Destaque Especial

Ritmo de corte da taxa Selic desacelera e Copom não dá sinalização para outros futuros cortes

Juros reais continuam elevadíssimos e o Brasil é o 2º lugar no ranking mundial 

Setor Público Consolidado brasileiro já gastou R$ 745,7 bilhões (6,76% do PIB) a título de juros nominais sobre a dívida pública nos últimos doze meses até março de 2024

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira*

No dia anterior ao anúncio da decisão do Copom sob a taxa Selic, editorial do jornal Valor já afirmava que “os investidores aumentaram as apostas na elevação de juros de longo prazo, empurrando a curva futura do custo do dinheiro para além de 6% acima da inflação taxa severamente restritiva para a economia brasileira. A mudança das metas fiscais foi o principal fator doméstico para a reavaliação.  A cautela do Federal Reserve americano em iniciar o ciclo de queda dos juros acabou colocando um piso para a redução dos juros domésticos nos cálculos dos mercados financeiros.”

Em reunião de política monetária realizada na 4ª-feira, dia 08 de março, o Conselho de Política Monetária do Banco Central – Copom reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 25 pontos-base, de 10,75% para 10,50% ao ano. A decisão foi dividida: quatro dos nove participantes do Comitê votaram por uma redução de 50 pontos-base. 

O comunicado da decisão surpreendeu e apresentou mudanças significativas. O Copom passou a avaliar que o cenário externo “mostra-se mais adverso”; e que, na seara doméstica, a atividade econômica e o mercado de trabalho têm “apresentado maior dinamismo do que o esperado”. Ademais, continuou a apontar que as “medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”. 

O Copom também afirmou que “acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal”, em alusão às alterações nas metas orçamentárias para 2025 em diante. Isso sugere maior preocupação da autoridade com o cenário fiscal e com a dinâmica da dívida pública. 

Outro foco de preocupação manifestado pelo Copom foi o comportamento das expectativas de inflação, sobretudo para 2025, que vêm sofrendo deterioração há algumas semanas. Com isso, o Comitê passou a avaliar que as expectativas inflacionárias estão “desancoradas”, e não mais “parcialmente ancoradas”, como vinha avaliando nas versões anteriores dos comunicados de política monetária. 

Vale registrar que as projeções de inflação do próprio Banco Central para 2024 e para 2025 também se elevaram – de 3,5% para 3,8% e de 3,2% para 3,3%, respectivamente –, embora sigam apontando para uma trajetória da inflação que se aproxima do centro da meta no horizonte de relevância para a política monetária. 

Nesse contexto, os participantes do Copom avaliaram, “unanimemente”, “que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela”. Assim, a maioria do colegiado optou por votar pela desaceleração imediata no ritmo de corte da Selic para 25 pontos-base. 

A mudança mais expressiva no comunicado, entretanto, foi a supressão de dois parágrafos que, nos comunicados anteriores, eram dedicados a fornecer sinalizações prospectivas para os próximos passos da política monetária. No lugar, uma nova frase foi introduzida, em que o Copom apenas “reforça, com especial ênfase, que a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”. 

No geral, o conteúdo do comunicado foi bem hawkish tanto em relação aos comunicados anteriores, com em relação à própria decisão de cortar a Selic em 25 pontos-base. 

De acordo com a publicação Poder 360 o Brasil se manteve como o 2º país com os maiores juros reais do mundo em maio, com 6,54% ao ano. A projeção é “ex-ante”, quando os juros anualizados são estimados com base nas estimativas da taxa básica de juros, Selic, e a inflação estimada para os próximos 12 meses.

O patamar elevado se dá mesmo depois de o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) promover nesta 4ª feira (8.mai.2024) um corte de 0,25 ponto percentual da Selic, que foi a 10,5% ao ano. Os dados são do economista Jason Vieira, da consultoria MoneYou. 

O Brasil está atrás só da Rússia em relação ao juro real. O país europeu aparece em 1º, com 7,79% ao ano.

O México está em 3º, com 5,88%. Outros países emergentes, como África do Sul (5,09%) e Colômbia (4,04%), surgem na sequência, em 4º e 5º lugares, respectivamente.

