suas redes sociais que incentive a imigração ilegal, que ofereça trabalho também ilegal, ou que faça headhunting enquanto você está dentro dos Estados Unidos com visto de turismo passeando pela Disney, por exemplo, pode causar sérios problemas porque isso é mentira e pode ser caracterizado como crime. Afinal, você declarou no consulado que iria a passeio, mas na verdade a intenção da viagem é se candidatar ou aplicar para uma situação de emprego.

É isso que eles estão buscando. Redes sociais ou indícios que caracterizem uma segunda intenção diversa daquela que você está efetivamente informando para as autoridades americanas. Seria uma hipocrisia muito grande se eu dissesse para ter cuidado com as suas redes. Simplesmente livre-se do que não presta, não antes de aplicar o visto, mas desde sempre. Se você pretende entrar na casa de alguém, chegue com os pés limpos, deixe transparente para quais são as suas verdadeiras intenções. “Quero trabalhar nos Estados Unidos”, “Quero estudar” ou “Quero morar nos EUA, trazer a minha família, eu não preciso fazer nada, eu tenho renda de outros lugares, quero vir pra cá, ficar uns três ou quatro meses, depois eu volto para o meu país”. Há algum problema nisso? De forma alguma, desde que você não trabalhe, não procure emprego, não faça nenhuma atividade remunerada e seja compatível com o visto solicitado.

Há uma fiscalização muito maior e até mais rígida do que antes, principalmente por uma questão de segurança, porque é preciso identificar quem está mal-intencionado e que pode praticar outros atos ilegais. Por isso, toda checagem desde a aplicação do visto até a hora que a pessoa chega nos EUA é detalha e completa.

*Daniel Toledo é Advogado especializado em direito internacional, consultor de negócios, sócio fundador da Loyalty Miami e da Toledo e Advogados Associados. Para mais informações, acesse: www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br . Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 62 mil seguidores www.youtube.com/loyaltymiami com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender nos Estados Unidos. A empresa também possui sede em Portugal, Espanha, Londres e, em breve, em São Paulo.

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