Detentores da maior economia do mundo, os Estados Unidos (2,08%) ocupam a 10ª posição. A Argentina, por sua vez, é a 40ª colocada, com juros reais negativos (-46,82).

JUROS NOMINAIS Quando se refere ao juro nominal –que não desconta a inflação–, o Brasil ocupa a 6ª posição. Fica atrás de Argentina, Turquia (ambas com 50,00% ao ano), Rússia (16,00%), Colômbia (11,75%) e México (11,00%).

Setor Público Consolidado brasileiro já gastou R$ 745,7 bilhões (6,76% do PIB) a título de juros nominais sobre a dívida pública nos últimos doze meses até março de 2024

No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 998,6 bilhões (9,06% do PIB) e os juros pagos foram responsáveis por ¾ desse valor

  1. Resultados fiscais

O resultado primário do setor público consolidado foi superavitário em R$ 1,2 bilhão em março, ante déficit de R$ 14,2 bilhões no mesmo mês de 2023. O Governo Central e as empresas estatais registraram déficits respectivos de R$ 1,9 bilhão e de R$ 343,0 milhões, e os governos regionais, superávit de R$ 3,4 bilhões. Em doze meses, o setor público consolidado acumula déficit de R$ 252,9 bilhões, equivalente a 2,30% do PIB e 0,15 p.p. inferior ao déficit acumulado até fevereiro.

Os juros nominais do setor público não financeiro consolidado, apropriados por competência, somaram R$ 64,2 bilhões em março de 2024, comparativamente a R$ 65,3 bilhões em março de 2023. No acumulado em doze meses, até março deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 745,7 bilhões (6,76% do PIB), comparativamente a R$ 693,6 bilhões (6,71% do PIB) nos doze meses até março de 2023.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 63,0 bilhões em março. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 998,6 bilhões (9,06% do PIB), ante déficit nominal de R$ 1.015,1 bilhões (9,24% do PIB) em fevereiro de 2024.

  1. Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG)

A DLSP atingiu 61,1% do PIB (R$ 6,7 trilhões) em março, elevando-se 0,2 p.p. do PIB no mês. Esse resultado refletiu os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), do efeito do ajuste de paridade da dívida externa líquida (redução de 0,1 p.p.), e da variação do PIB nominal (redução de 0,2 p.p.). No ano, a DLSP também cresceu, 0,2 p.p. do PIB, em função dos impactos dos juros nominais (aumento de 1,9 p.p.), do superávit primário acumulado (redução de 0,5 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 0,9 p.p.) e do efeito da desvalorização cambial de 3,2% acumulada no ano (redução de 0,4 p.p.).

A DBGG – que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 75,7% do PIB (R$ 8,343,7 bilhões) em março de 2024, aumento de 0,2 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Essa evolução no mês decorreu do efeito dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), do resgate líquido de dívida (redução de 0,2 p.p.), e da variação do PIB nominal (redução de 0,2 p.p.). No ano, o aumento de 1,3 p.p. do PIB decorre principalmente da incorporação de juros nominais (aumento de 1,9 p.p.), da emissão líquida de dívida (aumento de 0,3 p.p.), e do crescimento do PIB nominal (redução de 1,2 p.p.).

De acordo com a LCA – Consultores Econômicos, “após esse resultado, nossa projeção para o primário do setor público consolidado em 2024 é de -R$ 75,6 bilhões (-0,7% do PIB). 

A dívida bruta do governo geral deve terminar o ano em 78,9% do PIB (+4,4 p.p.) e a dívida líquida do setor público, em 65,7% do PIB (+4,8 p.p.). A elevação será causada fundamentalmente pelo déficit primário e pelos juros nominais.”

Ressalto, ademais, que já há muito tempo, o maior inimigo e que mais conspira contra o desenvolvimento nacional, em todos os seus setores, tem sido a política monetária adotada pelo país contemplando uma escandalosa taxa de juros real praticada, considerada elevadíssima e campeã absoluta em termos mundiais. 

A taxa média real da SELIC – isto é – deflacionada pelo IPCA alcançou, em 2023, o maior nível desde 2006, conforme tabela apresentada a seguir:

Repercussões sobre a decisão do Copom de reduzir a Selic para 10,5%

1 – FIEMG analisa redução da taxa Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou corte dos juros básicos da economia em 0,25, passando de 10,75 para 10,50%

Em reunião de quarta-feira (8/5), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou a sétima redução consecutiva da taxa Selic. No entanto, o corte foi de apenas 0,25 ponto percentual e, com isso, os juros básicos da economia passaram de 10,75 para 10,50% ao ano.

A decisão do Copom foi fundamentada em alguns indicadores macroeconômicos recentes, incluindo o mercado externo e o anúncio do governo brasileiro sobre revisões na meta fiscal de 2025. Contudo, a redução de 0,25 ficou aquém das expectativas e das necessidades da economia brasileira. Em março, o Copom havia indicado uma diminuição de 0,5 na reunião de maio.

Apesar das mudanças no cenário macroeconômico, outras variáveis ainda requerem consideração. De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a estimativa de inflação para 2024 é de 3,72%, significativamente inferior aos 4,62% observados em 2023. Além disso, espera se um crescimento econômico mais moderado neste ano em relação a 2023.

A FIEMG ressalta a necessidade de maiores cortes na taxa de juros e continuará monitorando as decisões do Copom, lutando por um ambiente econômico que favoreça o crescimento do setor industrial.

2 – SEBRAE: Selic bate os 10,5% ao ano. Crédito mais caro para o pequeno empresário preocupa 

Anúncio do Copom dificulta tomada de empréstimo pelas micro e pequenas empresas; estratégias como o Acredita podem facilitar crédito para o segmento 

 O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil reduziu a taxa básica de juros (Selic) em apenas 0,25%. A decisão foi anunciada na quarta-feira (8 de maio) e quebra o ciclo de recuos consecutivos de 0,5%. Com isso, a taxa chega ao nível de 10,5% ao ano – em agosto de 2023, o índice era de 13,75%. O Sebrae avalia que, apesar da redução, a medida não beneficia as pequenas empresas, pois o crédito para esse público chega a quase 40% ao ano, impossibilitando a tomada de novos empréstimos. 

 “Ainda é um valor muito elevado. Entendemos que o Banco Central está preocupado com o cenário externo mais delicado e talvez com as contas públicas, mas não há motivo para retrocesso. O acesso a crédito é fundamental para impulsionar o nosso país, fazer a economia crescer e alavancarmos com mais velocidade a criação de empregos”, avalia o presidente do Sebrae, Décio Lima.

 Nesse contexto, o dirigente ressalta a importância do Acredita, estratégia maior lançada recentemente pelo governo federal com foco nos pequenos negócios e da qual o Sebrae faz parte por meio do Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas (Fampe) e da plataforma Crédito Consciente, que vai orientar empreendedores na tomada de crédito. O Sebrae entrará como avalista de até 80% da garantia do valor total do empréstimo via Fampe. 

 “Aportamos R$ 2 bilhões no fundo, garantindo R$ 30 bilhões de crédito para os pequenos negócios em todo o país nos próximos três anos. É a maior carteira de crédito do país para os nossos pequenos empreendedores. É um somatório de atividades que vão impulsionar essa área que nós representamos e que foi responsável por 80% dos empregos formais em 2023”, continua Décio Lima. “Estamos abrindo a porta das instituições financeiras para este público”, finaliza. 

3 – Portas abertas para a interrupção do ciclo de cortes no segundo semestre

Por Leandro Manzoni

“A decisão desta quarta-feira 8 de maio do Comitê de Política Monetária (Copom) abandonou o forward guidance e implicitamente passa a adotar a conduta dependente de dados para as próximas reuniões. O tom do comunicado é mais duro em relação aos anteriores e deixa, nas entrelinhas, portas abertas para a interrupção do ciclo de cortes no segundo semestre – se os dados vindouros de inflação e atividade econômica no Brasil e no mundo estiverem em linha com o atual cenário-base apresentado, ou seja, mais pessimista.  

A chave para entender que o Copom ficou mais cauteloso está relacionada com a expectativa de inflação para o horizonte temporal da política monetária, ou seja, o ano de 2025. Antes de apontar como a autoridade monetária avalia a incerteza em relação aos cenários interno e externo, é importante apontar a resultante dessa conjuntura, a chamada “expectativas desancoradas”. Isso se vê claramente na deterioração da projeção de inflação do Boletim Focus e no cenário de referência do Copom, o que deixou a autoridade monetária em estado de atenção. 

Contribui para essa “desancoragem” um dólar mais elevado, com o valor de referência da moeda americana no cenário-base do Copom subiu de R$ 4,95 em março para R$ 5,15, refletindo o adiamento do corte de juros pelo Federal Reserve nos EUA de maio/junho para setembro ou dezembro, como também para o número de reduções, de 3 para 2.

Essa dinâmica externa desafiadora deriva de uma inflação teimosamente mais elevada do que o esperado nos EUA, com um mercado de trabalho mais apertado no primeiro trimestre. O alívio dos mercados internacionais com dados indicando desaceleração da economia americana em abril não sensibilizou o Copom em manter o forward guidance de corte de meio ponto percentual.

Outras contribuições para a desancoragem são internas. O chamado “estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento” é o Copom se colocar em “esperar para ver” como se comporta o nível de preços com o desenrolar da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. Além disso, o IGP-DI de abril divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas – inflação no atacado – reverteu uma deflação para uma alta de 0,72%, já muito influenciada pelo dólar acima de R$ 5. Tudo isso em um contexto de crescimento econômico maior do que o esperado com um mercado de trabalho apertado, que coloca pressão sobre a inflação de serviços, além de deterioração da política fiscal com a redução da meta fiscal para déficit zero somente para o ano que vem.

Saberemos mais detalhes na ata do Copom, mas a questão fiscal pode ser o cerne da divisão de votos da decisão de hoje. 3 dos 4 votos favoráveis para um novo corte de 50 pontos-base foram de diretores indicados pelo atual governo, que deve intensificar as críticas em relação à condução do Banco Central pelo atual presidente, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no fim do ano. 

Essa combinação de críticas do Planalto e de diretores alinhados ao governo em serem mais dovish tende a crescer o cenário de que o próximo Banco Central será mais flexível, especialmente na avaliação da política fiscal, diferentemente do atual que em todo o comunicado ressalta a necessidade de comprometimento com as regras fiscais para que haja um menor prêmio de risco no mercado.

Diante de um cenário desafiador alinhado com o início da transição de comando no Banco Central, a condução da política monetária tende a ser mais dura daqui para frente. A reunião de junho deverá ter mais um corte de 0,25 p.p. para, em seguida, a flexibilização ser interrompida. 

Eventual retomada de corte de juros este ano irá depender de como se comportará o Fed e os mercados em relação à política monetária americana e, no plano interno, caso haja uma desinflação mais rápida do que o esperado, ancoragem das expectativas e desaceleração econômica – o que não se vê nas projeções.

4 – Marcelo Bolzan, planejador financeiro, CGA e sócio da The Hill Capital

Na minha visão, o comunicado veio com tom bem “Hawkish”, já que afirmam que a política monetária deve se manter contracionista. Além disso, comentam sobre a necessidade de maior cautela, já que o ambiente externo se mostra mais adverso, em função da incerteza elevada sobre o início da flexibilização de política monetária nos EUA. Sobre Brasil, destacam que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado maior dinamismo do que o esperado. Não seguiram o foward guidance da última reunião do Copom, pois cenário aumentou as incertezas (externo e interno).

Fica o destaque para ter sido uma decisão dividida 5 x 4. A divergência é ruim, pois sinaliza que a próxima composição do Banco Central (2025) é mais dovish. Outro destaque é que o comitê afirma ter preocupação com o fiscal e que está acompanhando com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal. Eles ressalta, também que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação.

Deixou em aberto os próximos passos, mas o tom é mais duro, sinalizando maior cautela e que ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.

Deixaram em aberto as próximas reuniões, mas a minha expectativa e mais uma de 0,25pp. Com esse cenário, acredito que teremos amanhã bolsa em queda e abertura dos juros.

5 – Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital

Na minha visão, o comunicado revela uma postura cautelosa do Banco Central em relação à política monetária futura, destacando a complexidade do ambiente econômico global e doméstico. Fica claro que o BC ressalta a necessidade de cautela em razão das incertezas globais e da dinâmica da inflação doméstica que, embora esteja em trajetória de desinflação, enfrenta pressões de uma inflação subjacente acima da meta.

O tom do comunicado pode ser interpretado como cautelosamente hawkish. Embora tenha decidido por uma redução da taxa de juros, o BC enfatiza a importância de manter a política monetária contracionista para consolidar a desinflação e a ancoragem das expectativas de inflação

A decisão de reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual não pegou o mercado de surpresa e veio dentro do consenso do mercado, que antecipava uma redução moderada devido às incertezas econômicas e às pressões inflacionárias ainda existente. 

Um ponto importante de notar é que não houve consenso entre os membros mostrando divergência de opiniões entre os votantes. Foi uma decisão bem dividida entre os membros.

Ainda acredito que o Fed mantendo juros altos pode atrapalhar no ciclo de queda de juros por aqui. Juros altos nos EUA podem fortalecer o dólar e pressionar a inflação, dificultando a redução da Selic aqui. Eventos como as enchentes no Rio Grande do Sul podem pressionar a inflação de alimentos, dificultando a queda da Selic também.

Para as próximas reuniões, a expectativa é de que o Copom mantenha a cautela, monitorando de perto a evolução da inflação e das expectativas. A continuidade do ciclo de cortes dependerá da consolidação do processo de desinflação e da ancoragem das expectativas. Não houve um guidance para a próxima reunião.

6 – Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro e fundador da GT Capital

Como ficam os investimentos agora?

Para o final de 2024 minha expectativa atual é de 9,75% contra 9,50% no início do mês de abril, em comparação ao relatório Focus, acredito em uma Selic 0,25p.p. acima da média estimada pelo mercado.

Mesmo com uma nova queda de juros, seguiremos com uma taxa de dois dígitos, um nível de taxa ainda interessante para os ativos de renda fixa. Mesmo nos títulos pós fixados, os mais afetados negativamente pelo corte de juros, a rentabilidade é interessante considerando a liquidez imediata e a possibilidade de utilizar essa parte da carteira para oportunidades pontuais, como tem sido nas últimas semanas a alocação em títulos públicos IPCA+ com a abertura da curva de juros. 

Agora muito mais raro, mas ainda existem oportunidades interessantes de prefixados em títulos bancários e IPCA+ e prefixados em títulos de crédito privado.

7 – Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital

Como fica a bolsa?

Os ativos brasileiros ainda se mantém descontados, negociando a um P/L projetado para os próximos 12 meses próximo a 8x, sendo a média histórica na faixa 11-12x, então há muito upside para ações do mercado brasileiro. Além disso, está havendo novamente uma revisão na projeção dos lucros das empresas para cima, segundo relatório elaborado pela XP Research, a nova projeção no crescimento dos lucros das empresas para os próximos 12 meses, ficou acima do pico dessas projeções feitas em dezembro/2023. Então, para quem procura investimento de longo prazo, as ações do Ibovespa estão a preços atrativos.

Acredito que com o ciclo de queda da Selic, alguns setores em específico se beneficiam muito com esse cenário. No caso, o setor bancário com os grandes bancos se beneficiando da queda da Selic, em um primeiro momento com o aumento na demanda por crédito, já que o consumidor percebe que as taxas estão mais atrativas e com juros de financiamento mais baixos, além da redução do custo do passivo do banco que é em sua maioria CDI. 

Outro são setores com empresas que são naturalmente mais alavancadas, já que seu ramo exige um CAPEX alto, como o setor de tecnologia, setor logístico, além de setores de consumo como educação e o varejo em geral.

*Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis, com vários cursos de pós graduação no Brasil e exterior. Ex-Executive Vice-Presidente e CEO do Safra National Bank of New York, em Nova Iorque, Estados Unidos. Ex-Presidente do BDMG-Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e do Banco de Crédito Real de Minas Gerais; Foi Secretário de Planejamento e Coordenação Geral e  de Comércio, Indústria e Mineração; e de Minas e Energia do Governo de Minas Gerais; Também foi Diretor-Geral (Reitor) do Centro Universitário Estácio de Sá de Belo Horizonte; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Atualmente é Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico; Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais.  Presidente da MinasPart Desenvolvimento Empresarial e Econômico, Ltda. Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Presidente/Editor Geral de MercadoComum. Autor de vários livros, como a coletânea intitulada “Juscelino Kubitschek: Profeta do Desenvolvimento”.

 

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